Eliminação na Libertadores é chance para o Palmeiras rever status de alguns jogadores
Alviverde precisa ter coragem de colocar jogadores no banco de reservas e abrir espaço no time
É importante deixar claro que o Botafogo se classificou às quartas de final da Libertadores porque foi mais time que o Palmeiras nos dois jogos das oitavas de final. Mas não só. Hoje, o alvinegro carioca é mais time como um todo que o bicampeão brasileiro. O que é sintomático.
Não há dúvida de que o elenco do Palmeiras é bom. Assim como também é inquestionável que algumas peças precisam ter seus status revistos no time. A eliminação, a despeito do heroico 2 a 2 do jogo desta quarta-feira (21), precisa ser o empurrão para mudanças importantes na equipe.
Não se trata de uma caça às bruxas. Mas ciclos se encerram. E entender tais momentos talvez venha sendo a maior dificuldade de Abel Ferreira como comandante do Palmeiras.
Capitão do Palmeiras é hoje o terceiro melhor zagueiro
Gustavo Gómez é o maior exemplo. O capitão fez o gol que levava o jogo para os pênaltis — que o VAR ajudou o juiz a anular, por toque de mão do próprio Gómez. Mas não justifica sua titularidade, e não é de hoje.
Abel teve a coragem de mexer na intocável dupla de zaga para o jogo decisivo. Mas deixou Gómez na equipe, sacando Murilo. É fato que o camisa 26 também não faz um bom ano. No entanto, Gómez faz temporada pior. Hoje, Murilo e Vitor Reis jogam mais do que ele. E Naves não fica muito longe.
A negociação de Luan, por exemplo, obedeceu um desejo do jogador. Mas a verdade é que a defesa estava muito melhor com ele do que com o paraguaio, que ficou fora do time por lesão durante quase todo Campeonato Paulista.
Os dois gols do Botafogo tiveram falhas decisivas do paraguaio. No primeiro, deu condição para Savarino receber na área e cruzar para Igor Jesus, aos 10 do 2º tempo. Aos 17, errou um bote na entrada da área e deixou Savarino sair cara a cara com Weverton para fazer o segundo.
Palmeiras tem armação deficiente com Veiga
Outro jogador cuja importância histórica é inquestionável é Raphael Veiga. Também é inquestionável que ele talvez viva seu pior momento desde o retorno ao Verdão, em 2019.
E nem dá para dizer que o seu futebol oscilante nesse ano é uma surpresa. Assim como Gómez, o meia já dava sinais de estafa técnica em 2023, apesar da conquista do bicampeonato brasileiro.
O Palmeiras ter entrado em 2024 sem um meia com características para substituí-lo foi um erro de percurso de uma diretoria que contratou muito bem na temporada, mas que também deixou essa lacuna.
Titular na partida, Zé Rafael e seus constantes problemas físicos também já não pode ser titular sempre que estiver sem lesões. Sua dificuldade em jogadas que demandam mais velocidade é nítida, tanto atacando quanto defendendo.
Sobre Marcos Rocha, nem é preciso dizer muito. O lateral vive sua última temporada do Palmeiras e já está relegado a alguns jogos esporádicos. Sua entrada contra o Botafogo, nesse sentido, até se justificou.
E como falar mal de Rony e Menino?
Por outro lado, dois jogadores que perderam muito espaço poderiam ter mais chances. As entradas de Rony e Gabriel Menino, talvez os dois jogadores mais criticados pelos palmeirenses, foi o que quase levou o Palmeiras para os pênaltis.
Menino deu assistência para o gol de Flaco. Rony fez o segundo e brigou muito, mudando a cara do jogo. E, para completar, no último lance do jogo, Menino simplesmente acertou travessão de John em cobrança de falta 99% perfeita, da entrada da área.
A partida de Caio Paulista também é algo a se ressaltar. O lateral encontrou seu espaço e seria postulante à titularidade mesmo com Piquerez — que vivia momento ruim quando se lesionou.
E para terminar a análise, vale também apontar: Felipe Ânderson ainda precisa encontrar seu melhor futebol. Até o momento, em que pesem todos os senões, está decepcionando.