Alemanha

Rafinha derramou lágrimas pela história que construiu no Bayern e pelo sonho que realizou

Rafinha Bayern de Munique. Mas o clube de Gelsenkirchen não quis saber. “Se você sonhar em assinar contrato com o Bayern de Munique, vamos ferrar sua carreira”, contou na emissora que lhe foi dito, na emissora brasileira, pelo treinador Felix Magath, conhecido por ser meio louco, “não com essas palavras: pior”.

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O lateral direito estava há cinco anos na Alemanha, há 25 no Planeta Terra, e não quis comprar a briga. Recebeu propostas de clubes como Liverpool e Milan. Mas queria o Bayern. Aceitou fazer uma ponte no Genoa e ficou feliz quando ouviu do presidente italiano que havia sido vendido aos bávaros. E os bávaros devem ter ficado feliz que o contrataram. Rafinha, nesta terça-feira, despediu-se após oito anos de excelentes serviços prestados, muitos títulos e uma linda história construída.

Era sabido que Rafinha não renovaria seu contrato. Especulado no Flamengo, afirmou que ainda decidirá se continua na Europa ou volta ao Brasil. Nem por isso, a carga emocional foi menor na entrevista coletiva em que o brasileiro agradeceu todo mundo, lembrou mensagens da mãe e destacou o quanto a amizade com os jogadores mais antigos do elenco foi importante para a quantidade de glórias alcançadas. Entre eles, um Franck Ribéry visivelmente emocionado na plateia.

Rafinha teve um obstáculo bem específico para se firmar no time titular: disputava posição com Philipp Lahm. Na sua primeira temporada no Bayern, a lenda alemã atuou bastante pela esquerda, o que abriu espaço para que ele atuasse 24 vezes na Bundesliga pela direita. No ano seguinte, foi mais reserva, com apenas 13 jogos, seis como titular.

A chegada de Guardiola mais do que dobrou o total, em um primeiro momento, a inteligência de Lahm foi deslocada para o meio-campo. Rafinha Foi 25 vezes titular na Bundesliga em 2013/14, 24 na campanha seguinte e 18 na última temporada do técnico espanhol na Baviera. E não apenas substituindo Lahm: com Guardiola, Rafinha foi usado em todo lugar, da lateral esquerda à zaga, passando pelo meio-campo.

Nas temporadas seguintes, alternou entre papel de reserva com Ancelotti a jogador mais frequente no retorno de Jupp Heynckes. Com Niko Kovac, teve apenas nove jogos como titular na Bundesliga, o que o levou a reclamar, em meados de fevereiro, por causa da falta de oportunidades. Naquele momento, já falava publicamente que sairia do Bayern ao fim da temporada.

O dia ainda não chegou. Rafinha ainda tem dois jogos pela frente, contra Eintracht Frankfurt, na última rodada da Bundesliga, e RB Leipzig, na final da Copa da Alemanha, para exercer o hábito que adquiriu em Munique: levantar títulos. Seis vezes campeão da Alemanha e campeão europeu, Rafinha derramou lágrimas na sua entrevista de despedida porque sabe o tamanho da história que construiu no lugar em que tanto sonhou trabalhar.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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