Portugal

Ex-Botafogo é favorito para assumir Benfica em crise e sem técnico após demissão precoce

Bruno Lage deve ser a escolha da gestão dos Encarnados para substituir Roger Schmidt após início ruim no Campeonato Português

Apenas quatro rodadas após o início do Campeonato Português, o Benfica decidiu recalcular a rota da temporada ao demitir o técnico alemão Roger Schmidt. O anúncio ocorreu neste sábado (31), um dia depois do empate em 1 a 1 com o Moreirense, fora de casa.

Os Encarnados estão apenas em sexto na tabela com sete pontos, pois venceram Estrela Amadora e Casa Pia, além de ter perdido para o Famalicão na abertura da competição.

— Decidimos que era o momento de trocar [de treinador] face aos resultados e às exibições que não conseguimos obter e que queríamos nesta altura. Neste momento já estamos olhando para o futuro, trabalhando no novo treinador, que muito em breve irão saber quem é. Não era, de fato, este início de temporada que nós esperávamos, e, portanto, entendemos que não havia modo de prosseguir nestas condições. — explicou o presidente Rui Costa em entrevista coletiva.

Schmidt se despede após 115 jogos, 81 vitórias, 17 empates e 17 derrotas em pouco mais de dois anos no cargo. No período, venceu a Liga Portugal logo na primeira temporada, mas o time caiu drasticamente de rendimento para seguinte, vencendo só a Supercopa local.

E agora, em crise e vendo o rival Sporting, atual campeão, disparar na liderança com 100% de aproveitamento, Costa iniciou seus contatos para o substituto do alemão e já tem um nome que pode ser anunciado “nas próximas horas“, garante o jornal português O Jogo.

Bruno Lage, ex-Botafogo, é o favorito para assumir o Benfica

Bruno Lage durante jogo do Benfica em 2019
Bruno Lage nos tempos de Benfica (Foto: IMAGO / ZUMA Press Wire)

Livre no mercado desde a conturbada saída do Botafogo em setembro de 2023, o técnico Bruno Lage pode retornar aos Encarnados para o que seria uma terceira passagem.

O periódico aponta que as ideias táticas do português de 48 anos se encaixam com o elenco benfiquista, ao mesmo tempo que em pesa a seu favor a utilização de garotos da base e o conhecimento do clube — tem uma década somando passagens anteriores.

Apesar de favorito, Lage não é o único em uma lista de alvos que incluem vários sem contrato. Um deles seria Leonardo Jardim, antigo sonho do futebol brasileiro, especulado em times como Botafogo, Flamengo, Corinthians e outros.

— Não vale a pena falarmos em nomes, tenho visto e lido muitos nomes na imprensa, alguns deles, inclusive, que até estão empregados. Os benfiquistas irão saber, em primeira mão, quem será o novo treinador do Benfica. Não me façam agora especular nomes. Certo é que é muito em breve. — afastou Rui Costa.

Técnico levou Encarnados ao título em 2019

Festa do Benfica para o título português de 2018/19
Festa do Benfica para o título português de 2018/19 (Foto: Divulgação/Benfica)

O Benfica começou a temporada 2018/19 mal das pernas. Sob comando de Rui Vitoria, caiu na fase de grupos da Champions League e viu o rival Porto abrir sete pontos na liderança do Campeonato Português.

Por isso, optou por trocar de técnico em janeiro de 2019 e promover o comandante do time B ao elenco principal. Era Bruno Lage, quem iniciaria uma sequência sensacional de 18 vitórias e 1 empate até o título nacional.

O time foi super ofensivo nessa campanha, em que terminou com 103 gols, e era conhecido pela boa utilização dos jovens — alguns deles João Félix e Rúben Dias — e a mescla com experiência de Seferovic e outros.

Lage obviamente continuou no cargo para temporada, mas não replicou o sucesso, terminando demitido ao fim de 2019/20 só com a Supercopa e o vice da Liga Portugal.

Vale citar que ele também passou pelas categorias de base dos Encarnados entre 2004 e 2012, treinando os times sub-15, 17 e 19 no período.

A esquecível passagem de Lage pelo Botafogo

Bruno Lage durante jogo do Brasileirão na passagem pelo Botafogo em 2023
Bruno Lage durante jogo do Brasileirão na passagem pelo Botafogo em 2023 (Foto: IMAGO / Fotoarena)

Contratado para substituir o compatriota Luis Castro, Bruno Lage assumiu um Botafogo que era o líder absoluto do Campeonato Brasileiro com 12 pontos em cima do vice após uma transição perfeita de Cláudio Caçapa.

Parecia que era só chegar e não fazer algo muito errado que o título seria do Glorioso, ainda mais com um técnico que vinha de bom trabalho no Wolverhampton na Premier League.

Pois tudo que tinha para dar errado deu, e com muita participação de Lage. O português parecia querer mudar demais o que vinha dando certo: uma equipe mortal nas transições e muito efetiva. Os resultados pararam de vir e, ao colocar o cargo à disposição em uma coletiva, deu o golpe final que faltava.

— Sobre essa coisa de só olharem para o meu percurso no Botafogo, acho que é uma pressão muito grande sobre os jogadores. E isso eu não admito. Só há uma forma de libertá-los dessa pressão. E por isso estou aqui perante vocês. Não falei com ninguém, pensei muito e neste momento coloco o meu lugar à disposição do diretor, à disposição do presidente. — desabafou após a derrota para o Flamengo na 22ª rodada.

A declaração foi uma bomba, considerada incompreensível. Ele durou apenas mais três jogos, com duas derrotas e um empate — na última partida, colocou Tiquinho Soares no banco e aplaudiu ironicamente as vaias da torcida.

O final da história todos sabem. O Glorioso sucumbiu categoricamente sob comando de Lúcio Flavio e, nas últimas cinco partidas de Tiago Nunes, não terminou nem no G4. No fim, o título terminou nas mãos do Palmeiras.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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