Artur Jorge descontrai o clima, mas sem fugir de responsabilidade no Botafogo
Bem-humorado, o técnico do Botafogo disse que a final da Libertadores é o jogo mais importante da sua carreira
A final da Copa Libertadores não é apenas o jogo mais importante da história para o Botafogo. Nesta sexta-feira (29), um dia antes da decisão contra o Atlético-MG, no Monumental, o técnico Artur Jorge e o volante Marlon Freitas ressaltaram como esta final também é o jogo mais importante das suas respectivas carreiras.
E isso não se restringe aos dois. Esta final de Copa Libertadores é o jogo mais importante de boa parte do jovem elenco do Botafogo. No grupo, apenas o goleiro John já havia disputado uma final — foi vice-campeão com o Santos em 2020. Thiago Almada tem um Copa do Mundo no currículo, mas só entrou em campo durante uma partida daquela campanha.
— Arrisco dizer que é o jogo mais importante da minha carreira. Não tenho dúvidas sobre isso. Me traz também a responsabilidade e a satisfação de podermos aproveitar o momento. Não quer dizer que não sabemos da responsabilidade que temos. Carregamos muita gente em cima de nós, temos o sonho de muita gente atrás de nós. Mas a responsabilidade não nos tira o gosto de viver esse momento — afirmou Artur Jorge no Monumental.
Já Marlon Freitas exaltou o fato de ter alcançado a final da Copa Libertadores logo na primeira vez em que disputa a competição.
— A atmosfera será incrível. Minha primeira experiência vivendo uma final de Libertadores, minha primeira Libertadores também. Vai ser um jogo muito bom, a gente precisa desfrutar deste momento. É um momento único para o clube. Duas equipes buscando vencer a partida — disse Marlon Freitas.
Artur Jorge alivia clima, mas sem fugir de responsabilidade
Representando o clube na última coletiva antes da final da Copa Libertadores, o técnico e o capitão do Botafogo não esconderam o peso da responsabilidade de defender o Glorioso na sua primeira decisão de Libertadores.
Ao relembrar a trajetória do Botafogo na Copa Libertadores, o técnico Artur Jorge, em um raro momento de descontração, brincou ao citar o fato de ter chegado no clube após as fases prévias, gerando risadas na sala de coletivo e até de Marlon Freitas. E revelou ter feito uma profecia após o Glorioso iniciar a fase de grupos com duas derrotas.
— Eu vim só na parte boa. Fugi dos playoffs e vim só na parte dos grupos. Deixei essa responsabilidade para os outros e depois vim aproveitar a parte boa. A verdade é que nem essa estava boa no início (risos). Quem chega e tem duas derrotas, quando há seis jogos para fazer, fica difícil. Foi preciso muita inspiração, fé e acreditar naquilo que tem na minha frente. De forma inequívoca depois de perder um jogo em Quito eu disse: ‘Nós temos ainda mais quatro jogos e a possibilidade de fazer 12 pontos. Vamos classificar. Acreditem no que temos que fazer e verão que aquilo que eu digo vai acontecer' — disse Artur Jorge.
Depois de descontrair o clima tenso na véspera da decisão do Botafogo, Artur Jorge ressaltou as dificuldades que passou com o clube no mata-mata da Libertadores. E terminou mostrando que quer mais do que “apenas” disputar a final da Libertadores.
— Depois, querendo ou não, temos uma trajetória nessa competição que tem muita história. Jogamos contra três enormes rivais que se hoje tivessem aqui não seria surpresa para ninguém. Jogamos contra todas as probabilidades. Fomos sempre o ‘underdog' para fazer o nosso melhor. Fizemo-lo sendo, na minha opinião, superior aos adversários. Tivemos jogos que tivemos momentos menos bons, normal, mas conseguimos ser melhores que Palmeiras, São Paulo e Peñarol.
— É uma trajetória carregada de história. Muitos vão dizer que é marcante chegar ao final, mas é pouco para o que queremos. O que fica na história é o nome dos vencedores. Não há história sem coragem e é isso que teremos que ter amanhã — completou o técnico do Botafogo.