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Nove vezes em que os personagens criados por Stan Lee (e pela Marvel) pintaram no futebol

Stan Lee teve o gosto de saborear algumas dádivas ao longo da vida. A possibilidade de viver 95 anos, por si, já é uma delas. O americano seguia na ativa e participando de suas criações, até que um mal súbito nesta segunda-feira tenha culminado na triste notícia sobre o seu falecimento. A memória do gênio dos quadrinhos, ainda assim, perdurará por séculos. Continuará viva enquanto os seus heróis alimentarem a imaginação de pessoas das mais diferentes idades ao redor do mundo. E, levando em conta o sucesso de Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk, X-Men, Vingadores e tantos mais, é bem possível que as fagulhas geradas pela criatividade do cartunista nunca morram.

Diante do luto, aproveitamos para fazer uma breve homenagem a Stan Lee. Relembramos alguns momentos em que os personagens a quem ele deu vida ou que fazem parte do Universo Marvel se cruzaram com o futebol. Não são poucas as referências. Afinal, há milhões de fanáticos por sua obra também no mundo da bola.

– As máscaras do Homem-Aranha

Criação mais célebre de Stan Lee, o aracnídeo também está entre os personagens favoritos dos jogadores de futebol. Várias são as comemorações de gols em que uma máscara do Cabeça de Teia surgiu em campo. Pierre-Emerick Aubameyang talvez seja o mais famoso pelo gesto, repetido em seus tempos de Saint-Étienne e Borussia Dortmund. Outros, como Jonás Gutiérrez, Edwin Cardona e Änis Ben-Hatira seguiram pelo mesmo caminho. Não é incomum, aliás, que algum engraçadinho invada o campo vestido como o Aranha. Aconteceu duas vezes na Premier League recentemente.

– O goleiro-aranha da França

Jérémie Janot, por sua vez, não se contentou apenas com a máscara. O goleiro do Saint-Étienne era lembrado por ter um parafuso a menos, idolatrado pelos torcedores também por suas loucuras. Em certo momento, o uniforme do camisa 1 era inspirado na roupa do Homem-Aranha. Pois ele foi além, chegando a usar a máscara do herói durante a fotografia dos Verts antes do pontapé inicial. Na Itália, Walter Zenga também chegou a usar uniformes com alusão ao Cabeça de Teia, já que era apelidado de ‘Uomo Ragno'. Já o uruguaio Pablo Aurrecochea, que adora fazer referências a personagens, já teve camisas do Hulk e do Homem-Aranha.

– O Homem-Aranha que virou amuleto na CAN

Antes de partir à Copa Africana de Nações de 2015, o goleiro ganês Brimah Razak ganhou um presente de seu filhinho. O menino deu um boneco do Homem-Aranha ao pai, e disse: “Leva isso, papai, porque tem muita força e sempre te ajudará”. O arqueiro passou a deixar o brinquedo ao lado de sua meta, como um amuleto da sorte. Gana acabou derrotada na decisão da CAN, justamente com um pênalti desperdiçado por Razak. Ainda assim, ele resolveu manter o Homem-Aranha ao seu lado a cada atuação, como uma lembrança permanente da família.

– O Atlético de Madrid veste a aranha

Patrocinado pela Columbia Tristar em meados da década passada, o Atlético de Madrid usou em seus uniformes os anúncios de diferentes filmes. Entre eles, Homem-Aranha 2, a produção em que o aracnídeo protagonizado por Tobey Maguire enfrenta o Doutor Octopus. Na camisa rojiblanca, uma discreta aranha aparecia no centro do abdômen. Mais chamativo era o uniforme reserva, azul, com o símbolo do filme e uma enorme teia.

– Deadpool em Old Trafford

Deadpool não é uma criação de Stan Lee, mas vale a menção por estar inserido no Universo Marvel. Em maio, para promover o filme Deadpool 2, o ator Ryan Reynolds contracenou com os jogadores do Manchester United. Um vídeo cheio de ironia foi feito para promover o filme – que ainda contou com ações envolvendo David Beckham e o Estádio Olímpico de Berlim. Os Red Devils são patrocinados pela 20th Century Fox, o que explica a publicidade.

– Os pequenos mutantes Red Devils

O contrato assinado pelo Manchester United, aliás, proporcionou outro momento peculiar em Old Trafford. Há dois anos, para divulgar o novo filme dos X-Men, os Red Devils substituíram seus tradicionais mascotes por pequenos mutantes. Cada criança carregava o nome de um personagem nas costas, alguns devidamente caracterizados – incluindo os que tiveram que se pintar de azul para representar o Fera, o Noturno e a Mística. Entraram em campo antes da vitória sobre o Bournemouth, pela Premier League.

– Quando Rooney virou Wolverine

Como se não bastasse, o Manchester United ainda esteve ligado à promoção do filme Logan. Em um trailer do longa , Wayne Rooney apareceu, sendo comparado com Wolverine. O vídeo faz paralelos entre o craque e o herói, durante sua caminhada de percalços rumo ao ápice da forma.

– O Pantera Negra da MLS

Os jogadores do Manchester United também fizeram mídia espontânea ao filme ‘Pantera Negra', com Paul Pogba e Jesse Lingard reproduzindo o gesto de ‘Wakanda Forever'. O mesmo se viu com Patrick, do Internacional, contra a Chapecoense. Mas nenhum deles não foi tão impactante quanto Alberth Elis, do Houston Dynamo. O hondurenho, conhecido como ‘La Panterita', colocou a máscara do herói durante a comemoração de um gol na Major League Soccer. Depois, ainda convidou 80 estudantes de Houston para uma sessão de cinema com tudo pago.

– Os uniformes da Marvel

Embarcando na febre pela Copa do Mundo, a Marvel chegou a lançar uniformes especiais em 2018. Camisas produzidas pela Adidas, como se fossem de times de futebol, mas fazendo referência aos seus heróis. Saíram modelos do Hulk, do Homem de Ferro e do Homem-Aranha. Hulk, aliás, é o único personagem da Marvel a ser registrado na súmula de um Mundial. O apelido de Givanildo Vieira de Sousa, foi dado pelo próprio pai do atacante. Aos três anos, o menino gostava de imitar o personagem verde e a alcunha pegou desde então. Estampou a camisa da seleção brasileira na Copa de 2014.

Bônus: Há três anos, um grupo de americanos imaginou como seria um jogo de futebol entre heróis. Não são apenas personagens da Marvel, embora eles marquem forte presença na produção surreal.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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