Libertadores

Fase é tão ruim que faz Flamengo rever fantasmas que pareciam afastados na Libertadores

Flamengo pode terminar a quarta rodada da fase de grupos da Libertadores sem depender apenas de si para se classificar às oitavas de final

A derrota do Flamengo para o Palestino pelo placar mínimo, em Coquimbo, que complicou a situação da equipe no Grupo E da Libertadores, tem toda a cara de vexame. Resultado péssimo e atuação pior ainda, repleta de erros que caracterizam um time sem identidade e confiança. Para quem acha que fantasmas não existem, o Rubro-Negro de Tite está aí para provar o contrário.

Nem o mais pessimista dos torcedores poderia prever que o Flamengo se complicaria em um grupo com Bolívar, Millonarios e Palestino, mas é exatamente o caso. Traumas antigos em Libertadores emergiram após a derrota no Chile. Faz sentido? A Trivela responde.

A situação do Grupo E da Libertadores

A derrota deixou o Flamengo em situação bastante delicada na tabela. O clube da Gávea foi ultrapassado pelo Palestino e pode até terminar a quarta rodada na lanterna do Grupo E, caso o Millonarios vença o Bolívar por três ou mais gols de diferença em Bogotá. O triunfo dos colombianos, contudo, é o único resultado que deixaria o Rubro-Negro dono do seu próprio destino.

Como as duas últimas partidas, diante do Bolívar e Millonarios, serão no Maracanã, existe uma boa chance do Flamengo confirmar a classificação às oitavas sem problemas. A liderança do grupo, contudo, subiu de vez no telhado e, agora, já parece impossível.

  1. Bolívar – 9 pontos (+6 de saldo) – 1 jogo a menos
  2. Palestino – 6 pontos (-3 de saldo)
  3. Flamengo – 4 pontos (0 de saldo)
  4. Millonarios – 1 ponto (-3 de saldo) – 1 jogo a menos

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Fantasmas ressurgem

O Flamengo até tinha feito uma campanha abaixo no ano passado, quando ficou em segundo no Grupo H, atrás do Racing, mas terminar a quarta rodada, ameaçado, é um gosto muito amargo para o torcedor. Não apenas pela possibilidade em si, mas porque essas situações eram rotina para os rubro-negros até o bicampeonato da América em 2019.

Gerson disputa a bola em partida entre Flamengo e Palestino, no Chile (Foto: Divulgação/Conmebol)

Por mais que tenha terminado a fase de grupos de 2023 em segundo, o Flamengo jamais esteve ameaçado por Ñublense e Aucas na tabela de classificação. O que se vê atualmente só é comparável com a campanha de 2017, quando o Rubro-Negro também não conseguiu vencer nenhuma partida fora de casa e acabou eliminado de maneira melancólica antes do mata-mata.

O roteiro se repetiu em 2012 e 2014, com o Flamengo ficando fora da fase final na jornada decisiva, ambas em casa. A principal diferença é no nível dos elencos: o primeiro ano citado até tinha Ronaldinho Gaúcho e Vágner Love, mas o time era muito desbalanceado, enquanto o plantel era fraco no segundo. A desculpa não vale nem um pouco para esta temporada.

Tite e companhia tiveram acesso a praticamente todos os atletas requisitados em reuniões com o departamento de futebol e uma pré-temporada para consolidar o trabalho. As expectativas eram altas, mas a realidade é cada vez mais frustrante para o Flamengo. É indefensável fazer com que o torcedor rubro-negro pegue a calculadora num grupo com Millonarios, Bolívar e Palestino, faturando mais de R$ 1 bilhão por ano.

É um atestado de incompetência muito grande em todas as esferas, seja no campo, entre cartolas e pranchetas. Ou melhora, ou vai sofrer com um daqueles vexames que dificilmente serão esquecidos.

Pedro foi um dos piores do Flamengo na derrota para o Palestino (Foto: Divulgação/Conmebol)

Tite pressionado no Flamengo

A demissão não está em pauta, mas Tite se vê cada vez mais pressionado no Flamengo. Se a diretoria segue dando respaldo ao comandante, a torcida já deixou sua opinião sobre o treinador bem clara. Assim como nos últimos jogos, Adenor Bachi e sua comissão técnica foram hostilizados por rubro-negros em Coquimbo, após o apito final.

A situação adversa inesperada certamente aumenta a pressão em Tite, que se vê longe de soluções para o Flamengo. O próprio técnico se manteve otimista com relação ao futuro na coletiva depois da derrota no Chile, mas o momento é de outra cara. A perspectiva do torcedor é baixa, a paciência está se esgotando.

— É um momento difícil que estamos passando, nós temos consciência disso. Temos consciência da necessidade do resultado também. O que tem no futebol às vezes é um espaço muito curto entre o outro para recuperar. Da mesma forma que em vitórias não há tempo suficiente para ficar feliz, a bola também dá oportunidade para reverter o processo a partir do próximo jogo. Eu tenho externado isso e vou repetir. Primeiro é o respeito ao torcedor. Ele vai estar triste, e eu tenho respeito. Competem a mim e aos atletas. Temos que respeitar o sentimento e as manifestações — analisou.

A chance de mostrar uma luz no fim do túnel será neste sábado (11), diante do Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. A bola rola a partir das 16h (de Brasília), no Maracanã, com a torcida do Flamengo em peso para apoiar (ou criticar), a depender da atuação de Tite e companhia.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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