Dono do Bahia, Grupo City acumula prejuízo de mais de R$ 7 bilhões desde sua criação
O Grupo City, que tem o Bahia como representante brasileiro, fechou a última temporada no vermelho, aumentando o rombo desde 2013

Um dos conglomerados de clubes mais famosos do mundo, o Grupo City registrou prejuízo na última temporada. Com isso, os proprietários de Bahia, Manchester City e outros times aumentaram o rombo para mais de R$ 7 bilhões desde sua criação, em 2013.
Segundo o portal “The Athletic”, o City Football Group (CFG) teve um prejuízo de 122,2 milhões de libras (cerca de R$ 922,1 milhões) em 2023/24 antes de impostos. Agora, o rombo do grupo chegou a 972,8 milhões de libras (em torno de R$ 7,3 bilhões).
Curiosamente, o Grupo City conseguiu uma receita recorde de 933,1 milhões de libras (aproximadamente R$ 7 bilhões) na última temporada. Apesar disso, o conglomerado de 13 clubes registrou prejuízo.
Desde 2021/22, o CFG tem registrado um rombo superior a 100 milhões de libras. Entretanto, na temporada passada, um crédito de 30,3 milhões de libras (cerca de R$ 228,1 milhões) reduziu a perda líquida.
Confira abaixo a lista de todas as propriedades do Grupo City no mundo do futebol:
- Manchester City
- Bahia
- Girona
- Palermo
- Troyes
- Lommel
- New York City FC
- Mumbai City
- Melbourne City
- Yokohama Marinos
- Shenzhen Peng City
- Montevideo City Torque
- Bolivar*
*O Bolívar não pertence ao City Football Group, porém é destacado como “clube parceiro” no site oficial da rede multiclube.
Por que Grupo City registrou prejuízo mesmo com receita inédita?

Mesmo com o faturamento inédito, o Grupo City não teve lucro em 2023/24 devido aos gastos exorbitantes. Na última temporada, o conglomerado aumentou os custos com pessoal, cujo valor representa 664,3 milhões de libras (em torno de R$ 5 bilhões).
Desse valor, 251,7 milhões de libras (aproximadamente R$ 1,9 bilhão) foram gastos com salários não pertencentes ao Manchester City, um aumento de 56,4 milhões de libras (cerca de R$ 424,4 milhões) em relação à temporada anterior.
O que ajuda a explicar o aumento dos gastos com pessoal são as aquisições de Bahia e Mumbai City no final de 2022/23, que foram contabilizadas integralmente no balanço de 2023/24.
Por outro lado, os “outros encargos externos” (algo que nunca foi bem explicado pelo CFG) representaram 316,1 milhões de libras (cerca de R$ 2,3 bilhões) dos gastos do grupo na última temporada — ou 1/4 da base dos custos totais.
Já no mercado de transferências, o Grupo City desembolsou 322,2 milhões de libras em novos jogadores (em torno de R$ 2,4 bilhões) em 2023/24. Tirando o Manchester City, os demais times foram responsáveis por 95,8 milhões de libras (aproximadamente R$ 720,9 milhões) do montante total.
A injeção de novos atletas a diferentes clubes do City Football Group — com exceção dos ingleses e incluindo os brasileiros — na última temporada contou com o dobro do investimento quando comparado a 2022/23.
A busca pelo balanço azul
Apesar do azul ser a cor que caracteriza o Grupo City, o balanço do conglomerado sempre fechou no vermelho. No final de 2013/14, John MacBeath, um dos membros do conselho do CFG, declarou que a expectativa era de que “o grupo fosse lucrativo nos próximos três anos”.
Contudo, o Grupo City não obteve lucro anual ou sequer chegou perto disso. Pelo menos em 2023/24, o conglomerado teve uma espécie de estabilização, já que o prejuízo antes de impostos foi reduzido em 4,7 milhões de libras (cerca de R$ 35,3 milhões) em relação à temporada anterior.