Novas lesões, acusações de racismo e pedidos de ‘fora, Tuchel’: Bayern precisa reagir para fugir de turbulência
Na corda bamba, Thomas Tuchel precisa fazer Bayern de Munique reagir; além de derrotas, técnico lida com nova lesão e clima tenso com jogadores

A bruxa está solta no Bayern de Munique. Em apenas uma semana, a equipe levou um sonoro 3 a 0 do Bayer Leverkusen, ficando mais distante do primeiro colocado, e ainda foi derrotado pela Lazio no primeiro jogo das oitavas de final da Liga dos Campeões. Não bastasse isso, as más notícias não param.
Nesta sexta-feira (16), o clube anunciou que Sacha Boey, o lateral-direito adquirido na última semana da última janela de transferências de janeiro, sofreu uma ruptura de fibra muscular na coxa esquerda. No comunicado, o Bayern anunciou que o francês, que custou 30 milhões de euros, ficará afastado por “algumas semanas”. Boey é mais um de vários importantes desfalques para o jogo do próximo domingo (17), contra o Bochum e também para a partida da volta das oitavas da Champions. Além dele, Kingsley Coman, Alphonso Davies, Konrad Laimer, Serge Gnabry e Bouna Sarr seguem fora das opções de Thomas Tuchel.
Tuchel na corda bamba
O técnico, aliás, é quem mais está pressionado. Além das duas importantes derrotas seguidas, foi revelado que Thomas Tuchel deu uma bronca forte nos atletas após o revés frente à Lazio. ‘Vocês não são tão bons como eu pensava, portanto, eu tenho de me adaptar a esse nível', teria dito Tuchel. A frase, obviamente não caiu bem no vestiário, o que deixa ainda mais tensa a relação entre corpo técnico e jogadores.
O momento atual interno do Bayern chegou a ser analisado por Lotthar Matthäus. Ídolo histórico do clube, o ex-líbero crê que falta leveza, naturalidade e cumplicidade ao elenco.
– O treinador e a sua comissão têm agora um trabalho muito exigente psicologicamente, mas eles têm experiência suficiente para lidarem com isso. É preciso reconquistar a confiança dos jogadores. Desejo isso para Tuchel e para o Bayern, mas não é fácil. Eu mesmo já experimentei essas situações muitas vezes em minha carreira. A relação de confiança entre os principais líderes e o treinador pode ter sido perdida.
A pressão está tão forte que ainda nesta sexta-feira (16), torcedores foram ao centro de treinamento da equipe bávara, levando cartazes em que pediam a saída do técnico do cargo. E não foi só isso. Em outro cartaz, uma torcedora questionava o por que de Tuchel ter escalado Dayot Upamecano, que foi expulso contra a Lazio, e Kim Min-jae, ao invés de Matthijs De Ligt, entre os titulares contra a Lazio.
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Acusações de racismo contra zagueiro
Aliás, Upamecano também se manifestou nesta sexta-feira. Considerado o bode expiatório em campo do revés sofrido na Champions League, o zagueiro se desculpou pelo cartão vermelho, mas denunciou mensagens racistas sofridas em suas redes sociais.
– Erros fazem parte do futebol. Cometi um e peço desculpas aos meus companheiros e aos torcedores. A crítica também faz parte do futebol, mas o racismo não tem lugar em lado nenhum – seja no estádio ou nas redes sociais. O racismo não tem lugar em lado nenhum. Estamos em 2024 e ainda temos de o repetir.
Desafio importante
O primeiro desafio para superar todas as turbulências é neste domingo (18), frente ao Bochum, fora de casa, pela Bundesliga. Com 50 pontos, a 5 do líder Leverkusen, e desfalcado, o time bávaro ainda assim é favorito contra o 14º colocado do campeonato alemão. Apesar disso, os bávaros não terão vida fácil, ainda mais com o momento ruim.
– Entramos em todos os jogos para vencer, independentemente de ser contra o Augsburg ou o Bayern. Continuaremos fiéis aos nossos princípios e queremos ser corajosos. Sabemos do que somos capazes. Deve chover na noite de domingo. Quando as luzes estiverem acesas, vamos fazer a nossa parte -, disse o treinador Thomas Letsch.
A situação de Tuchel está complicada. Não é totalmente descartada uma demissão caso o Bayern tropece novamente neste fim de semana. Mas apesar das pressões, das lesões e do clima tenso no vestiário, o treinador alemão terá mais uma chance de recuperar o ânimo de sua equipe em busca de títulos possíveis, sejam nacionais ou continentais.