Riquelme sobre Superclássico: “Queria jogar, mas não posso porque Tevez usa minha camiseta”
Riquelme deixou o Boca Juniors de forma inesperada. Os torcedores imaginavam, e ansiavam, que o camisa 10 terminasse sua carreira onde mais se sentiu confortável na vida, no meio do gramado da Bombonera, com a camisa azul e amarela. Mas ele decidiu disputar uma temporada pelo Argentino Juniors (e quase fechou outro contrato com o Cerro Porteño) antes de parar de vez. Isso não significa que seu amor pelo clube tenha diminuído sequer um centímetro.
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Aposentado, Riquelme continua vivendo e morrendo com o Boca, do qual considera ser presidente no futuro. Falando em uma universidade, onde foi reconhecido como personalidade destacada da província de Buenos Aires pela classe política, mostrou que está por dentro de todos os assuntos do clube, que sofreu com a derrota para o San Lorenzo, em casa, no último final de semana, e deu sua opinião sobre a eliminação na Libertadores por causa do exagero da torcida na Bombonera.
Ele sabe muito bem que no próximo domingo, seu time enfrenta o River Plate, no Monumental, o único jogo que poderia tirá-lo da aposentadoria. “Larguei o futebol, e amo meu clube como todos vocês, mas a única partida que me dá gana de jogar é a de domingo”, afirma, antes de fazer uma ressalva. “Não poderia jogar porque Carlitos (Tevez) está usando a minha camiseta”.
Luta muito, corre muito e joga pouco
Sabemos que houve um inconveniente no qual tivemos sorte que nenhum jogador do River saiu machucado. Antes de tudo, está a saúde dos jogadores. Mas, além disso, ninguém disse que, no primeiro tempo no campo do Boca, durante esses 45 minutos, não chutamos a gol. Fala-se tanto do famoso spray, o que é normal porque isso não pode acontecer, mas ninguém fala de futebol. Eu quero uma equipe que chute a gol, que crie lances de perigo. Como disse há alguns meses, o Boca luta muito, corre muito e joga pouco.
Pareço louco, mas tenho princípios
Cheguei ao Boca aos 17 anos e meu único sonho era jogar uma partida na Bombonera, e agora tenho a sorte de ser o jogador com mais presenças nesse estádio, o mais lindo do mundo. Para os torcedores e para mim, teria sido lindo terminar a carreira com a camisa do Boca, mas eu pensei muito nisso e fiz o que tinha que fazer. Embora pareça louco, tenho princípios.
Líder positivo
Isso de líder positivo ou líder negativo é uma mentira. Quem dá bola à imprensa é líder positivo, e quem não dá é líder negativo. E quem joga bem joga bem, e nada mais.
Fiquei velho
Eu me pego vendo vídeos (na aposentadoria), o que nunca havia feito. Não sei se conseguiria, hoje em dia, repetir as coisas que eu fazia (quando era jovem).
Jogava como torcedor
O torcedor do Boca me deu muito mais do que eu dei a eles. E tive sempre uma grande vantagem em relação ao resto, porque eu jogava como jogador e como torcedor, e isso é um extra porque sempre tinha algo mais a dar.
Respeito dos rivais
Os torcedores dos outros clubes me tratam com respeito. Já acho uma grande conquista não ser insultado na rua.