Suíça não teve medo do Brasil e isso deverá ser tendência

Se os amigos perderam o ponto histórico em que a Suíça não é mais aquele time baseado num ferrolho, lhes digo que sim: o selecionado de Ottmar Hitzfeld é algo além do dinâmico. Isso ficou provado com a atuação elogiável diante do Brasil, atual campeão da Copa das Confederações.
O placar de 1-0 foi talvez o reflexo de um jogo disputado, mas que merecia mais gols em virtude do bom futebol apresentado.
Geralmente víamos a ação concentrada nas laterais, inclusive faltas de Neymar e Marcelo. Numa delas, o camisa 10 brasileiro acertou Lichtsteiner por trás num lance em que Marcelo estava na cobertura.
Apesar desse lance de violência desnecessária, tivemos um confronto justo. A Suíça encurralava o Brasil na defesa e encontrava alternativas pelos lados e pelo meio. Quando tinha espaço pelo meio, arriscava e sempre fazia Jefferson trabalhar. O goleiro brasileiro talvez tenha sido o melhor em campo pelo lado visitante, muito embora tenha flertado com o perigo ao dominar errado uma bola: ela passou por entre suas pernas e com um drible rápido Jefferson tirou de Seferovic a chance de gol.
Minutos antes a bobagem de Daniel Alves havia punido o Brasil por aceitar demais o jogo suíço. Num cruzamento, o lateral do Barcelona subiu para afastar e testou com perfeição contra o próprio gol. Um golaço com a marca de um dos jogadores mais contestados da seleção atual. À parte disso, do meio para a frente o Brasil esteve discreto demais. Se rendeu diante da marcação e quando conseguia se aproximar da área perdia a posse.
Foram raras as chances de gol, a melhor delas com Oscar, que teve tempo de dominar um cruzamento e bater pelo alto da meta de Benaglio. A lição a se tirar desse jogo é a que nem todo adversário daqui em diante vai temer o Brasil por ser a sede do próximo Mundial ou por ter voltado a apresentar um estilo mais convincente. A Suíça virou a mesa e mostrou que a preparação brasileira não pode ser só encarada como uma turnê mundial de amistosos antes da Copa.
Quem não tem ritmo de competição chega cru em 2014 e sabemos que isso será fatal para qualquer seleção que estiver entre os 32 classificados para o Mundial. Hoje a marcação Suíça e a postura tática operada por Hitzfeld deram um nó em Scolari. Amanhã pode ser uma Itália, uma Alemanha ou uma Holanda, nunca se sabe.
É claro que também não precisamos achar que o mundo irá cair com essa derrota na Basileia, não é preciso uma revolução no time titular e muito menos uma caça às bruxas em função do gol contra de Daniel Alves. Mas se não temos jogos das Eliminatórias pela frente, é bom usar esses amistosos para raciocinar um pouco em como os principais talentos da Seleção podem ser aproveitados.
Destaque do jogo
Shaqiri comeu a bola no segundo tempo. Incansável na armação, deu trabalho a Jefferson em pelo menos duas oportunidades, forçando o goleiro brasileiro a fazer grandes defesas.
Momento-chave
No cruzamento feito da ponta direita no meio da área brasileira, ninguém esperava um gol suíço. A defesa estava tranquila, mas Daniel Alves fez o mais difícil ao tentar afastar e fez contra, numa cabeçada digna de artilheiro.
Os gols
3/2T – GOL DA SUÍÇA!
Cruzamento na área brasileira e Daniel Alves sobe para testar contra o próprio gol! No ângulo!
Curiosidade
A primeira vez que a Suíça venceu o Brasil foi no dia 21 de junho de 1989. Por coincidência, na Basileia e pelo mesmo placar de 1 a 0. O gol foi de Turkyilmaz, de pênalti.
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