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Deschamps triste com o que está acontecendo com Pogba: ‘É muito para uma pessoa só suportar’

Pogba foi suspenso por cair no antidoping e Deschamps, seu técnico há uma década na seleção, desabafou

Técnico de Paul Pogba há mais de uma década na Seleção Francesa, Didier Deschamps mostrou profunda tristeza com a possível punição de quatro anos do meio-campista, positivo em testosterona após uma partida entre Juventus e Udinese, em 20 de agosto desse ano. Ao jornal francês Le Parisien, o treinador falou do sentimento e toda a trajetória de altos e baixos do jogador, com lesões e outros problemas extracampo.

– Eu amo meus jogadores. Todos. Estou triste com o que está acontecendo com Paul. E não só por isso, mas por tudo o que já suportou, entre os problemas pessoais que obviamente o afetaram muito, a lesão, as outras pequenas lesões… É muito para uma pessoa suportar – lamentou Deschamps.

A pena de quatro anos foi sugerida pela Procuradoria Antidoping italiana, segundo o jornal italiano La Gazzetta dello Sport. O técnico da Seleção Francesa reclamou da rigidez das punições na Itália, que poderá afastar Pogba por muito tempo logo após se recuperar de duas lesões que o tiraram de combate por muito tempo nas últimas duas temporadas. No entanto, Deschamps parece otimista com a forma que o meio-campista campeão do mundo em 2018 ligará com essa adversidade.

– Lá as requisições do Ministério Público são muito pesadas. Correm o risco de afastá-lo um pouco mais do campo do que no último ano e meio em que já jogou pouco. Paul é uma pessoa forte. Ele mantém o ânimo, ele tem caráter – concluiu o técnico.

Pogba e Deschamps ostentam parceria na Seleção Francesa há mais de uma década (Foto: Icon Sport)

O caso de doping de Pogba

Até hoje, Pogba nunca falou publicamente sobre a utilização da testosterona. Quando o caso veio a tona, a empresária do jogador, a brasileira Rafaela Pimenta, defendeu o atleta: “Faremos a contraprova e até lá não podemos dizer nada. O certo é que Paul Pogba nunca quis infringir as regras, afirmou”.

No entanto, a contraprova veio e confirmou o uso do hormônio, responsável por aumentar de forma mais rápida o ganho de massa muscular, em outubro, quando a Juve estudou a decisão do contrato do então salário mais alto do elenco, avaliado em oito milhões de euros anuais, mais dois de bônus. Com a suspensão pelo doping, os vencimentos de Pogba baixaram para 42 mil euros, valor mínimo previsto pela lei italiana para jogadores profissionais.

O meio-campista francês nem ao menos atuou na partida contra a Udinese, pela 1ª rodada da Série A Italiana 2023/24. Ele jogou nas duas rodadas seguintes, saindo do banco de reservas, até que em 11 de setembro foi divulgado o resultado positivo para testosterona sintética e o jogador foi suspenso preventivamente pelo órgão italiano antidoping. Pogba admitiu a Juventus que utilizou o hormônio sob recomendação de um médico americano – óbvio, sem a ciência do clube.

A suspensão nesses casos é prevista de dois a quatro anos. A defesa tentar alegar que Pogba não sabia que era ilegal o que tomou, mas não é o que entende a Procuradoria Antidoping italiana, pedindo a pena máxima, que faria o jogador só voltar aos gramados com 34 anos.

Antes do doping, meia da Juventus já acumulava polêmicas

As polêmicas se acumulam aos montes na carreira de Paul Pogba e o doping não o primeiro problema. O ano passado foi definitivamente um ano para esquecer do meio-campista, que basicamente passou por tudo. O irmão dele, Mathias Pogba, acusou o jogador da Juventus de ter feito feitiçaria contra Kylian Mbappé por ter “ciúme” do atacante na Seleção.

Pouco depois da acusação, o jogador alegou à polícia que estaria sendo extorquido pelo irmão e outros amigos de infância, que estavam exigindo 13 milhões de euros. Meses antes disso, Pogba tinha denunciado que sofreu um assalto de dois homens encapuzados armados com rifles de assalto em Paris. Na Itália, voltou a procurar as autoridades por ameaça e intimidações – sem entrar em detalhes nas acusações.

Ainda em 2022, o meio-campista sofreu outro revés na carreira, ao perder a Copa do Mundo do Catar por uma lesão na coxa. Antes, ele tinha sofrido um problema no menisco, optado por tratamento conservador visando o Mundial e, semanas depois, sendo submetido a uma cirurgia porque a técnica anterior não havia dado certo.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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