Flamengo monta esquema de segurança em Montevidéu, e Peñarol toma atitude drástica
Clube carioca alerta para os perigos na capital uruguaia, enquanto o Carbonero deu um ultimato para os seus torcedores sobre racismo
Flamengo e Peñarol não estão preocupados somente com o que vão fazer dentro de campo. Assim como aconteceu com os Carboneros no jogo de ida, um esquema de segurança foi montado para fazer com que os rubro-negros não passem perrengue. Os uruguaios, por sua vez, receberam um ultimato do seu clube do coração.
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Enquanto o Flamengo faz o possível para manter os torcedores longe dos perigos na capital uruguaia, o Peñarol quer evitar episódios de racismo no Campeón Del Siglo. A Trivela explica como vai funcionar o esquema.
Aos rubro-negros
O Flamengo se reuniu com a Comissão de Segurança do Peñarol e da Polícia Nacional do Uruguai para alinhar o esquema de segurança que entra em vigor já nesta quarta-feira (25). A principal recomendação é evitar o uso de camisas do Flamengo antes de chegar ao Campeón Del Siglo.
O Parque Franklin Delano Roosevelt, localizado próximo ao estádio e ao Aeroporto Internacional de Carrasco, foi o ponto de encontro escolhido. Os rubro-negros receberão escolta policial na saída em direção ao Campeón Del Siglo, entre as 13h30 e 14h30. Além disso, o Peñarol exerceu reciprocidade sobre a festa da torcida.
- Apenas seis bandeiras que excedam as medidas da Conmebol (2×1) podem entrar no estádio.
- As bandeiras não podem ter mais de 1,5 metro de largura.
- Ficou definido que apenas sete instrumentos musicais podem entrar no estádio.
Peñarol incisivo contra o racismo
Fora as recomendações para evitar conflitos, o Peñarol também se posicionou de maneira incisiva contra o racismo. Em comunicado publicado nas redes sociais, o clube uruguaio confirmou que tomará medidas drásticas com o torcedor que apresentar condutas inadequadas e criminosas.
“O Peñarol informa que todos identificados no Campeón Del Siglo realizando qualquer gesto racista em direção aos torcedores e jogadores do Flamengo será expulso imediatamente de todos os registros sociais do clube e entrará em lista de maneira permanente, para não poder mais prestigiar nenhum evento esportivo. Nós do Peñarol acreditamos que o futebol é um fator de convivência que deve ser pautado dentro do respeito e da integração. Depende de todos para que assim seja”, escreveu o clube uruguaio.
A nota é importantíssima para definir barreiras ao racismo. Como a Conmebol sempre tratou o assunto de maneira protocolar, sem tomar atitudes drásticas, é interessante que o Peñarol tenha essa visão. Resta saber se vai valer na prática.
Os torcedores brasileiros são os que mais sofrem racismo na Libertadores. Um levantamento do Observatório do Racismo, que faz assessoria dos casos para a Conmebol, aponta que mais de 80% dos episódios envolvem clubes do Brasil. Já passou da hora de dar um basta nisso, e a Trivela estará atenta às movimentações no Campeón Del Siglo.
Deu certo no Rio de Janeiro
A inspiração é justamente no jogo de ida, quando Flamengo e Peñarol projetavam clima de tensão dentro e fora de campo. Em 2019, torcedores das equipes entraram em confronto marcado por inúmeras prisões de uruguaios e morte de um rubro-negro. Para evitar nova tragédia, o objetivo era de afastar as torcidas antes da bola rolar.
Primeiro, o Peñarol alugou um camping na Zona Oeste do Rio, próximo à Praia da Macumba, para concentrar seus torcedores. O local está a mais de uma hora de distância, tanto do Maracanã quanto de Copacabana, local dos confrontos de cinco anos atrás. Só por isso a tensão já diminuiu.
Dois rubro-negros até tentaram entrar em conflito com os carboneros na Praia da Macumba, mas a proporção era muito pequena e a polícia conseguiu apaziguar rapidamente. A chegada ao Maracanã também foi sem intercorrências. O apito final viu confusões entre os próprios rubro-negros, frustrados pelo resultado da ida.