A Argentina jogou por música e botou Emirados Árabes no meio da roda, em 5×0 repleto de lindos gols
A Argentina alcança 36 partidas de invencibilidade, ao vencer seu último amistoso antes da estreia na Copa

A Argentina encerra sua preparação à Copa do Mundo levíssima. A Albiceleste por vezes parece flutuar em campo e isso aconteceu no último amistoso da equipe antes da estreia no Mundial. Tudo bem que o adversário não inspirava muitos cuidados, os Emirados Árabes Unidos, num daqueles jogos para encher os bolsos da AFA. E mesmo que a Scaloneta preferisse tirar o pé, brindou os espectadores com um show durante os 45 minutos iniciais. Foi uma coleção de golaços comandada por Ángel Di María e Lionel Messi – que permaneceu em campo o tempo todo. Ao final, a goleada por 5 a 0 amplia a invencibilidade argentina para 36 partidas – a uma de igualar o recorde histórico do futebol de seleções, estabelecido pela Itália.
A Argentina entrou com boa parte de seus titulares. A defesa estava um pouco modificada, com apenas Nicolás Otamendi do provável time de Scaloni. Juan Foyth, Lisandro Martínez e Marcos Acuña puderam mostrar serviço. Mais à frente, as atenções ficavam para Alexis Mac Allister, escolhido para ocupar a lacuna deixada pelo lesionado Giovani Lo Celso. Julián Álvarez também apareceu no ataque. Os holofotes, de qualquer maneira, acabavam em Lionel Messi e Ángel Di María. Do outro lado, Emirados Árabes tinha no comando do ataque Ali Mabkhout, lenda da seleção, e também o brasileiro naturalizado Caio Canedo.
Emirados Árabes até ameaçaram de início, mas, quando a Argentina botou a música para tocar, não quis mais parar de dançar. O primeiro gol saiu aos 17 minutos, num ataque rápido. Di María enfiou para Messi, que só rolou à conclusão do agradecido Álvarez. O Fideo, logo depois, iniciou seu show particular. Di María anotou o segundo aos 25, numa inversão de Acuña. O ponta pegou de primeira, na veia, num lindo chute que beijou a trave antes de entrar. O repertório de Di María teria outra pintura diferente aos 36. O camisa 11 aproveitou a zaga espaçada e driblou até o goleiro, como se fossem bonecos de pebolim. Faltava o de Messi. E ele aconteceu aos 44, numa tabela maravilhosa. Di María limpou e entregou para o camisa 10, que tirou dois para dançar com uma só finta e meteu no alto do gol.
A torcida em Abu Dhabi até aplaudiu quando viu que Messi estava de volta para o segundo tempo. A Argentina, contudo, realizou uma série de mudanças e aproveitou inclusive para fazer experimentações táticas – com Gonzalo Montiel adiantado ao meio. Harib Suhail mandou bola na trave e Caio Canedo perdeu grande chance com a meta aberta, travado salvadoramente por Germán Pezzella. O gol que saiu, ainda assim, seria mais uma vez da Argentina. Aos 15 minutos, Rodrigo de Paul fez a rapa na faixa central e entregou para Joaquín Correa, vindo do banco, finalizar com frieza. Nem precisaram de mais.
A Argentina amplia um pouco mais seu recorde como seleção sul-americana com maior sequência invicta na história, após superar o Brasil dos anos 1990. Agora, tem a chance de bater a marca recente estabelecida pela Itália, com 37 jogos. E é um momento favorável que se renova a cada partida do time de Lionel Scaloni, ainda que essa não sirva de teste para nada. A Albiceleste chega com pinta de favorita, bola de favorita e um grupo até mais acessível para não se desgastar tanto de início.