Olimpíadas

Como o Flamengo transformou investimento em medalhas e ajudou Brasil a brilhar em Paris

Clube mostra porque é considerado um expoente nos esportes olímpicos com grande performance em Paris

A Olimpíada de Paris está trazendo grandes alegrias para o Brasil. Entre os 277 atletas classificados para os jogos na França, o Flamengo foi um dos clubes que mais levou representantes, com 12. Alguns levaram um souvenir, como diz o bom francês, para casa.

Os rubro-negros podem sorrir porque, nesse momento, estão entre os três clubes que mais renderam medalhas para o Brasil. A atual edição, inclusive, é a mais vitoriosa para o Flamengo. Os investimentos pesados estão rendendo frutos.

Rebeca, Lorrane, Jade e Flávia, as ginastas do Flamengo que representaram o Brasil em Paris (Foto: Twitter @Flamengo)
Rebeca, Lorrane, Jade e Flávia, as ginastas do Flamengo que representaram o Brasil em Paris (Foto: Twitter @Flamengo)

Como o Flamengo investe no esporte olímpico?

Ao todo, o clube carioca tem quase R$ 100 milhões em investimentos projetados para os esportes olímpicos nas próximas duas temporadas. Entre parcerias e dinheiro do próprio clube, o Flamengo é referência na ginástica e no judô, assim como no basquete. A luta, inclusive, já atraiu grandes nomes da história do esporte, como o francês Teddy Riner, tricampeão olímpico.

Depois do resultado nessas Olimpíadas, contudo, o Flamengo deve investir em outras frentes. Se os esportes tradicionais já rendem frutos, é hora de buscar a nova geração. Para isso, o clube mira Rayssa Leal e Ítalo Ferreira, medalhistas e símbolos de gerações vitoriosas no skate e surfe, respectivamente.

A informação foi divulgada primeiro pelo Jornal O Globo e confirmada pela reportagem da Trivela.

Rayssa Leal ganha medalha de bronze em Paris 2024
A fadinha do skate Rayssa Leal, que conquistou uma medalha de bronze em Paris 2024 (Foto: Icon Sport)

Os vencedores em Paris

As oito medalhas configuram o melhor resultado do Flamengo, superando as quatro de Seul, em 1988, e Atlanta, em 1996. Nas edições citadas, o Rubro-Negro se aproveitou do futebol para faturar honrarias, mas, agora, uma nova potência emerge: a ginástica.

Rebeca Andrade, maior medalhista da história do Brasil, puxa a fila com quatro medalhas (um bronze, duas pratas e um ouro). Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira também venceram o bronze no geral por equipes.

Quem completa o resultado histórico é Rafaela Silva. Ouro no Rio, há oito anos, a judoca foi fundamental para o bronze do Brasil por equipes, ao vencer a Itália. Eternizada entre as maiores da história do esporte brasileiro.

O último a representar o Flamengo em grande estilo foi Isaquias Queiroz. O canoísta não conseguiu a medalha no C2, ao lado de Jacky Goodman, mas levou a prata nos 1000 metros do C1.

Além dos medalhistas, o Flamengo mandou outros sete atletas para Paris.

Os atletas do Flamengo em Paris 2024

  • Rebeca Andrade (ginástica artística) – 1 ouro, 2 pratas, 1 bronze
  • Flávia Saraiva (ginástica artística) – 1 bronze
  • Jade Barbosa (ginástica artística) – 1 bronze
  • Lorrane Oliveira (ginástica artística) – 1 bronze
  • Rafaela Silva (judô) – 1 bronze
  • Diogo Soares (ginástica artística)
  • Isaquias Queiroz (canoagem) – 1 prata
  • Waldenice do Nascimento (canoagem)
  • Mateus Nunes (canoagem)
  • Guilherme Caribé (natação)
  • Murilo Sartori (natação)
  • Alejandra Alonso (remo)
Selective for Senior in Brazilian Judo Championship.
Rafaela Silva, judoca do Flamengo que foi bronze em Paris (Foto: IMAGO / Depositphotos)

O maior clube poliesportivo do Brasil?

Nesse momento, contemplando investimento e resultado, a resposta para a pergunta é simples. O Flamengo é quem mais carrega o esporte olímpico na veia, dentre os clubes que têm o futebol profissional como principal frente. Isso não significa, contudo, que o Rubro-Negro lidera o ranking de medalhas na história.

Tal honraria pertence ao arquirrival Vasco da Gama, que conquistou 40 medalhas, contra 32 do Flamengo. O ano de 2000, cuja edição foi disputada em Sydney, na Austrália, foi decisivo para o domínio do Cruz-maltino.

Eurico Miranda, em manobra que muitos taxaram como apenas para incomodar o Flamengo, que já era potência poliesportiva, contratou os maiores nomes do esporte olímpico no Brasil. O resultado rendeu 29 medalhas.

Do jeito que as coisas caminham, o Flamengo tem tudo para passar o rival e liderar o ranking geral de medalhas para o Brasil. A próxima Olimpíadas será disputada em Los Angeles, nos Estados Unidos, em quatro anos.

Veja todas as medalhas do Flamengo nas Olimpíadas

  • 𝐋𝐨𝐧𝐝𝐫𝐞𝐬 𝟏𝟗𝟒𝟖 : Affonso Évora – Basquete (bronze) e Zenny de Azevedo – Basquete (bronze); 
  • 𝐇𝐞𝐥𝐬𝐢𝐧𝐪𝐮𝐞 𝟏𝟗𝟓𝟐 : José Telles – Atletismo (bronze); 
  • 𝐑𝐨𝐦𝐚 𝟏𝟗𝟔𝟎 : Fernando Freitas – Basquete (bronze), Waldyr Boccardo – Basquete (bronze) e Zenny de Azevedo – Basquete (bronze); 
  • 𝐌𝐨𝐬𝐜𝐨𝐮 𝟏𝟗𝟖𝟎 : Jorge Fernandes – Natação (bronze); 
  • 𝐋𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥𝐞𝐬 𝟏𝟗𝟖𝟒 : Gilmar Popoca – Futebol (prata) e Ricardo Prado – Natação (prata); 
  • 𝐒𝐞𝐮𝐥 𝟏𝟗𝟖𝟖 : Zé Carlos – Futebol (prata), Jorginho – Futebol (prata), Andrade – Futebol (prata) e Bebeto – Futebol (prata); 
  • 𝐀𝐭𝐥𝐚𝐧𝐭𝐚 𝟏𝟗𝟗𝟔 : Bebeto – Futebol (bronze), Sávio – Futebol (bronze), Zé Maria – Futebol (bronze) e Fernando Scherer – Natação (bronze); 
  • 𝐒𝐲𝐝𝐧𝐞𝐲 𝟐𝟎𝟎𝟎 : Leila Barros – Vôlei (bronze), Virna Dias – Vôlei (bronze) e Fernando Scherer – Natação (bronze); 
  • 𝐋𝐨𝐧𝐝𝐫𝐞𝐬 𝟐𝟎𝟏𝟐 : César Cielo – Natação (bronze); 
  • 𝐓𝐨́𝐪𝐮𝐢𝐨 𝟐𝟎𝟐𝟎 : Rebeca Andrade – Ginástica (prata), Rebeca Andrade – Ginástica (ouro) e Isaquias Queiroz – Canoagem (ouro); 
  • 𝐏𝐚𝐫𝐢𝐬 𝟐𝟎𝟐𝟒 : Flavia Saraiva – Ginástica (bronze), Jade Barbosa – Ginástica (bronze), Lorrane Oliveira – Ginástica (bronze), Rebeca Andrade – Ginástica (bronze), Rebeca Andrade – Ginástica (prata), Rebeca Andrade – Ginástica (prata), Rebeca Andrade – Ginástica (ouro) e Rafaela Silva – Judô (bronze). 
Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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