Alexis deixou as polêmicas de lado para comandar 23 minutos avassaladores do Chile

Alexis Sánchez atravessas semanas bastante conturbadas. O momento do Arsenal não é bom, e as atitudes do atacante vêm sendo questionadas. Da mesma forma, nos últimos dias, muito se falou sobre o seu comportamento após a derrota para a Argentina, quando não foi cumprimentar os torcedores chilenos, o que teria desagradado os companheiros. Quando quer jogar, porém, o camisa 7 faz La Roja funcionar como ninguém. E viveu 45 minutos espetaculares no Estádio Monumental David Arellano. Imparável durante o primeiro tempo, Sánchez comandou a vitória por 3 a 1 sobre a Venezuela, importante ao Chile nas Eliminatórias.
Os chilenos entraram em campo sob pressão. Diante da tabela apertada, os três pontos seriam vitais para firmar a equipe na zona de classificação. Os torcedores em Santiago, no entanto, viveram 23 minutos de sonho. Este foi o tempo necessário para balançar as redes três vezes, sob a inspiração de Alexis Sánchez. O primeiro gol do camisa 7 foi uma pintura, aos quatro. Em cobrança de falta na entrada da área, mandou a bola no ângulo, sem chances de defesa. Três minutos depois, jogada dele para o segundo. O atacante atravessou a área e deu lindo passe para Charles Aránguiz servir Esteban Paredes, que não perdoou. E Sánchez, infernizando com sua movimentação, ainda participou do terceiro, desviando na linha de fundo para Paredes escorar. Pelas trocas de passes envolventes, parecia até mesmo que o time de Jorge Sampaoli tinha revivido.
A partir de então, o jogo ficou um pouco mais equilibrado. O Chile continuava criando chances, chegando a acertar a trave com Eduardo Vargas, mas também via a Venezuela ameaçar a meta de Claudio Bravo. Seguiu assim até o intervalo. Afinal, na volta do segundo tempo, tudo parecia indicar uma goleada massacrante dos chilenos. La Roja ia emendando chute atrás de chute e a bola insistia em não entrar. Arturo Vidal, principalmente, era quem mais desperdiçava. Em um dos lances, mesmo de frente para o gol, o meio-campista bateu para fora. Alexis ainda quase fez outro golaço, por cobertura. Só que os erros deixariam os anfitriões em uma inimaginável situação incômoda.
A Venezuela descontou aos 17. Bola na área que José Salomón Rondón completou de cabeça. Nisso, a Vinotinto cresceu. Tomás Rincón carimbou o travessão, em bola que os venezuelanos ainda afirmaram ter entrado, ao tocar o chão. O árbitro entendeu que não passou a linha. Do outro lado, brilhava o goleiro Wuilker Fariñez. Ele operou um milagre em arremate de Valdívia e, aos 30, defendeu um pênalti de Alexis Sánchez. Bola que poderia ter garantido um pouco mais de tranquilidade à Roja nos minutos finais, diante da pressão dos visitantes. No fim, o alívio.
Enquanto a Venezuela permanece na lanterna das Eliminatórias, o Chile volta a figurar entre os cinco primeiros. Ultrapassa o Equador e a Argentina, assumindo a quarta colocação, com 23 pontos. O bom futebol exibido no primeiro tempo serve de alento, mas a ineficiência nas finalizações claramente desponta como principal problema da Roja. Agora, o próximo compromisso do time de Juan Antonio Pizzi é a Copa das Confederações. Só não dá para perder de vista os obstáculos pelo caminho na América do Sul: os chilenos ainda recebem Paraguai e Equador, além de visitarem Bolívia e Brasil. Se não flertarem tanto com o azar, como tentaram fazer em parte do tempo nesta terça, dá para ficar entre os cinco primeiros sem sobressaltos.