Figueroa: Mais um grande camisa 9 argentino

Se contarmos apenas a aparência, ele já tem meio caminho andado. Lembra facilmente o ex-ídolo Batistuta, ou, indo um pouco mais atrás, o carrasco brasileiro Caniggia. Tem os mesmos cabelos loiros, a mesma camisa 9 e caminha para ter a mesma carreira gloriosa que seus ´clones´. Trata-se de Luciano Figueroa, o novo centroavante da seleção argentina.

Figueroa tornou-se destaque em novembro, quando confirmou sua transferência ao futebol espanhol, mais precisamente ao Villarreal. Lá, terá a companhia dos compatriotas Riquelme e Sorín – além da oportunidade de se firmar como titular da seleção de seu país.

O começo

O Villarreal pode não ser a maior potência da Espanha, mas Figueroa está de certo modo acostumado com a situação. Na Argentina, não chegou a defender um ´gigante´; seu primeiro clube e até hoje o único em sua terra natal foi o Rosario Central. Figueroa sempre se destacou como goleador nas categorias de base do Rosario e se profissionalizou em 2001. Tanto que era uma das maiores esperanças do time em quebrar o jejum de títulos que já vem desde a temporada 1986/7.

Figueroa defendeu o time até o final do primeiro semestre de 2003, e acabou saindo do Rosario sem se sagrar campeão no clube que o revelou. Mas não se pode dizer que não escreveu seu nome na história do clube: com 17 gols, foi o artilheiro do Clausura 2003, com direito a um feito incomparável – marcou cinco gols na goleada do Rosario Central sobre o Boca Juniors por 7 a 2 na última rodada do torneio. Sim, é verdade que o Boca estava com o time juvenil em campo e com a cabeça em Tóquio para a decisão do Intercontinental contra o Milan, mas isso não importa. O recorde está registrado.

Fracasso na Inglaterra, sucesso no México

Depois do sucesso na temporada, era hora de seguir o destino de quase todas as promessas sul-americanas e tentar a sorte na Europa. Mas a transferência de Figueroa para o Velho Continente não foi a coisa mais fácil do mundo. Dois clubes brigaram por seu passe, o Osasuna, da Espanha, e o Birmingham, da Inglaterra. A disputa foi intensa, com o atleta se apresentando na terra da rainha enquanto os espanhóis alegavam que possuíam um pré-contrato assinado com o jogador. Venceu o Birmingham. Parcialmente.

Abalado com toda a questão judicial que complicou sua transferência, Figueroa acabou fazendo apenas duas partidas na Premier League. Não emplacou no time inglês e acabou dispensado. Em dezembro de 2003, em uma ´recisão amigável´, encerrou seu contrato com o Birmingham e rumou para o México, para defender o Cruz Azul.

Na terra asteca, Luciano Figueroa teve um bom desempenho. Na atual temporada, ainda sendo disputada, permanece como artilheiro do Cruz Azul, com dez gols marcados. Mas nem isso impediu o jogador de retomar seu sonho europeu – por US$ 6,5 milhões, foi vendido ao Villarreal da Espanha e é a arma do clube para fazer a torcida brasileira esquecer de Sonny Anderson, centroavante brasileiro que trocou a Espanha pelo futebol (e pelos dólares) do Qatar.

Firmando-se na seleção

Sua transferência para o Villarreal apenas coroa um ano que parece perfeito para Figueroa. Foi em 2004 que se efetivou na seleção de seu país, aproveitando a irregularidade do antes intocável Hernán Crespo.

Estreou como titular em 26 de julho, e teve seus momentos de auge nas duas competições disputadas no meio do ano. Com dois gols, foi vice-campeão da Copa América, destacando-se principalmente no épico 4 a 2 que sua seleção mandou no Uruguai na primeira fase da competição. Mas o principal momento veio na Olimpíada, quando fez parte do time argentino que conquistou o ouro e entrou para a galeria dos heróis do esporte daquele país – vale lembrar que a Argentina não subia no alto do pódio olímpico em qualquer modalidade desde 1952. No final do ano, fez também gols pela seleção de seu país nas eliminatórias, ajudando a Argentina a terminar o ano no topo da tabela do qualificatório.

Enfim, resta saber se jogar no Villarreal não será um ostracismo para Figueroa. Em todo caso, a Argentina tem mais um concorrente de peso para vestir sua camisa 9. A sorte está com ele, resta saber se ele corresponderá as expectativas.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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