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Novas cenas de violência no futebol grego interrompem clássico entre Panathinaikos e Olympiacos

Mais uma vez, o futebol grego foi palco de cenas violentas no fim de semana. E, mais uma vez, justamente no seu principal evento. O Clássico dos Eternos Inimigos entre Panathinaikos e Olympiacos precisou ser interrompido pelo árbitro alemão Marco Fritz, a 20 minutos do fim, após uma série de incidentes. O Olympiacos, visitante, vencia por 1 a 0, gol de Miguel Ángel Guerrero.

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Segundo uma reportagem da AP, depois do jogo em que o presidente do PAOK, Ivan Savvidis, invadiu o gramado com uma arma na cintura, irritado por um gol anulado no fim de uma partida contra o AEK Atenas, a Fifa obrigou o futebol grego a realizar uma série de reformas para continuar filiado à entidade. Uma delas foi importar árbitros estrangeiros para partidas em que houvesse potencial de violência.

Como poucos confrontos em solo grego tem mais potencial de violência do que Panathinaikos e Olympiacos, foi o árbitro alemão Fritz quem ordenou a primeira interrupção da partida, ainda aos seis minutos, quando dezenas de torcedores do time da casa invadiram o gramado e atacaram o banco de reservas do Olympiacos – deve parecer evidente à esta altura, mas, sim, há torcida única na Grécia.

De acordo com o Guardian, o alvo era o porta-voz do clube, Costas Karapapas, e também houve uma tentativa de agredi-lo durante o intervalo. Fritz deu 13 minutos de acréscimo no primeiro tempo. No começo da etapa final, Guerrero marcou o único gol da partida, aos nove minutos, o que deu início a um novo conflito, fora do estádio, entre torcedores piromaníacos e policiais, que usaram gás lacrimogêneo para tentar conter a situação.

No entanto, o gás invadiu o estádio e causou confusão nas arquibancadas. Alguns torcedores do Panathinaikos fugiram para a pista de atletismo ao redor do gramado do Estádio Olímpico. Foi quando Fritz determinou o fim da partida, por volta dos 25 minutos do segundo tempo. É provável que a Superliga da Grécia conceda ao Olympiacos, segundo colocado a dez pontos do líder PAOK, a vitória por 3 a 0. O Panathinaikos é o sétimo.

Em um comunicado, a Federação Grega condenou os “episódios inaceitáveis” que levaram à interrupção do clássico e que “mais uma vez “deterioraram o futebol grego”. “Grupos com estrutura profissional e de pequena escala de torcedores supostamente leais e organizados podem dissolver qualquer jogo de futebol ou atividade esportiva”, escreveu a entidade, que clamou que o “futebol profissional elimine dos estádios aqueles que internacionalmente traem o seu futebol” e pediu que as autoridades tomassem atitudes para impedir o “fenômeno da violência” no futebol da Grécia.

O Panathinaikos condenou “qualquer ato de violência” que aconteceu durante a partida e disse que o “Estado precisa mostrar que se posiciona diante desses eventos e encontrar uma maneira de definitivamente lutar contra a violência nos estádios”. “Uma pequena minoria dos 25 mil torcedores não respeitam o futebol e os esforços da comissão técnica, assim como os esforços para recuperar o time”, afirmou.

Da parte do Olympiacos, o porta-voz foi o meia-atacante Kostas Fortounis. “Nós e o Panathinaikos queríamos continuar a luta. Mas, quando você entra no vestiário duas vezes e volta, é muito difícil. É trágico. Não consigo explicar. Invadir o estádio, perseguir os jogadores… eu não tenho palavras. Depois do gol que marcamos, os torcedores vieram, eu estava no gramado. Não poderíamos continuar o jogo. Os jogadores do Panathinaikos tentaram acalmá-los, mas não conseguiram”, encerrou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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