Infantino propõe Mundial de Clubes com 32 equipes e em junho. Será?
O mínimo que se pode dizer é que Gianni Infantino assumiu a presidência da Fifa cheio de ideias. Depois de propor o inchaço da Copa do Mundo para 48 seleções, ele fala em remodelar também o Mundial de Clubes, que é atualmente disputado no final do ano, entre sete clubes, de seis confederações. A ideia de Infantino é que ele seja disputado em junho, ao fim da temporada europeia, por 32 equipes, em formato parecido ao da Champions League. Essa primeira nova versão do torneio seria disputada em 2019.
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“Hoje em dia, o futebol não é apenas sobre a Europa e a América do Sul. O mundo mudou e é por isso que precisamos deixar o Mundial de Clubes mais interessante para as equipes e para os torcedores de todo o mundo. É isso que estamos tentando fazer ao criar um torneio que é muito mais atrativo, com mais qualidade entre os participantes e mais clubes. Isso atrairá mais patrocinadores e emissoras de televisão de todo o mundo”, disse Infantino ao Mundo Deportivo. À Gazetta dello Sport, ele afirmou que o número ideal é de 32 times.
É difícil acreditar que essa ideia de Infantino irá em frente. Não é verdade que os clubes europeus não dão importância para o Mundial de Clubes, mas não o consideram o ápice da temporada – como os sul-americanos muitas vezes fazem. Infantino fala em replicar o formato da Champions League, o que implica fase de grupos e pelo menos sete datas. Os europeus aceitariam jogar mais duas ou três semanas, no mínimo, depois da final da Champions?
E como ficam os anos em que haverá competições internacionais de seleção, mais ou menos na mesma época desse renovado Mundial de Clubes imaginado por Infantino? O Mundial seria bienal? Aliás, uma competição com 32 clubes, com fase de grupos, tem o mesmo formato da Copa do Mundo. Seria uma concorrência forte ao principal produto da Fifa.
Talvez fosse mais fácil convencer os europeus se o Mundial de Clubes fosse levado a países mais tradicionais do futebol, mas a negociação com esses clubes será ferrenha – e eles já mostraram força ao obrigar a Uefa a mudar o sistema de escolhas da Champions League – e muitas questões ainda não foram respondidas. Por enquanto, essa ideia ainda parece muito difícil de ser concretizada e parece mais um devaneio do novo presidente da Fifa.