A estratégia de Seabra que garantiu a vitória do Cruzeiro sobre o Libertad
Time celeste não tomou conhecimento da equipe paraguaia e atropelou rival das quartas da Copa Sul-Americana
O Cruzeiro largou na frente nas quartas de final da Copa Sul-Americana ao vencer o Libertad, do Paraguai, por 2 a 0, na noite dessa quinta-feira (19), no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai.
Os atacantes Kaio Jorge e Lautaro Díaz foram os autores dos gols da Raposa, ambos no primeiro tempo. O time celeste ainda desperdiçou chances de ampliar ainda mais o placar na reta final da partida.
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A equipe mineira pouco sofreu durante o jogo e conquistou uma vitória expressiva. Cássio precisou trabalhar apenas duas vezes, sem muitas dificuldades.
Martín Silva pode comemorar o 2 a 0, já que o Cruzeiro ainda perdeu duas chances claras na reta final da partida — com Kaiki e Barreal —, desperdiçando as chances de ampliar o placar.
O treinador Fernando Seabra falou com a imprensa na zona mista pós-jogo e explicou as mudanças que fez no segundo tempo da partida.
Após o intervalo, já perdendo por 2 a 0, o treinador Daniel Garnero colocou o lendário centroavante Roque Santa Cruz, ficando com dois camisas 9 e passando a incomodar o Cruzeiro mais que em toda a primeira etapa.
Seabra então decidiu mudar, sacando Lucas Villalba e Gabriel Veron e colocando João Marcelo e Kaiki. A estratégia freou a possível reação paraguaia.
O Cruzeiro, por sua vez, jogou com inteligência e teve algumas chances claras de gol que foram desperdiçadas.
— São circunstâncias do jogo. (…) Achamos que seria interessante que eles [Gabriel Veron e Lautaro Díaz] iniciassem essa partida e depois a utilização dos três zagueiros, uma forma de responder ao “duplo 9” do adversário naquele momento.
Estavam colocando muitas bolas longas e pressionando o fundo de campo, pressionando a área, e era importante que a gente tivesse um pouco mais de peso para defender, em função daquilo que o adversário estava propondo naquele momento de jogo. Conseguimos neutralizar e também conseguimos criar chances muito claras no final do jogo, que poderiam até nos ter proporcionado um placar um pouco maior — explicou o comandante.
Lucas Romero e Matheus Henrique entregaram nova dinâmica ao meio do Cruzeiro
Outra mudança importante adotada por Fernando Seabra foi montar o Cruzeiro em um 4-2-3-1, esquema de sucesso histórico no Cruzeiro.
Com essa formação, o time voltou a ter poderio ofensivo e dominar seu adversário, mesmo jogando fora de casa.
Fernando Seabra falou sobre as atuações de Lucas Romero e Matheus Henrique, nova dupla de volantes, e destacou a importância de ter Walace, desfalque contra o Libertad devido a uma amigdalite, no elenco.
— Acho que [a boa atuação aconteceu] por uma questão de ritmo de jogo e mais tempo juntos. São dois volantes com muita mobilidade. Eles têm essa questão de se movimentarem bastante para dar soluções na saída de bola e também cobrir espaços no momento defensivo — analisou o treinador da Raposa.
Segundo Seabra, a amigdalite de Walace atrapalhou seu desempenho na última partida, contra o São Paulo.
— O Wallace também vinha numa crescente, acabou tendo um desempenho não muito bom no último jogo, mas também foi identificado no dia seguinte uma amigdalite, assim como a infecção já bem avançada, tanto que ele não veio viajar porque está doente. Os sintomas só apareceram no dia seguinte, mas a infecção já estava lá. Então a gente também tem que ter um pouco de equilíbrio e saber analisar cada contexto.
Saber que também é um jogador importante, que tem as suas virtudes, suas qualidades são diferentes dos outros e ele vai somar, agregar. Cabe a nós sabermos utilizá-lo no momento correto para que essas virtudes se sobressaiam. Essa característica de hoje nos ajudou, mas tem outros jogadores também que, sabendo explorar, também podem contribuir bastante — apontou Fernando Seabra.
Seabra prega Cruzeiro com pés no chão
Apesar da importante vitória, o treinador Fernando Seabra tratou de manter os ânimos controlados, destacando que a eliminatória ainda está em andamento.
— Temos que ter maturidade para entender que a disputa está na metade, não tem nada decidido. Vamos ter que trabalhar bem e muito para concretizar uma classificação com um bom desempenho e resultado no jogo de volta. É claro que se uma dessas bolas (os gols perdidos) tivesse entrado, a gente teria ampliado essa vantagem, mas independente disso, não muda aquilo que a gente tem que fazer, que é buscar ter de novo consistência — apontou o treinador da Raposa.