Histórias como a do zagueiro japonês Naoki Matsuda, que sofreu um ataque cardíaco enquanto treinava e corre risco de morte, são cada vez mais frequentes no futebol. Jogadores como o espanhol Antonio Puerta, o húngaro Miklos Feher e o brasileiro Serginho já perderam a vida e essas histórias já foram repetidas em incontáveis ocasiões. Há, porém, quem tenha escapado e conseguido dar a volta por cima no futebol em outra função. É o caso de Stale Solbakken, hoje técnico do Köln.
Em 13 de março de 2001, o norueguês treinava pelo Kobenhavn, equipe que defendia na época, quando sofreu uma parada cardíaca. O médico do clube, Frank Odgaard, tentou reanimá-lo, o que só aconteceu quase sete minutos depois, já na ambulância rumo ao hospital. Solbakken, que era meio-campista da seleção norueguesa e disputou a Copa do Mundo de 1998, sobreviveu e colocou um marca-passo, mas teve de se aposentar precocemente, aos 33 anos.
O futebol, porém, não sairia de sua vida. Após recuperar-se, Solbakken tornou-se técnico do HamKam, então na segunda competição norueguesa, e levou o time à elite do país em 2003. Saíu em 2005 e pouco depois assumiu o Kobenhavn, clube pelo qual foi campeão dinamarquês em cinco oportunidades, além de chegar às oitavas de final da Liga dos Campeões em 2010/11 e ser o primeiro time do país a passar da fase de grupos do torneio. Agora, no Köln, é o primeiro técnico da história da Bundesliga que usa um marca-passo, e se diz feliz pelo simples fato de ainda estar vivo.
Em seu novo clube, Solbakken chegou cantando pneu sem avisar, mostrando que tem, com o perdão do trocadilho, pulso firme. Logo de cara, tirou a braçadeira de capitão de Lukas Podolski, jogador mais badalado do time, e a colocou em Pedro Geromel, zagueiro que já se destaca há algumas temporadas. E justificou a decisão dizendo que o brasileiro simboliza o espírito guerreiro que ele quer de toda a equipe, para que o Köln saia do limbo em que se encontra. É esperar para ver.
A história de Solbakken foi contada recentemente pelo colunista de Escandinávia da Trivela, Rodolfo Zavati. Clique aqui para conferir.
