Libertadores

Fardo da eliminação do Flamengo pode ser ainda mais pesado para Landim e companhia

Com a eleição chegando, qualquer resultado negativo aumenta senso de urgência do torcedor por mudanças no clube

As proporções da eliminação do Flamengo na Libertadores, após o empate em 0 a 0 com o Peñarol no Campeón Del Siglo, podem ser muito maiores do que se imagina.

Em um ano de eleição, importante mesmo é conseguir resultados dentro de campo. Por enquanto, Landim e companhia não atingiram esses objetivos.

A queda nas quartas de final, inclusive, deixa um rombo na meta orçamentária, ainda que leve. Fundamental mesmo é o torcedor, ferido pelo fracasso, e os sócios do clube, que decidirão o futuro do Flamengo nas urnas em dezembro.

Clima pesado na zona mista

O baque foi perceptível já na zona mista do Campeón Del Siglo. Só Tite e Rossi falaram com a imprensa, dentro do protocolo de coletiva da Conmebol. Outros figurões da diretoria, como Landim e Marcos Braz, deixaram o estádio em silêncio.

Só Arrascaeta parou para a zona mista aqui no Campeón Del Siglo, mas foi para falar com a imprensa uruguaia. Nem conseguimos ouvir o que disse, uma loucura isso aqui.

O silêncio diz muito.

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— Gui Xavier (@guivxavier.bsky.social) September 26, 2024 at 10:36 PM

O presidente, inclusive, saiu com cara de poucos amigos. É claro que, como todo torcedor Rubro-Negro, Landim estava chateado com o resultado. Mas ele também sabe que a eliminação pode dificultar a caminhada nas urnas em dezembro.

Entre os membros da diretoria que vieram a Montevidéu estavam: Bruno Spindel, Diogo Lemos e Luiz Carlos (departamento de futebol), e Gustavo Oliveira (vice de marketing), além de Landim e Braz.

Problemas orçamentários?

Essa é uma questão para o Flamengo, que previa chegar a semifinal da Libertadores nesta temporada.

Sem a vaga entre os quatro melhores clubes da América, o Rubro-Negro deixou de arrecadar R$ 11 milhões em prêmios no torneio continental.

Premiações da Libertadores

  • Fase de grupos: US$ 3 milhões (R$ 15 milhões) + US$ 330 mil (R$ 1,66 milhão) por vitória.
  • Oitavas de final: US$ 1,25 milhão (R$ 6,3 milhões)
  • Quartas de final: US$ 1,7 milhão (R$ 8,55 milhões)
  • Semifinal: US$ 2,3 milhões (R$ 11,6 milhões)
  • Vice-campeão: US$ 7 milhões (R$ 35,2 milhões)
  • Campeão: US$ 23 milhões (R$ 115,7 milhões)

Apesar disso, a equipe ainda pode compensar no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, a segunda com mais chances. O Flamengo já bateu a meta de semifinalista no mata-mata nacional e, caso elimine o Corinthians, faturará três vezes mais do que o rombo da Libertadores.

No Brasileirão, a situação está mais distante, já que a projeção é o vice-campeonato. Nesse momento, a diferença para o Palmeiras, segundo colocado, é de oito pontos.

Como o Flamengo operará em 2024 (Foto: Divulgação/CRF)

Olho na eleição

O dia 9 de dezembro é logo ali, e as pesquisas estão cada vez mais acirradas. Rodrigo Dunshee segue a frente, mas perde força com os fracassos dentro das quatro linhas. Luiz Eduardo Baptista, o BAP, que apresentou um time sério no lançamento da candidatura e quer reformular o departamento de futebol, já ganhou o coro da torcida.

Mesmo assim, quem decide são os sócios estatutários do Clube de Regatas do Flamengo. A Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro ganharam um peso ainda maior para Landim e sua chapa, que se veem na obrigação de um título de expressão para tentar se manter no poder.

Rodrigo Dunshee marcou a apresentação da sua candidatura para a próxima segunda-feira (30), última dia possível para o cadastramento das chapas. A Trivela estará no evento e traz todos os detalhes.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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