Libertadores

Altitude será principal adversária do Flamengo na fase de grupos da Libertadores; conheça rivais

O Flamengo enfrentará Bolívar, Millonarios e Palestino no Grupo E da Libertadores, o primeiro desafio da equipe em busca do título

Os adversários do Flamengo na fase de grupos da Libertadores já foram definidos. Bolívar, da Bolívia, Millonarios, da Colômbia, e Palestino, do Chile, estão no caminho de Tite e companhia nas primeiras instâncias da busca pelo tetracampeonato continental. O peso dos rivais não é comparável aos últimos grupos, mas a altitude e outros fatores podem complicar o Rubro-Negro.

Para deixar o torcedor do Flamengo mais tranquilo, a Trivela preparou um resumo especial sobre os adversários nesse primeiro momento.

Como chega o Bolívar?

O maior campeão boliviano chega à Libertadores com promessa de dar trabalho novamente. A fase ajuda e vem desde a temporada passada: a equipe de Flavio Robato lidera o Apertura da Bolívia com folga depois do vice em 2023, para o arquirrival The Strongest. O embalo também se dá pela campanha interessante na última Libertadores, que terminou nas quartas de final, diante do Internacional.

O time vai geralmente a campo num 4-4-2 tradicional e conta com nomes interessantes, como o atacante Saucedo e o brasileiro Bruno Sávio, ambos titulares. Pato Rodríguez, que passou pelo Santos, é a grande referência técnica do principal expoente boliviano na fase de grupos. A defesa, no entanto, é o grande calcanhar de aquiles desse time e sofre (muitos) gols: foram dez em apenas sete jogos disputados na temporada.

O Bolívar chega à Libertadores com expectativas de voltar ao mata-mata (Foto: Divulgação)

É importante frisar que o Flamengo já esteve em grupo com o Bolívar em duas oportunidades, e o retrospecto não é nada bom. O Rubro-Negro só venceu os bolivianos em 1983, quando goleou por 5 a 2 no Maracanã. Foi derrotado duas vezes, por 3 a 1 na edição citada anteriormente, e 1 a 0 em 2014. O duelo mais recente no Rio de Janeiro terminou em 2 a 2.

Altitude é trunfo

É impossível ignorar a presença da altitude neste confronto para o Flamengo. O Estádio Hernando Siles tem capacidade para 45 mil torcedores e está a 3.637 metros do nível do mar, ou seja, um dos mais altos do mundo e o sexto mais alto da América do Sul. O Rubro-Negro costuma ter dificuldades quando vai jogar na Bolívia, ou seja, o forte elenco não fará tanta diferença nesse confronto. Vai valer o coração, ou os pulmões, como preferir.

  • Daniel Alcides Carrión (estádio) – Cerro de Pasco (cidade) – Unión Minas (time) – 4.738 metros
  • Municipal de El Alto – El Alto – Always Ready – 4.090
  • Víctor Agustín Ugarte – Potosí – Real Potosí – 3.967
  • Guillermo Briceño Rosamedina – Juliaca – Binacional – 3.825
  • Jesús Bermúdez – Oruro – San José – 3.735
  • Hernando Siles – La Paz – Bolívar e The Strongest – 3.637
Torcida e altitude, essa é a combinação de sucesso para o Bolívar na Libertadores (Foto: Icon sport)

E o Millonarios?

A equipe de Bogotá, capital colombiana, é uma grande incógnita no grupo para o Flamengo. A campanha na edição passada da Libertadores viu o Millonarios alcançar o mata-mata pela primeira vez em quase dez anos, mas o sonho parou no Atlético Mineiro. Desde então, Los Embajadores tem vivido momento de oscilação no campeonato local.

A performance no Apertura é muito ruim, e a equipe figura na parte de baixo da tabela, em décimo quinto, com 12 pontos em 12 jogos. Apesar disso, o Millonarios se sagrou campeão da Supercopa da Colômbia, batendo o Junior Barranquilla na decisão. Motivos para sorrir e motivos para franzir a testa, são eles que deixam o time colombiano imprevisível.

No comando desde 2020, Alberto Gamero tem variado bastante o esquema tático da equipe, especialmente no meio-campo. A zaga é sempre formada por quatro atletas, assim como o ataque. O time vê diversos garotos da base despontando para o futebol profissional, como o caso de Daniel Ruiz, considerado uma joia da Colômia para os próximos anos. Leonardo Castro é o artilheiro, com cinco gols.

Alberto Gamero é a grande figura do Millonarios (Foto: Gilson Junio/AGIF/Sipa USA)

Vale destacar que Flamengo e Millonarios nunca se enfrentaram em competições continentais. O único encontro entre as equipes foi na base, quando empataram por 0 a 0 pela fase de grupos da Libertadores sub-20, em 2011.

A altitude segue como problema

Assim como o Bolívar, o Millonarios também apresenta a altitude em seu estádio. O Estádio Nemesio Camacho, conhecido como El Campín, está a 2600 metros do nível do mar. A altura é menor do que a de La Paz, mas não se engane ao achar que ela não faz a diferença. O oxigênio chega mais, porém os níveis de curva e velocidade da bola estarão ainda mais em evidência. Todo cuidado é pouco para o Flamengo.

O Flamengo, inclusive, disputou partida no El Campín recentemente, quando enfrentou o Independiente Santa Fé na fase de grupos da edição 2018. O jogo terminou em episódio bizarro envolvendo o atacante Geuvânio, que marcou segundos depois do árbitro apitar o fim do jogo, sem gols.

O Palestino, um velho conhecido

Modesto clube do Chile, o Palestino chega à fase de grupos da Libertadores com um alívio muito grande. A equipe chilena quase pôs tudo a perder em casa diante do Nacional do Paraguai, após ter vencido a ida em Assunção por 2 a 0, mas viu seu goleiro, Rigamonti, garantir a classificação. Foram quatro anos de ausência da equipe na competição continental.

O início no Campeonato Chileno também foi aos trancos e barrancos. A quinta posição indica certa dose de sucesso, mas a máscara cai rapidamente ao identificar que o 10º colocado tem a mesma pontuação. Todas as vitórias foram pela vantagem mínima, com exceção da goleada de 5 a 0 para cima do Cobreloa, na grande exibição do time na temporada.

Sem grandes estrelas, o Palestino tenta surpreender na fase de grupos da Libertadores (Foto: Reprodução/Twitter)

O técnico Pablo Sánchez vem de um trabalho interessante no ano passado, dado o material humano que possui. Ele costuma entrar em campo no 4-3-3, apostando na velocidade dos seus pontas e no faro de gol do centroavante Gonzalo Sosa, de 35 anos. Pelo desempenho atual, o sonho da classificação para o mata-mata parece bem distante.

Flamengo e Palestino já se encontraram quatro vezes, todas pela Copa Sul-Americana. Em 2016, o modesto clube chileno eliminou o gigante rubro-negro no Brasil, com show de Leo Valencia, que viria a ser jogador do Botafogo. No ano seguinte, foi a vez do clube carioca dar o troco em grande estilo, com duas goleadas: 5 a 2 em Santiago e 5 a 0 no Rio de Janeiro.

O jogo mais tranquilo para o Flamengo fora de casa

Ao contrário dos outros dois clubes, o Flamengo não deve ter problema com “caldeirões” no Chile. O estádio do Palestino, o Municipal de La Cisterna, tem capacidade para apenas 12 mil torcedores e raramente está lotado. Existe a possibilidade, também, do jogo ser transferido para o San Carlos de Apoquindo, que pertence à Universidad Católica e comporta quase 20 mil pessoas.

Veja todos os jogos do Grupo E da Libertadores 2024

Rodada 1:

  • Millonarios x Flamengo – 2 a 4 de abril – El Campín, Bogotá (COL)
  • Bolívar x Palestino – 2 a 4 de abril – Estádio Hernando Siles, La Paz (BOL)

Rodada 2:

  • Flamengo x Palestino –  9 a 11 de abril – Maracanã (BRA)
  • Millonarios x Bolívar – 9 a 11 de abril – El Campín, Bogotá (COL)

Rodada 3:

  • Bolívar x Flamengo – 23 a 25 de abril – Estádio Hernando Siles, La Paz (BOL)
  • Palestino x Millonarios – 23 a 25 de abril – Estádio San Carlos de Apoquindo, Santiago (CHI)

Rodada 4:

  • Palestino x Flamengo – 07 a 09 de maio – Estádio San Carlos de Apoquindo, Santiago (CHI)
  • Bolívar x Millonarios – 07 a 09 de maio – Estádio Hernando Siles, La Paz (BOL)

Rodada 5:

  • Flamengo x Bolívar – 14 a 16 de maio – Maracanã (BRA)
  • Millonarios x Palestino – 14 a 16 de maio – El Campín, Bogotá (COL)

Rodada 6:

  • Flamengo x Millonarios – 28 a 30 de maio – Maracanã (BRA)
  • Palestino x Bolívar – 28 a 30 de maio – Estádio San Carlos de Apoquindo, Santiago (CHI)

*As datas certas ainda não foram definidas oficialmente pela Conmebol

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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