O Melgar orgulha o futebol peruano e deixa o Racing pelo caminho na Sul-Americana – com a ajuda providencial do River Plate-URU
O Melgar cumpriu sua missão ao vencer o Cuiabá no final e viu o Racing perder no Cilindro, quando só precisava do empate
O futebol peruano possui uma grande glória na Copa Sul-Americana, com a conquista do Cienciano em 2003. Porém, campanhas longas do país no torneio são raras e nenhum outro time conseguiu sequer alcançar as semifinais. Em 2021, no novo formato da competição, o Sporting Cristal até fez uma campanha respeitável, mas repescado da Libertadores, para tirar o Arsenal de Sarandí nas oitavas e parar nas quartas contra o Peñarol. Assim, dá para dizer que o feito do Melgar, nesta quinta-feira, é até maior. O clube de Arequipa terminou na liderança do Grupo B da Sul-Americana, à frente do Racing. Os rojinegros derrotaram o Cuiabá por 3 a 1 e contaram com uma ajuda do River Plate de Montevidéu, que venceu os argentinos por 1 a 0 em Avellaneda. Graças a isso, o Melgar avançou pelo saldo. A Academia sucumbiu quando jogava por um empate.
O Melgar iniciou a campanha na Sul-Americana com derrota para o Cuiabá na Arena Pantanal, mas se recuperou na sequência. O grande resultado veio na terceira rodada, em Arequipa, quando os rojinegros venceram o Racing por 3 a 1 e quebraram a invencibilidade do incensado time de Fernando Gago. Apesar do troco sofrido em Avellaneda na quinta rodada, com a derrota por 1 a 0, os peruanos chegaram ao último compromisso com chances de classificação. Precisavam vencer seu jogo e torcer por uma derrota dos racinguistas em paralelo. Aconteceu.
O Melgar sofreu para vencer o eliminado Cuiabá por 3 a 1 em Arequipa. Jean Pierre Archimbaud abriu o placar no primeiro tempo, mas o Dourado empatou na segunda etapa com um gol de Gustavo Nescau. O triunfo dos rojinegros se confirmaria apenas depois dos 40 da etapa final, com dois tentos de Christian Bordacahar. Eles abririam caminho para a classificação milagrosa, a partir do que aprontava o River Plate de Montevidéu em pleno Cilindro.
O Racing teve uma atuação completamente dominante em Avellaneda. Finalizou 28 vezes, 11 delas no alvo, e teve 75% de posse de bola. Foram 637 passes certos dos albicelestes, com 90% de acerto, contra apenas 153 dos uruguaios, com 63% de aproveitamento. O goleiro Fabrizio Correa, no entanto, fechou sua meta. E o gol da vitória, marcado por Horacio Salaberry na sequência de um escanteio, assegurou o triunfo por 1 a 0 do River aos 21 do segundo tempo. O resultado beneficiava unicamente o Melgar, já que os alvirrubros estavam eliminados por antecipação.
O Melgar encerra o Grupo B com 12 pontos e +4 de saldo. O Racing teve 12 pontos e +2 de saldo. Apesar da postura dominante da equipe de Fernando Gago em muitas partidas, a falta de placares mais elásticos custou caro. É a segunda frustração da Academia no semestre, depois da eliminação nos pênaltis contra o Boca Juniors na Copa da Liga Argentina. Enquanto isso, os eliminados Cuiabá e River Plate tiveram seis pontos.
Lanús, Melgar, Santos, São Paulo, Internacional, Atlético Goianiense, Ceará e Unión Santa Fe avançam aos mata-matas da Copa Sul-Americana. Outra bizarrice aconteceu com o Fluminense, que enfiou 10 a 1 sobre o Oriente Petrolero, com tripletas de Germán Cano e Matheus Martins, e mesmo assim ficou um ponto atrás do Unión. Vale mais uma vez o questionamento ao regulamento da Conmebol, que restringe os classificados aos líderes. Enquanto isso, times que patinaram na Libertadores ganham sobrevida. Entre os terceiros colocados avançam Deportivo Táchira, The Strongest, Nacional de Montevidéu, Independiente del Valle, Deportivo Cali, Colo-Colo, Olimpia e Universidad Católica.