Olimpíadas

Canadenses são expulsas das Olimpíadas de Paris 2024 por acusação de espionagem

Assistentes da seleção feminina de futebol foram expulsas por filmar com um drone o treino da Nova Zelândia

Canadá e Nova Zelândia se enfrentam nesta quinta-feira (25), na estreia das duas seleções no futebol feminino dos jogos olímpicos de Paris 2024. E o duelo já começou quente antes mesmo da rola bolar.

Duas funcionárias da Seleção Olímpica Feminina de futebol do Canadá foram expulsas da delegação por suspeita de espionagem.

A denúncia foi feita pela delegação da Nova Zelândia, que reclamou de um drone supostamente usado para espionar sua sessão de treinamento. As neozelandesas notaram o equipamento sobrevoando o treino na última segunda-feira (22), em St Etienne, sede base da equipe.

Ao relatar à polícia, a operadora foi identificada e detida pela polícia francesa. Quem operava o drone era a analista Joseph Lombardi. Ela foi enviada de volta ao Canadá junto da assistente Jasmine Mander, a quem ela se reportava.

Canadá admite que espionagens aconteciam há dias

Segundo o Comitê Olímpico do Canadá (COC), Joseph Lombardi era uma analista não credenciada da seleção canadense. As investigações dão conta que as espionagens começaram antes mesmo do dia relatado pela neozelandesas.

Em nota, o COC revela que tomou conhecimento de outro incidente ocorrido na sexta-feira (19), três dias antes daquele que gerou a denúncia. Além de enviar de volta ao país as duas envolvidas, toda a equipe de futebol feminino passará por um treinamento obrigatório de ética.

Também em nota, o Comitê Olímpico da Nova Zelândia revelou que, além da denúncia as autoridades policiais, também solicitou um inquérito na unidade de Integridade do Comitê Olímpico Internacional.

Além disso, a treinadora Bev Priestman optou por não comandar a equipe no duelo que acontece a partir do meio-dia desta quinta. Segunda a treinadora, ela foi indiretamente responsável pelo ocorrido.

— Eu sou a responsável final pela conduta em nosso programa. Assim, para enfatizar o comprometimento da nossa equipe com a integridade, decidi me retirar voluntariamente da função de treinador da partida na quinta-feira. No espírito de responsabilidade, faço isso com os interesses de ambas as equipes em mente e para garantir que todos sintam que o espírito esportivo deste jogo é mantido — disse a treinadora — disse Bev Priestman, treinadora canadense.

Em nome de toda a nossa equipe, eu, antes de tudo, quero me desculpar com as jogadoras e a equipe de futebol da Nova Zelândia e com as jogadoras da seleção do Canada. Isso não representa os valores que nossa equipe defende.

O COC ainda informou que está em contato com o Comitê Olímpico Internacional e com a FIFA a fim de cooperar durante todo o processo de investigação. O órgão afirma que não estão descartadas outras medidas, se necessário.

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Apesar das desculpas, treinadora do Canadá ainda pode sofrer punições da FIFA

No início da tarde desta quarta-feira (24), a FIFA, em nome do seu Comitê Disciplinar, informou que abriu um processo contra a Seleção do Canadá, as duas auxiliares e a treinadora Bev Priestman.

Em nota, o órgão alegou possível violação do artigo 6.1 do Regulamento dos Torneios Olímpicos de Futebol Jogos da XXXIII Olimpíada de Paris 2024 e do artigo 13 do Código Disciplinar da FIFA.

Em conversa com os jornalistas na Vila Olímpica de París a treinadora negou que tenha feito qualquer orientação para Joseph Lombardi e Jasmine Mander espionarem o treino da seleção da Nova Zelândia.

O assunto será submetido à apreciação do Comitê Disciplinar nos próximos dias.

O que dizem os artigos da FIFA e do COI violados por Canadá nas Olimpíadas?

O artigo 6.1 Regulamento dos Torneios Olímpicos de Futebol Jogos das Olimpíadas de Paris 2024 fala sobre “repeito ao espírito de jogo” limpo e “comportamento adequado” para “jogador, técnico, assessor, representante, convidado e qualquer outra pessoa que desempenhe funções durante toda a competição final e durante toda a estadia nos países anfitriões“.

Já o 13ª artigo do Código disciplinar da FIFA diz respeito ao chamado “comportamento ofensivo” de jogadores e dirigentes, da “violação das regras básicas de conduta decente”, do “comportamento de uma forma que traga descrédito ao desporto” e do respeito “aos princípios do fair play, lealdade e integridade”.

 

 

Foto de Márcio Júnior

Márcio JúniorRedator de esportes

Baiano formado pela Faculdade Regional da Bahia. Cobriu de carnaval a Copa do Mundo na TVE Bahia, onde venceu o prêmio de reportagem do mês. Passou pela ALBA, Rádio Educadora, Superesportes e Quinto Quarto antes de se tornar repórter na Trivela.
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