Uli Hoeness quer que o Bayern volte a apenas dar risada no último dia do mercado

Há casos especiais. Imprevistos. Negociações difíceis que se alongam. No geral, porém, os clubes mais organizados tendem a terminar a formação do elenco antes do último dia do fechamento da janela, e o Bayern de Munique costuma ser um deles. Este ano foi uma exceção. Havia lacunas a serem preenchidas, após as saídas tardias de alguns jogadores, mas Thomas Tuchel ficou de mãos abanando. O presidente honorário dos bávaros, Uli Hoeness, espera que isso nunca mais se repita.

Costumávamos dar risada

Em entrevista ao Süddeutsche Zeitung, Hoeness lembrou que a diretoria do Bayern de Munique costumava dar risada do desespero dos concorrentes no fechamento do mercado. Não é o melhor momento para contratações inteligentes e eficientes porque, pressionados pelo tempo, os clubes compradores estão propensos a pagar mais. Segundo o Bild, a lenda bávara chegou a caracterizar os programas de televisão cobrindo o evento de “uma gaiola cheia de idiotas”.

– Salvo casos excepcionais, não deveríamos mais estar no meio da ação no último dia de transferência no futuro. Costumávamos rir desse prazo. Para não cair de cara no chão ou ter que pagar preços lunáticos sob pressão, os negócios devem ser concluídos no meio da fase de transferências no futuro. Salvo casos excepcionais, estrelas de topo, mas sem necessidade – disse.

O que aconteceu com o Bayern no fechamento do mercado?

O Bayern de Munique deixou alguns jogadores de rotação saírem na última semana do mercado. O lateral Josip Stanisic foi emprestado ao Bayer Leverkusen e Benjamin Pavard acertou com a Internazionale, desfalcando tanto a zaga quanto a lateral. No último dia, o Liverpool finalmente fechou com o meia Ryan Gravenberch. As tentativas de negócios se concentraram em trazer reposições para os dois setores.

A prioridade foi um primeiro volante com potencial para ser titular imediatamente, e João Palhinha, com alguns dos melhores índices defensivos da Premier League, chegou a viajar a Munique para fazer exames médicos. Parecia tudo certo, mas o Fulham aprovaria a venda apenas se conseguisse trazer um substituto. Tentou Pierre-Emile Hojbjerg, do Tottenham, sem sucesso, e quando a janela alemã fechou, às 17h (Brasília), a contratação de Palhinha teve que ser abortada.

O Bayern não teve mais sorte na defesa. Um dos alvos foi Trevoh Chalobah, velho conhecido de Thomas Tuchel dos tempos de Chelsea. Parecia haver uma divergência de objetivos: o clube inglês queria aceitar uma proposta do Nottingham Forest de venda em definitivo, para ajudar a equilibrar suas contas, e o zagueiro queria ser emprestado a um time mais forte, como o alemão. Não deu negócio. Outra tentativa sem sucesso foi pelo jovem alemão Armel Bella-Kotchap, que queria tanto não disputar a segunda divisão inglesa pelo Southampton que foi temporariamente cedido ao PSV.

Após vencer o Borussia Mönchengladbach por 2 a 1 no último sábado, Tuchel reconheceu que está com um elenco “um pouco pequeno”.

Mais reforços no inverno

O Bayern de Munique terá que se virar com o que tem pelo menos até janeiro, quando pode voltar às compras, e o seu novo CEO, Jan-Christian Dreesen, indicou que ainda não desistiu de Palhinha.

– Nós realmente tentamos de tudo. Estamos decepcionados também. Não adianta nada se no fim das contas o clube não conseguiu, apesar de uma excelente proposta, porque não havia substituto. Tivemos uma comunicação muito intensa. João teria adorado ficar. Ele ficou muito triste que não deu certo, mas na maioria das vezes você vê a outra pessoa duas vezes na vida – disse.

Quem o Bayern de Munique contratou?

• Harry Kane (Tottenham)
• Kim Min-jae (Napoli)
• Daniel Peretz (Maccabi Tel-Aviv)
• Konrad Laimer (RB Leipzig)
• 
Raphaël Guerreiro (Borussia Dortmund)

Quem deixou o Bayern de Munique?

• Lucas Hernández (PSG)
• Ryan Gravenberch (Liverpool)
• Sadio Mané (Al-Nassr)
• Benjamin Pavard (Internazionale)
• Marcel Sabitzer (Borussia Dortmund)
• Yann Sommer (Internazionale)
• Josip Stanisic (Bayer Leverkusen)
Daley Blind (Girona)