Libertadores

Tempo até final da Libertadores será valioso para Fluminense recuperar Ganso

Fernando Diniz não abrirá mão de Ganso e tenta recuperar camisa 10 no Fluminense antes de final da Libertadores contra o Boca Juniors

O Fluminense disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors em 4 de novembro, às 17h (de Brasília), no Maracanã. Além da ansiedade até mais um dia mais importante dos últimos 15 anos para o clube, o tempo também será valioso para o Tricolor recuperar Paulo Henrique Ganso.

Ainda longe das suas melhores condições físicas após conviver com lesões no segundo semestre, o camisa 10 é peça fundamental no sistema de jogo do técnico Fernando Diniz. Maestro da equipe, ele costuma ser um termômetro das atuações tricolores.

Fluminense tenta recuperar Paulo Henrique Ganso antes da final da Libertadores - Foto: Icon sport
Fluminense tenta recuperar Paulo Henrique Ganso antes da final da Libertadores – Foto: Icon sport

Depois de ter atuação discreta na semifinal da Libertadores contra o Internacional, Ganso começou mal o clássico contra o Botafogo e foi vaiado por parte da torcida no Maracanã.

— Ele está buscando o melhor momento. É um jogador que sempre falo que tem genialidade e é extremamente técnico e decidiu muito desde que cheguei. Temos total confiança e sei que não é fácil voltar ao melhor ritmo. Sabemos que é aos poucos que ele vai retomar. A torcida gosta muito dele e vai ser questão de tempo para voltar ao ritmo do Ganso — opinou Diniz após derrota para o Botafogo

Com o desejo do técnico em manter os quatro atacantes para abrigar John Kennedy no time titular, o camisa 10 pode até ser sacado às vésperas da decisão. Mas o treinador já deu indícios que não abrirá mão do meia, que seguirá cronograma especial de treinamentos até lá.

Para isso, utilizará os 25 dias e cinco jogos para dar ritmo ao jogador, importante não só para Diniz, mas também para os companheiros.

Experiência de Ganso, campeão da Libertadores, é valorizada no Fluminense

Só Felipe Melo e Ganso, em todo o elenco, conquistaram a Libertadores. O camisa 10 foi um dos protagonistas do título do Santos, em 2011, ao lado de Neymar.

Foi dele o gol que garantiu a classificação do Peixe nas oitavas de final sobre o América-MEX, em um dos confrontos mais difíceis do mata-mata.

Do multicampeão Marcelo aos mais jovens, é no meia em quem todos confiam para chamar a responsabilidade nos momentos mais difíceis. Um “técnico dentro das quatro linhas” nas palavras de Diniz, é o organizador do meio-campo.

Paulo Henrique Ganso também é o melhor batedor de pênaltis do Fluminense. Ele acertou todas as oito cobranças que teve, e será o cara na marca de cal em caso de penalidade máxima para o Tricolor na decisão.

Ganso pode viver grande momento pelo Fluminense na Libertadores

Sua chegada, em fevereiro de 2019, foi cercada de esperança. Nos braços da torcida em um lotado Aeroporto Santos Dumont, o camisa 10 foi bastante questionado na má campanha do Tricolor naquela temporada. Conviveu com vaias e até uma briga à beira do campo com o técnico Oswaldo de Oliveira.

Foi para o banco no ano seguinte e só foi recuperado por Abel Braga, em 2022. Participou do título carioca daquela temporada e viveu grande fase já novamente sob o comando de Fernando Diniz.

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Uma publicação partilhada por Fluminense F.C. (@fluminensefc)

Agora, mesmo que faça um 2023 abaixo do ano que passou, está bem próximo de um grande momento: a final da Libertadores. E como um dos líderes do elenco, é meio-campo também da relação entre o técnico e os jogadores.

Ganso é liderança silenciosa do Fluminense fora de campo

Mas o meia não é só importante pelo que faz em campo. Fora dele, o experiente jogador é referência técnica e liderança silenciosa. Atleta mais antigo do elenco profissional, Ganso já passou por muita coisa em quase cinco anos de Fluminense.

O que pouca gente sabe é do papel do jogador fora de campo. Em reuniões internas em 2019, aceitou até ir para o banco se fosse necessário para dar espaço a Nenê, então insatisfeito, em alguns momentos.

Na pandemia, ajudou funcionários financeiramente, fez acordos com a diretoria e abriu mão de dinheiro. Nunca fez questão dos holofotes. Não é dos jogadores mais vocais do vestiário, mas certamente dos ouvidos mais atentos seja do técnico ou dos companheiros. E pode ser o camisa 10 do maior título da história do clube.

Fluminense na Libertadores 2023

  • Classificado às oitavas de final no 1º lugar do grupo D com 10 pontos;
  • 55% de aproveitamento na fase de grupos;
  • Eliminou o Argentinos Juniors nas oitavas de final — placar agregado 3 x 1;
  • Eliminou o Olimpia (PAR) nas quartas de final — placar agregado 5 x 1;
  • Eliminou o Internacional nas semifinais — placar agregado 4 x 3;
  • Enfrenta o Boca Juniors na grande final, no Maracanã, em 4 de novembro.
Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
Botão Voltar ao topo