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Messi ou Maradona? Relembre a resposta curiosa de Papa Francisco

Primeiro papa sul-americano da história, Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), teve resposta inusitada quando perguntado sobre ídolos argentinos

A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, encerra o pontificado de uma das figuras mais carismáticas e singulares da Igreja Católica nos tempos modernos — e possivelmente a mais ligada ao futebol.

Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Francisco foi o primeiro papa sul-americano e também o primeiro pontífice a declarar abertamente sua paixão pelo esporte: era torcedor confesso do San Lorenzo.

Essa relação próxima com o esporte mais popular do planeta rendeu momentos simbólicos ao longo de seus quase 11 anos no Vaticano. Mas talvez nenhum tenha sido tão revelador quanto a resposta dada em 2023, quando, durante uma entrevista à emissora italiana “RAI”, foi instigado a escolher entre dois ícones da Argentina: Lionel Messi e Diego Maradona.

A resposta de Francisco escapou do óbvio. E, curiosamente, se voltou aos rivais argentinos: o Brasil.

Papa Francisco: o argentino fã de Pelé

Pelé presenteou o Papa Francisco com camisa autografada
Pelé presenteou o Papa Francisco com camisa autografada (Foto: Imago)

“Vou adicionar um terceiro jogador, Pelé. São os três que eu mais acompanhei”, afirmou.

Fugindo do dilema nacionalista entre Maradona e Messi para incluir o Rei do Futebol na conversa, o Papa atraiu ainda mais curiosidade quando deu sua explicação. Sobre Maradona, ele foi direto, sem deixar de demonstrar compaixão:

Maradona foi um grande, mas como homem falhou. O pobre homem escorregou com o que o elogiavam e não o ajudavam. Veio me ver aqui no primeiro ano do pontificado e depois o pobre homem teve seu final. É curioso, tantos esportistas terminam mal. No boxe, muitos terminam mal. Isso é curioso — refletiu.

A fala foi uma das mais humanas do pontífice, revelando como via o ídolo argentino para além do campo, com as cicatrizes deixadas pela fama e pelo vício. Sobre Messi, não economizou elogios: “Messi é corretíssimo, um senhor”, disse, reconhecendo o comportamento do craque dentro e fora de campo.

Mas foi Pelé quem recebeu o maior tributo de Francisco:

Para mim, desses três, o grande senhor é Pelé. Um homem de um coração… Eu conversei com Pelé. Uma vez o encontrei em um avião quando ia para Buenos Aires. Havíamos conversado. Um homem de uma humanidade tão grande… Mas os três são grandes — completou.

A fala virou manchete na época. Vinda de um argentino, a preferência por Pelé era vista como gesto de humildade e universalidade — duas marcas do pontificado de Francisco.

O primeiro papa sul-americano faleceu às 7h35 no horário local do Vaticano, segundo comunicado oficial da Santa Sé, após lutar contra uma pneumonia nos dois pulmões.

Papa Francisco adorava o Rei Pelé
Papa Francisco adorava o Rei Pelé. Foto: IMAGO. Arte: Trivela/Azzuu
Foto de Guilherme Ramos

Guilherme RamosRedator

Jornalista pela UNESP. Escreveu um livro sobre tática no futebol e, na Trivela, escreve sobre futebol nacional, internacional e de seleções. Passagens por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e Premier League Brasil.
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