Libertadores

Palmeiras leva ‘ghosting’ da Fifa após reclamação formal por caso de racismo

Clube alviverde não recebeu resposta da entidade acerca de sugestões de combate ao racismo

Na noite de 3 de abril, em Lima, no Peru, o Palmeiras foi novamente alvo de racismo. Dessa vez, os torcedores da equipe presentes à estreia do time na Copa Libertadores (3 a 2), contra o Sporting Cristal, viram, mais uma vez, torcedores adversários imitarem macacos.

Trata-se da primeira ocorrência já no primeiro jogo do time no torneio. E não é difícil prever que situações do tipo seguirão acontecendo em partidas disputadas em países vizinhos. Em especial devido à inépcia de Conmebol e Fifa em tratar a questão com a veemência necessária.

Em 10 de março, há três semanas, o Palmeiras, com apoio dos clubes filiados tanto à Libra quanto à LFU, fez contato com a entidade máxima do futebol mundial. Na carta enviada a Zurique, o Alviverde se queixava das medidas brandas da Conmebol no caso envolvendo Luighi — multa de US$ 50 mil e jogos com portões fechados na Libertadores Sub-20.

O Palmeiras, para casos como aquele, sugeria multa de US$ 2 milhões e eliminação das equipes das competições. Mas, até o momento, a Fifa não deu qualquer resposta. A Trivela apurou que a entidade presidida por Gianni Infantino não se deu ao trabalho de avaliar a sugestão.

Conmebol abre sindicância

O episódio registrado ontem, no Estádio Nacional, em Lima, tornou-se alvo de um processo disciplinar por parte da entidade que rege o futebol na América do Sul. A informação inicialmente publicada pelo “UOL” foi confirmada com o Palmeiras pela reportagem.

Em nota oficial tornada pública nos perfis do clube nas redes sociais, o Palmeiras cobrou providências e disse que a reincidência dos casos “é desgastante”. O clube alviverde acrescentou que a noção de impunidade vigente faz com que gestos racistas se repitam.

Caso venha a ser punido, o Sporting Cristal, segundo o Código Disciplinar da Conmebol, pode ser multado em US$ 100 mil (cerca de R$ 560 mil). O documento prevê também proibição da entrada de torcedores ou fechamento parcial do estádio.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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