Libertadores

San Lorenzo vive grande crise, mas Atlético-MG sabe que não pode se apegar a isso

Rival nas oitavas da Libertadores tem péssima temporada, mas Galo precisa ignorar isso dentro de campo

Adversário do Atlético-MG nesta terça-feira (13), pelas oitavas de final da Libertadores, o San Lorenzo vive uma temporada de enorme crise, que se expandiu ainda mais desde que o confronto foi sorteado. Mas o Galo sabe que não pode se apegar a isso no confronto.

O San Lorenzo vive uma temporada desastrosa. Dos 33 jogos que fez, só venceu oito, somando anda 14 empates e 11 derrotas. Atualmente, é o 25º colocado entre os 28 times do Campeonato Argentino, com apenas uma vitória em nove jogos.

Além disso, o San Lorenzo foi eliminado nas oitavas da Copa Argentina na última semana para um de seus maiores rivais, o Vélez Sarsfield.

A combinação da eliminação na Copa com a derrota na liga no fim de semana fez com que o técnico Leandro Romagnoli, ídolo do clube, colocasse o cargo à disposição, segundo a imprensa argentina. Apesar disso, ele foi convencido a seguir no comando do Ciclón.

Além da crise técnica, o San Lorenzo também passa por graves problemas financeiros. Não à toa, vendeu seus dois principais jogadores: Agustin Giay, para o Palmeiras, e Adam Bareiro, para o River Plate.

Para tentar contornar toda essa situação, o presidente do clube, Marcelo Moretti, lançou nesta semana um plano de reestruturação do San Lorenzo. Essa proposta sobrou até para o ídolo Ortigoza, que foi destituído do cargo de diretor de futebol.

Atlético ignora crise para não perder o foco

Com todos esses problemas, dentro e fora de campo, do San Lorenzo, o Atlético, que já era favorito, ganhou mais alguns pontos. No entanto, o Galo sabe muito bem que isso não pode influenciar na forma como o time entra em campo, como citou Bernard.

— Acredito que de nenhuma forma (podemos pensar na crise). Na Libertadores, não existe crise. Não podemos nos apegar a esse momento difícil deles. Sabemos que os jogos contra essas equipes na Argentina são sempre duros, que eles se entregam muito — disse o meia.

Se eles estão vivendo esse momento difícil, suponho que essa possa ser a última cartada deles na temporada. Todo cuidado é pouco. Quem acha que vão ser dois jogos fáceis por eles viverem esse momento difícil, está bastante enganado — Bernard

Em casa no futebol argentino, o técnico Gabriel Milito também falou de como sabe que jogos contra o San Lorenzo, principalmente no Nuevo Gasómetro, são difíceis, tendo sentido a força do adversário tanto como jogar quanto como treinador.

— Conheço o San Lorenzo, sei o que significa Libertadores para os argentinos. Sei do que nos espera. Temos que ter controle emocional, mentalidade, jogar desfrutando, pois assim você joga mais aliviado e melhor — afirmou o treinador.

Na beira do campo, Milito encarou o San Lorenzo em sete oportunidades, nos comando de Independiente, Estudiantes e Argentinos Juniors, vencendo duas, empatando três e perdendo outras duas. Na casa do Ciclón, nunca perdeu, com dois empates e duas vitórias.

Gabriel Milito, técnico do Atlético, em treino na Argentina
Argentino, Milito está “em casa” contra o San Lorenzo (Pedro Souza/Atlético)

Nos últimos jogos, o Atlético tem se mostrado um time mais maduro, e pode reforçar ainda mais essa ideia se tiver uma grande atuação na Argentina, algo que o tem total capacidade de fazer. A importância de entrar focado desde o primeiro minuto já foi a lição há duas semanas, quando não entrou assim e levou dois gols em dois minutos do CRB.

Como joga o San Lorenzo?

Apesar de não viver boa fase, o San Lorenzo é um time que gosta de ter a bola, sempre tendo mais posse que os adversários na Argentina. Mas, mesmo tendo mais a bola, o Ciclón tem sérias dificuldades de criação e, principalmente, de marcar gols. Foram só 26 nos 33 jogos que fez na temporada.

Para o jogo contra o Atlético, é esperado um San Lorenzo no 4-1-4-1, variando para o 4-2-3-1. Em campo, o time não terá três titulares: o zagueiro Romaña (suspenso), o lateral Braida e o volante Remedi, lesionados, o que já pesa mais ainda contra os argentinos.

Os lances mais perigosos do San Lorenzo devem partir de jogadas aéreas, principalmente bolas paradas, que é o ponto mais fraco do Atlético.

Olho nele: Alexis Cuello

Apesar do San Lorenzo ter vendido seus grandes destaques e não viver uma boa fase em campo, sempre há algum jogador que pode desequilibrar, e o nome da vez é Alexis Cuello.

O atacante baixinho (1,71cm) do Ciclón tem potencial para perturbar a defesa atleticana. Na Libertadores, ele foi crucial para o avanço do San Lorenzo, com dois gols e uma assistência na primeira fase.

Outros nomes para o Galo ficar de olho são: Matias Reali e Andrés Vombergar, ambos atacantes recém-chegados ao clube argentino.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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