Brasil

Guilherme Arana retorna à Seleção Brasileira com méritos após lesão que o tirou da Copa

Titular absoluto do Atlético-MG, Arana dá volta por cima após nove meses lesionado e uma Copa do Mundo perdida

A CBF anunciou que o lateral-esquerdo do Atlético-MG, Guilherme Arana, será o substituto de Caio Henrique, do Monaco, que sofreu uma lesão no ligamento do joelho esquerdo. A convocação do lateral atleticano é, além de válida pelo futebol que tem jogado, uma justiça para ele, que ficou de fora da Copa do Mundo do Catar por uma grave lesão sofrida em setembro de 2022.

Guilherme Arana foi convocado por Fernando Diniz para a disputa de dois confrontos das Eliminatórias para a Copa do Mundo, contra Venezuela e Uruguai, nos dias 12 e 17 de outubro, respectivamente. O lateral atleticano vai disputar posição com Renan Lodi, do Olympique de Marselha, da França.

Arana, campeão olímpico pelo Brasil em 2021, voltará para a seleção principal após mais de um ano. Ele já atuou em quatro jogos, sendo o último deles junho de 2022, quando foi titular no amistosos contra o Japão.

Lesão tirou Arana da Copa do Mundo

Guilherme Arana fez uma temporada de dar inveja pelo Atlético em 2021, sendo de longe o melhor lateral-esquerdo do país. Em 2022, a produção dele caiu juntamente com a do time atleticano, mas isso nunca o distanciou da Seleção Brasileira, como o próprio Tite afirmou na época. A lateral-esquerda é uma posição que gera muita discussão no Brasil e é uma das poucas que não há uma unanimidade de convocados.

Arana era um dos nomes fortes, e Tite deu a entender que provavelmente convocaria o jogador do Atlético para a Copa do Mundo do Catar. Mas uma lesão encerrou o sonho do lateral. Em 7 de setembro de 2022, nos minutos finais da partida contra o Red Bull Bragantino, Arana sofreu uma entrada dura do atacante Carlos Eduardo. Na hora, apenas vendo o lance, já parecia ser algo sério. No dia seguinte, a confirmação: lesão multiligamentar, comprometendo os ligamentos cruzado posterior e colateral medial, além de ruptura no menisco medial e na cartilagem.

A previsão de recuperação de Arana era de, no mínimo, oito meses. Ou seja, ele já sabia que estava fora da Copa do Mundo, que aconteceria dois meses depois: “Eu estava vivendo uma fase especial, próximo de realizar um sonho de jogar uma Copa do Mundo. Quando recebi a entrada, vi que não era normal, senti uma dor muito grande na hora. Na segunda tinha convocação. Eu estava convocado, mas fui cortado. O Tite me ligou, foram dias difíceis”, disse o lateral à GaloTV.

Retorno em alto nível

Guilherme Arana ficou nove meses longe dos gramados. Ele passou por cirurgia e, segundo ele mesmo citou, teve até que aprender a andar de novo, por ter ficado muito tempo com a perna imobilizada. A caminhada nesse período foi complicada, mas o jogador nunca desanimou, sempre falou de voltar ainda mais forte e seguiu falando do sonho de defender a Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo.

Por coincidência, Arana voltou aos gramados justamente contra o time que foi seu último adversário. No dia 10 de junho de 2023, ele entrou em campo contra o Red Bull Bragantino, sendo ovacionado pelo Mineirão. No jogo seguinte, 11 dias depois, ele já foi titular do Atlético. Desde então, mostrou grande evolução, e tem teto para mais.

É normal que um atleta que ficou nove meses parado precise de tempo para retomar a forma física e até o estilo de jogo. No início, o próprio Arana citou as dificuldades de voltar a jogar, afirmando que, por conta da lesão, ainda tinha medo de fazer alguns movimentos. Mas esse tempo foi passando e o lateral foi demonstrando cada vez mais a qualidade que o havia credenciado para ser um dos nomes do Brasil em uma Copa do Mundo. Nas últimas partidas do Galo, ele vem sendo um dos destaques do time e já demonstra alto nível, mesmo ainda ficando claro que pode render ainda mais.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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