Enquanto o ataque da Seleção destrói, Casemiro funciona como o ponto de equilíbrio

Anda meio difícil não ficar extasiado com a seleção brasileira nos últimos tempos. As trocas de passes, os dribles, os belos gols… A vitória sobre o Paraguai, nesta terça, foi um grande exemplo. Por mais que o Brasil tenha encontrado dificuldades durante parte do primeiro tempo e sofrido com as faltas ao longo dos 90 minutos, ainda assim conseguiu encantar. Os três gols, em três jogadas muito bem construídas (seja pelo trabalho coletivo e/ou pela qualidade individual), são emblemáticos. Porém, o sucesso depende do equilíbrio. E, neste sentido, o Brasil também vai funcionando à perfeição. Casemiro, assim como no Real Madrid, surge como peça vital na engrenagem de Tite.
O volante já deixou sua marca nestas Eliminatórias de maneira contundente. Foi o melhor em campo na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, a segunda na atual série da Seleção, quando simplesmente colocou James Rodríguez no bolso. Depois disso, perdeu os quatro compromissos seguintes por lesão, substituído por Fernandinho – que se saiu bem principalmente contra a Argentina, trocando de posição constantemente com Paulinho. No entanto, Casemiro retomou a titularidade na atual Data Fifa. Em duas vitórias marcantes do Brasil, não precisou aparecer para merecer os devidos elogios.
O trabalho do camisa 5 é justamente esse, servir de vértice do time. Contra o Uruguai, se sobressaiu principalmente na proteção. Já nesta terça, diante do Paraguai, distribuiu o jogo com maestria. Todos os titulares brasileiros receberam ao menos um passe de Casemiro durante os 90 minutos, tecendo a interligação da equipe. Além disso, embora não tenha sido tão exigido, mostrou muita firmeza no combate, com quatro desarmes. Se Paulinho, Renato Augusto, Marcelo e outros jogadores têm tanta liberdade para avançar ao ataque, devem muito à segurança garantida pelo companheiro.
Casemiro ainda pode ser um trunfo em situações específicas e pouco aproveitadas na Seleção até o momento. É um jogador com presença de área para as bolas paradas. Também possui capacidade nos passes longos, para jogadas em profundidade. Em duelos mais parelhos, no qual o Brasil precise explorar mais os contra-ataques, esta virtude tende a valer demais. O Real Madrid, por exemplo, utiliza o recurso de maneira eficaz.
Neymar, Coutinho e Paulinho, sobretudo, merecem os louros pelos 3 a 0 sobre o Paraguai. Mas não só eles. Se o time de Tite se encaixa tão bem, depende de outros tantos protagonistas. E a função de Casemiro como “1” entre a linha de zaga e o meio de campo é importantíssima para a coordenação do time. Empenho um tanto quanto silencioso, mas que vai sendo determinante para o sucesso da Seleção.