Abel foge de explicações e dá respostas preocupantes e vazias após vice do Palmeiras
Técnico do Palmeiras foi irônico e lacônico ao falar com os jornalistas durante coletiva

O técnico Abel Ferreira demorou cerca de uma hora, após o término da final contra o Corinthians (0 a 0), para aparecer na sala de entrevistas coletivas da Neo Química Arena.
Mas, talvez, fosse melhor nem ter ido. Sua entrada já foi seguida de um aviso de que a entrevista seria curta. E foram quatro perguntas. Respondidas todas de modo lacônico, com uma ironia silenciosa que driblou qualquer explicação.
Mais até do que isso, algumas das respostas, ainda que claramente tenham sido frustrantes.
A cereja do bolo foi a última resposta, depois que ele foi indagado sobre o motivo da derrota:
— Faltou fazer mais gols que o nosso adversário — disse o português.
Essa foi a pior das respostas. Não que as demais tenham sido muito melhores.
— Alguns diziam que nós íamos estar, há um mês, a ver esta final em casa. E viemos a disputar. E o jogo foi perdido, na minha opinião, no nosso jogo em casa. Em função daquilo que são os 90 minutos de lá e de cá. Nós perdemos esta eliminatória em casa. Aqui, foi o que foi. E parabéns ao Corinthians — disse.
Indagado se o insucesso no Paulistão estaria relacionado com a chegada tardia dos reforços, o treinador esboçou esbravejar, mas se conteve. E deu uma resposta preocupante pensando na continuidade da temporada:
— Não tem a ver com nada. Tem a ver com… Sim, acho que, com bola, podíamos ter sido, sobretudo na primeira parte deste jogo aqui, mais dinâmicos. Mas parabéns ao Corinthians. Nós fizemos o que pensamos, sobretudo na segunda parte — afirmou.

— Na primeira parte, como disse, achei que não fomos muito criativos. E dar os parabéns ao Corinthians, nada mais. Vamos continuar. Perdemos uma final. Mas, para perder, é preciso cá estar. E cada um valoriza as coisas do jeito que quiser. Eu sei muito bem onde é que estou, o clube em que estou, o país em que estou. Dar os parabéns ao Corinthians e seguimos para a próxima — completou.
Quando questionado sobre a explicação para a decadência palmeirense nos últimos anos, mais uma vez, o técnico foi óbvio.
— (O torcedor) sente falta de o Palmeiras ser mais decisivo. É isso mesmo. O que tá acontecendo é que voltamos a uma final, disputamos uma final. E o que está acontecendo é que o Palmeiras está a se reforçar e os nossos adversários também. E que não vamos ganhar sempre. Portanto, dar os parabéns ao nosso adversário. Eu já falei isso várias vezes, que não vamos ganhar sempre. Vamos lutar sempre a ganhar, como foi. Infelizmente, hoje não fomos tão felizes como poderíamos ter sido. Mas o futebol o futebol é isto. E seguimos.