Na Bundesliga, o Fusca ’70 não foi páreo para o Fórmula 1
O Fusca é um dos carros mais simpáticos já criados pela indústria automobilística e é um símbolo da Volkswagen, montadora alemã. Desta vez, porém, o famoso carro foi usado para descrever uma situação de fraqueza no país. O técnico do Mainz 05, Thomas Tuchel, disse que o seu time foi como um Fusca 1970 correndo contra um Fórmula 1. Se referia à goleada sofrida para o Bayern de Munique por 4 a 1 na Allianz Arena, de virada, com destaque para o meia Mario Götze, que finalmente conseguiu fazer um grande jogo com a camisa vermelha, que ele passou a defender nesta temporada.
O primeiro tempo do Bayern foi mais uma vez muito ruim e o time sofreu um gol, de Shawn Parker. Mas o segundo tempo mostrou qual era o tamanho da diferença entre os dois times. Em seis minutos, o placar já estava 2 a 1. Mario Götze entrou no intervalo e fez a diferença, com dois passes para gols e muita participação na criação de jogadas. O meia foi a principal contratação do time bávaro na temporada com os € 37 milhões gastos para tirá-lo do rival Borussia Dortmund. Até aqui, não tinha apresentado o grande futebol que o caracterizou. Neste sábado, deu uma mostra da sua capacidade técnica.
Thomas Müller brilhou e marcou dois gols, enquanto Arjen Robben marcou um e deu passe para outro. O centroavante Mario Madzukic também guardou o seu. Olhando só o segundo tempo, não dá para entender muito porque o Bayern sofreu tanto no primeiro, sem conseguir ser esse time incisivo e perigoso.
Como tem sido característica, o time toca muito a bola, com três jogadores ultrapassando os 100 passes na partida: Philipp Lahm, mais uma vez volante, Jérome Boateng, zagueiro, e Bastian Schweinsteiger, o meio-campista mais completo do time.
O Bayern já assumiu a liderança da Bundesliga e tem tudo para se manter por ali. Seu elenco é farto de opções. Como se viu, Götze estava no banco. O time pode jogar com Lahm na lateral ou no meio, tem Mandzukic para o centro do ataque, mas também pode jogar com Müller por ali.
O time tem variação, opções e um técnico com capacidade inventiva – a ponto de escalar o Barcelona sem zagueiros e ainda assim conseguir vencer, uma loucura que quase parece um desafio pessoal ou um daqueles desafios do tempo de International Superstar Soccer.
O técnico do Mainz sabia. Vencer esse Fórmula 1 com um Fusca 1970 seria mesmo quase impossível. A pergunta é: se o Mainz é um Fusca 1970, os outros times europeus que disputam com o Bayern a Liga dos Campeões seriam o que?