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Costa do Marfim conquista a Copa Africana de Nações em roteiro com recado claro: jamais desistir

De virada, Elefantes vencem a Nigéria pelo placar de 2 x 1 e conquistam a competição pela terceira vez em sua história

A Costa do Marfim é a grande campeã da Copa Africana de Nações. Os Elefantes venceram a Nigéria, de virada, pelo placar de 2 x 1 e pintaram o continente africano de laranja pela terceira vez em sua história. Troost-Ekong abriu o marcador para as Águias, mas Kessié, de cabeça e Haller, com o biquinho da chuteira, viraram o confronto no Estádio Olímpico Alassane Ouatara.

Talvez nem o mais criativo roteirista de filme poderia imaginar um caminho tão incrível para o desfecho da competição. A Costa do Marfim deixou um recado claro ao fã do futebol e do esporte em si, jamais desistir. Heroico, histórico, inimaginável, escolha caro leitor o adjetivo para definir este título dos Elefantes, que começaram bem, vencendo Guiné-Bissau por 2 x 0 na estreia, mas depois foram derrotados pela própria Nigéria por 1 x 0 e humilhados por Guiné Equatorial pelo placar de 4 x 0.

Uma combinação de resultados nada convencional manteve os anfitriões no torneio e a partir daí a história passou a ser escrita, em um enredo que ficará marcado para sempre na memória dos amantes do esporte bretão. Nas oitavas, vitória sobre a favorita seleção de Senegal, nas quartas, vitória de virada contra Mali, com um jogador a menos durante boa parte do jogo, na semi, outra vitória heroica diante do Congo, por 1 x 0.

E se vamos falar de heróis, como não citar Sebastian Haller, autor do gol que classificou o time para a final e também foi o responsável por marcar o gol da virada diante da Nigéria na decisão. O atacante venceu um câncer recentemente e pode ser considerado um dos símbolos desta seleção marfinense, que não desistiu e mostrou ao mundo que lutar até o fim é o único caminho para conquistar um objetivo.

Nigéria é cirúrgica em primeiro tempo truncado

Com seis minutos de jogo, a Costa do Marfim aproveitou o fato de jogar em casa para criar duas boas chances. Adingra teve boa oportunidade pelo lado esquerdo, invadiu a área e chutou por cima da meta do goleiro Nwabali. A Costa do Marfim seguia na pressão e após um cruzamento na área, Max Gradel virou uma linda bicicleta e mandou a bola à direita do goleiro da Nigéria.

O jogo seguiu truncado, nervoso, com os dois times mais preocupados em não errar do que se expôr para abrir espaços ao seu adversário. Mesmo assim, aos 33 minutos, a Costa do Marfim teve uma chance de ouro para abrir o marcador. Adingra foi lançado dentro da área pelo lado esquerdo e chutou forte e cruzado, para mais uma grande defesa do goleiro Nwabali.

A Nigéria pouco tinha feito no jogo, mas em uma final, um detalhe, uma jogada pode ser suficiente para conseguir mudar a história de um campeonato. Foi assim que as Águias abriram o marcador aos 38 minutos. Na nascente da jogada, o time nigeriano atacou rapidamente pela esquerda.

Sanusi foi lançado pelo lado esquerdo e chutou a bola em cima da marcação. Na sequência da jogada, após cobrança de escanteio, Troost-Ekong subiu mais alto do que a marcação para mandar de cabeça para o fundo do barbante, abrindo o placar no Estádio Olímpico Alassane Ouatara. Nos acréscimos do primeiro tempo, Fofana recebeu na intermediária e mandou uma bomba no meio do gol, bem colocado, Nwabali fez mais uma intervenção, na última chance do primeiro tempo.

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Resiliente Costa do Marfim conquista a Copa Africana de Nações

A Costa do Marfim foi para o “abafa” logo nos primeiros minutos do segundo tempo. Atacando sempre de forma aguda pela esquerda, com as investidas de Adingra, os Elefantes tiveram uma ótima chance aos três minutos. Após mais uma jogada do camisa 24, o ponta levou a bola na linha de fundo, se livrou da marcação com certa facilidade, cruzou rasteiro e a bola encontrou Max Gradel do outro lado da área, o atacante chutou de primeira e a bola explodiu em cima da marcação.

Aos 13 minutos, Seri recebeu na intermediária, abriu na perna direita e mandou um forte chute. A bola passou ao lado direito da meta de Nwabali em mais uma chance boa criada pelo ataque da Costa do Marfim. Os Elefantes aproveitaram o recuo excessivo da Nigéria para continuar no ataque. Aos 14 minutos, Adingra foi mais uma vez à linha de fundo e encontrou bom cruzamento na área para Kessié, o meia deu um belo peixinho, mas tocou fraco de cabeça, facilitando o trabalho do goleiro nigeriano.

A pressão da Costa do Marfim era ensurdecedora. Dois minutos mais tarde, à cabeçada de Kessié, Kossounou acertou uma patada do meio da avenida, obrigando Nwabali a espalmar pela linha de fundo em escanteio. Na cobrança do córner, o mesmo Kessié acertou belo cabeceio e mandou a bola para o fundo do gol, empatando o jogo.

O time nigeriano só foi atacar no segundo tempo aos 23 minutos. Pelo alto, Troost-Ekong tentou marcar seu segundo gol de cabeça no jogo, mas mandou a bola pela linha de fundo. Melhor no segundo tempo, a Costa do Marfim quase consegue o seu segundo gol por intermédio de Haller. Após cruzamento na área pelo lado direito, Adingra ajeitou a bola para o meio da área e o atacante virou uma linda bicicleta, mas mandou pela linha de fundo.

Resiliência é a palavra que pode explicar com exatidão toda a campanha da Costa do Marfim nesta Copa Africana de Nações. Assim como a história de Haller, que venceu um câncer para disputar a competição. E quis o destino que o atacante fosse o responsável pelo gol que virou a partida no Estádio Olímpico Alassane Ouatara. Aos 36 minutos, Adingra, de novo ele, levou a bola na linha de fundo e cruzou no capricho, Haller, com ousadia e muito oportunismo, usou o biquinho de sua chuteira para vencer Nwabali e virar o jogo em favor da Costa do Marfim.

Na copa que ficará marcada na história como “A competição dos roteiros malucos”, nada mais justo do que um guerreiro com uma trajetória de tanta superação como Haller ser o responsável por marcar o gol que deu o título aos Elefantes. De quase eliminada, a Costa do Marfim conseguiu algo que só aqueles que não desistem conseguem, reverter um quadro irreversível, usar o poder da fé para chegar onde ninguém imaginou.

Nos minutos finais de jogo, os Elefantes levantaram um muro laranja à frente de sua área. Bloqueio este que as Águias não conseguiram suplantar. Após o apito final, alegria, choro e um sentimento de alívio após um começo tão conturbado tomaram o Estádio Olímpico Alassane Ouatara em um único coro, com o povo da Costa do Marfim bradando, emocionados, o grito de campeões africanos pela terceira vez em sua história.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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