Cinco jogadores que poderiam (alguns até deveriam) estar entre os dez indicados pela Fifa
Um painel de especialistas da Fifa reuniu os dez jogadores que julgou terem sido os melhores da última temporada para apresentar ao colégio eleitoral do prêmio The Best. Nenhuma lista é unânime, mas esta, particularmente, pareceu levar em consideração mais o nome dos jogadores do que o desempenho entre os meses de julho de 2018 e 2019. O que aumenta a sensação de que a lista não foi das melhores são os nomes que ficaram de fora. Quais? Calma que vamos contar.
Números do Transfermarkt
Alisson
Idade: 26 anos
Clube: Liverpool
Títulos: Champions League
Jogos pelo clube: 51
Gols sofridos: 34
Jogos pela seleção: 11
Gols sofridos: 2
A final da Champions League em Kiev deixou muito claro que o Liverpool precisava abrir os bolsos para resolver a posição de goleiro, e Alisson valeu cada centavo. Mais do que defesas difíceis em abundância, ele passou confiança. Com a melhora geral do sistema defensivo, e um estilo de jogo mais controlado, não precisou trabalhar tantas vezes, o que de fato depõe contra sua candidatura, mas, quando acionado, correspondeu. Foi assim diante do Napoli, na rodada final da fase de grupos da Champions League, quando defendeu uma chance de Milik que provavelmente encerraria a campanha do futuro campeão europeu. E foi assim em Madri. Nos momentos em que o Tottenham mais pressionou, Alisson compareceu. Passou 21 jogos sem levar gol na Premier League. Aliás, foi o Luva de Ouro, prêmio dado ao melhor goleiro, em três competições na mesma temporada: liga inglesa, Champions e a Copa América, na qual foi campeão com o Brasil levando apenas um gol, na final contra o Peru. Seria exagero nomear quatro jogadores do Liverpool, mas Alisson foi mais importante para o time do que Salah, por exemplo.
Bernardo Silva
Idade: 24 anos
Clube: Manchester City
Títulos: Premier League, Copa da Liga, Copa da Inglaterra, Liga das Nações (e Supercopa)
Jogos pelo clube: 51
Gols: 13
Assistências: 12
Jogos pela seleção: 8
Gols pela seleção: 1
Assistências pela seleção: 3
Os números de Bernardo Silva não são impressionantes. O que ele jogou na temporada, sim. Foi o jogador mais vezes campeão, com três títulos pelo Manchester City e outro pela seleção portuguesa, sendo uma peça importante na engrenagem de ambos. Atuou pela direita ou pelo meio, mais avançado ou recuado, e não permitiu que Pep Guardiola sentisse tanto a falta de Kevin de Bruyne, assolado por problemas físicos nesta temporada. Teve participações decisivas na Copa da Inglaterra e se destacou também pela abnegação no trabalho defensivo. Apesar de Cristiano Ronaldo ter destruído a Suíça na semifinal, foi Bernardo Silva quem ficou com o prêmio de melhor jogador da Liga das Nações. Talvez seja a ausência mais sentida da lista de dez indicados.
Raheem Sterling
Idade: 24 anos
Clube: Manchester City
Títulos: Premier League, Copa da Liga, Copa da Inglaterra (e Supercopa)
Jogos pelo clube: 51
Gols: 25
Assistências: 15
Jogos pela seleção: 7
Gols: 6
Assistências: 1
Outro jogador do Manchester City, mas não tem como escapar. Guardiola conduziu outra temporada brilhante, com a inédita Tríplice Coroa inglesa, e novamente tirando o melhor de seus jogadores. O caso em que isso é mais notório é o de Sterling, antes uma promessa com talento, hoje um dos jogadores mais decisivos da Premier League. Voltou a fazer uma temporada cheia de gols, com 25, alguns muito importantes, como os dois contra o Tottenham, o três contra o Watford e os dois na final da Copa da Inglaterra. Ainda subiu de rendimento pela seleção inglesa, depois da Copa do Mundo, ajudando-a a alcançar a semifinal da Liga das Nações.
Dusan Tadic
Idade: 30 anos
Clube: Ajax
Títulos: Eredivisie, Copa da Holanda
Jogos pelo clube: 56
Gols: 38
Assistências: 23
Jogos pela seleção: 8
Gols: 2
Assistências: 3
Quem diria que, depois de sair da Inglaterra para tentar reencontrar seu melhor futebol, Tadic faria a temporada da sua vida. Foi contratado do Southampton para ser um nome forte e experiente no elenco jovem do Ajax. Entregou muito mais. Foi um dos craques do time, líder do setor ofensivo, com participação direta em 61 (!) gols em 56 partidas. O deslocamento dos flancos para a posição de centroavante foi a mudança que liberou o Kraken e fez o time holandês jogar muito na Champions League e no Campeonato Holandês. Claro que os destaques mais midiáticos foram Frenkie de Jong e Matthijs de Ligt, inclusive pelas transferências badalas que conseguiram, mas pelo menos um deles poderia ter dado lugar ao vovô sérvio. Ou, em menor medida, a Hakim Ziyech, outro que subiu de patamar com as atuações pela Champions.
Son Heung-min
Idade: 27 anos
Clube: Tottenham
Títulos: nenhum
Jogos pelo clube: 48
Gols: 20
Assistências: 9
Jogos pela seleção: 17
Gols pela seleção: 2
Assistências pela seleção: 8
A temporada de Son pelo Tottenham foi duas vezes prejudicada pelo chamado da sua pátria, tanto que o atacante disputou 17 jogos pela Coreia do Sul desde a Copa do Mundo. Primeiro, em agosto, ele participou dos Jogos Asiáticos para tentar o ouro que o livraria do serviço militar obrigatório. Conseguiu. Em janeiro, liderou o time na Copa da Ásia. Quando estava livre para ser um jogador dos Spurs, foi muito bem, com 11 gols entre a 13ª e a 26ª rodada da Premier League, e três nas duas partidas contra o Manchester City pelas quartas de final da Champions League, a grande vitória do Tottenham na temporada. E, principalmente, chamou a responsabilidade quando Harry Kane se machucou. Sua temporada foi pelo menos boa o suficiente para superar o capitão, se os analistas faziam questão de indicar pelo menos um representante do vice-campeão europeu.