Lloris repudia música racista de argentinos enquanto vice-presidente defende atletas
Ex-goleiro da seleção francesa repudiou a canção e cobrou responsabilidade aos argentinos, enquanto a governante do país defendeu a atitude dos jogadores

A polêmica música com teor racista cantada pela seleção argentina após o título da Copa América, no último fim de semana, de fato, não pegou bem – e nem deveria!
Primeiro, a Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou, na última terça-feira (16), que faria uma denúncia junto a FIFA contra as ofensas racistas cantadas pelos argentinos. Não demorou muito e a entidade também apresentou a denúncia na justiça.
No dia seguinte, na quarta-feira (16), foi a vez do Chelsea se manifestar e repudiar a atitude, já que a música cantada pelos jogadores foram divulgadas na live do meia Enzo Fernández, que atua pelo clube.
Na equipe londrinaq, a situação ainda é mais complicada porque quem primeiro se manifestou contra a música publicada nas redes sociais de Enzo Fernández foi o zagueiro francês, que também atual pelo Chelsea, Wesley Fofana.
Nesta quinta-feira (18), quem também se juntou ao coro nos protestos contra o canto racista foi o goleiro francês e campeão do mundo em 2018, Hugo Lloris. Aos 37 anos, o arqueiro, que hoje defende as cores do Los Angeles FC, da MLS, não mediu palavras para criticar os argentinos e cobrar medidas corretivas.
Lloris cobra argentinos por música: ‘é um ataque ao povo francês'
Goleiro e ex-capitão da seleção francesa no título da Copa do Mundo de 2018, Hugo Lloris não mediu palavras para criticar a medonha canção entoada por parte do elenco argentino durante as comemorações do título da Copa América.
‘Quando você vence, você é um exemplo para os outros, especialmente para as crianças. Foi um ataque verdadeiro ao povo francês, especialmente aos franceses que têm alguma origem e família africanas' disse Lloris.
Após a repercussão negativa, o meia Enzo Fernández pediu desculpas pelo ato e alegou “euforia” após o título como o motivo de cantar a música. As desculpas, porém, não agradaram e convenceram o goleiro, que cobrou responsabilidade.
— Não importa se você está em um momento de euforia porque ganhou um troféu importante. Isso exige ainda mais responsabilidade quando você é um vencedor. Você não quer ouvir ou ver esse tipo de coisa no futebol. Todos nós somos contra a discriminação e o racismo – comentou o ex-goleiro da seleção francesa.
A música cantada pelos jogadores da seleção da argentina coloca em xeque a nacionalidade de parte do elenco francês, já que alguns deles têm descendência africana.
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Vice-presidente da Argentina defende música racista
Apesar de toda repercussão negativa, ainda há quem considere positiva a música cantada pelos jogadores da seleção argentina, indo na contramão do mundo em termos de combate e repudio ao racismo.
Como a Vice-presidente de Javier Milei na Argentina, Victoria Villarruel. Em publicação nas redes sociais, ela escreveu que “nenhum país colonialista vai intimidar” os argentinos no que ela considerou uma “canção de campo” e ainda chamou os franceses de hipócritas.
— Nenhum país colonialista vai nos intimidar por uma canção de campo nem por dizer as verdades que não querem admitir. Chega de fingir que se ofendeu, hipócritas. Enzo, estou com vocês, Messi, obrigado por tudo! Argentinos, sempre mantenham a cabeça erguida! Viva a Argentina! — disse Victoria.
No último mês, quatro torcedores espanhóis foram condenados por atos racistas no meio do futebol, todos eles contra o brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid. As inéditas condenações mostram o óbvio, que talvez seja difícil para algumas pessoas enxergarem: não há espaço para racismo no esporte.