Libertadores

Estratégia de Renato fracassa, e Grêmio dá adeus à Libertadores nos pênaltis

Com três zagueiros e sem meia, Tricolor Gaúcho teve vantagem desfeita pelo Fluminense já no primeiro tempo do jogo de volta das oitavas de final

Já diria o ditado que ‘o medo de perder tira a vontade da ganhar'. E ele se aplica muito bem para descrever a eliminação do Grêmio para o Fluminense, nas oitavas de final da Libertadores.

Depois de ter vencido por 2 a 1 o jogo do ida, o Tricolor Gaúcho perdeu pelo mesmo placar, na noite desta terça-feira (20), no Maracanã, e, nos pênaltis, deu adeus ao sonho do tetracampeonato continental.

Com estratégia excessivamente conservadora montada pelo técnico Renato Portaluppi, o Grêmio fez péssimo primeiro tempo. Em 27 minutos, viu a vantagem construída no Couto Pereira, em Curitiba/PR, virar a favor do Fluminense.

No segundo tempo, Renato enfim colocou seu time para frente. O gol construído por Monsalve e Gustavo Nunes, que vieram do banco de reservas, levou a disputa para os pênaltis. Mas, assim como contra o Corinthians, nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Grêmio levou a pior na marca da cal.

Estratégia inicial de Renato fracassa

Renato escalou o Grêmio com três zagueiros, no 3-4-3. Para isso, deixou os dois principais meias de criação do elenco, Cristaldo e Monsalve, no banco de reservas.

A estratégia era de encaixes de marcação nos quais os zagueiros, em especial Kannemann, saíam para perseguir Arias e Ganso. Quando roubasse a bola, a ideia era explorar a velocidade de Pavón e Soteldo nos contra-ataques.

Porém, o plano de jogo gremista fracassou. Arias teve muita liberdade para jogar no primeiro tempo, e o Grêmio não conseguiu reter a posse de bola quando a retomava.

Com apenas 13 minutos, depois de Arias já ter finalizado duas vezes, a vantagem gremista foi para o espaço. Após cobrança de escanteio do colombiano, Thiago Silva subiu completamente livre, já que Villasanti não conseguiu bloqueá-lo, e cabeceou no canto esquerdo de Marchesín para abrir o placar.

Perdido em campo, o Grêmio levou o segundo gol em cobrança de pênalti, depois de Arias avançar sozinho em contra-ataque, chutar cruzado, e Dodi desviar a bola com o braço direito, dentro da pequena área. O próprio colombiano deslocou Marchesín para ampliar e dar, àquele momento, a classificação para o Fluminense.

Como nunca reconhece seus erros, Renato manteve a formação inicial até o intervalo. E o que se viu foi um Grêmio pouquíssimo criativo, que terminou o primeiro tempo sem sequer ter finalizado ao gol de Fábio, mesmo com o Fluminense baixando as linhas e passando a explorar os contra-ataques.

Grêmio melhora com as entradas de Monsalve e Gustavo Nunes

Outro ditado do futebol diz que ‘quem escala mal, mexe bem'. E isso também se aplicou para o Grêmio no segundo tempo no Maracanã.

Na volta do inervalo, Renato abriu mão do esquema de três zagueiros ao sacar Kannemann e Pavón para as entradas de Cristaldo e Gustavo Nunes. O Grêmio mudou para o 4-2-3-1, com Soteldo na ponta direita.

Depois de Ganso quase marcar um gol de placa, ao encobrir Marchesín e acertar o travessão, o Grêmio obrigou Fábio a trabalhar pela primeira vez ao espalmar chute de Gustavo Nunes, de trivela, aos cinco minutos.

O jovem atacante, que está perto de ser vendido para o Brentford, da Inglaterra, entrou muito bem naquele que pode ter sido seu último jogo pelo Tricolor Gaúcho.

Quem também teve ótima participação, novamente, após entrar, foi Monsalve. Depois do gol de Jemerson ter sido anulado por impedimento, o colombiano recebeu no lado direito da grande área, aos 31 minutos, passou por John Kennedy e cruzou rasteiro para Gustavo Nunes concluir na pequena área.

O campo provou para Renato que Cristaldo e Monsalve podem, sim, jogar juntos. Curiosamente, com os dois em tripé de meio-campo com Villasanti, o Grêmio resistiu melhor à pressão do Fluminense do que a formação com três zagueiros, ainda que John Kennedy tenha balançado as redes, mas impedido.

Novamente nos pênaltis, Grêmio é eliminado

Outra escolha de Renato que não deu certo na noite desta terça-feira (20) envolveu a disputa de pênaltis. Na reta final do segundo tempo, o treinador colocou o contestado Nathan Pescador para executar uma das cobranças.

Porém, o meia parou em defesa de Fábio. O goleiro do Fluminense também pegou a cobrança de Cristaldo, que já havia desperdiçado contra o Corinthians.

Marchesín, por sua vez, novamente passou em branco. O Fluminense errou somente a primeira cobrança, com Ganso, que acertou a trave. O demais batedores converteram e garantiram a vitória por 4 a 2 nas penalidades.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
Botão Voltar ao topo