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Executivo da Federação Indiana é preso e suspenso por espancar atletas mulheres

Dono de time da segunda divisão indiana, mandatário é acusado de bater em atletas e preso, mas já liberado após pagamento de fiança

Mais um caso de violência contra mulheres no esporte aconteceu, desta vez, na Índia. Membro do comitê executivo da Federação de Futebol da Índia (AIFF, em inglês), Deepak Sharma foi suspenso de suas atividades dentro da entidade por ser acusado de agredir duas jogadores de futebol do Khad FC, um time da segunda divisão local, do qual ele é proprietário.

– A federação está determinada a promover o futebol feminino num ambiente seguro e favorável para as mulheres. Tomamos todas as medidas necessárias para garantir a passagem segura das vítimas para suas cidades de origem e continuaremos a fornecer todo o apoio que possa ser necessário. – disse Kalyan Chaubey, presidente da AIFF, em comunicado de imprensa.

Segundo o jornal The Indian Express, as duas jogadoras afirmaram que depois de uma partida pela Liga Feminina Indiana, Sharma apareceu embriagado no alojamento onde elas estavam jantando, invadiu o local e agrediu ambas. No último sábado (30), ele foi preso pela polícia da cidade de Goa, acusado de causar ferimentos, contenção injusta e também assédio sexual. Ele foi liberado pouco tempo depois sob pagamento de fiança e negou todas as acusações. Porém, na última terça-feira (2), foi afastado ao menos da federação local por unanimidade após votação do comitê de ética.

– Existem atualmente 27.030 jogadoras registradas no país, sendo que 15.293 se registraram entre setembro de 2022 e março de 2024. O aumento do número de atletas mulheres de futebol de várias faixas etárias é uma das tendências mais encorajadoras dos últimos tempos, finalizou o mandatário da federação.

Agressões eram constantes

Em entrevista ao jornal local, uma das jogadoras agredidas revelou que essa não foi a primeira vez que o executivo foi agressivo com as mulheres do elenco do Khad FC.

– Já o vimos bater em outras atletas do Khad FC, mas não posso dizer seus nomes. Quando estávamos concentradas antes deste torneio, vimos ele bater em uma garota. Estávamos com muito medo naquele dia, mas as jogadoras que já faziam parte do time disseram que às vezes ele fica bravo e essas coisas acontecem – afirmou.

– Quando isso aconteceu comigo, inicialmente não quis registrar uma reclamação. Mas se ninguém reclamar, sua confiança para escapar impune aumentará. Tomei uma posição porque não queria que outra pessoa fosse espancada por ele porque ninguém falou nada – finalizou a jogadora, que confirmou que, de fato, a federação local está as ajudando após as agressões sofridas.

 

Foto de Vanderson Pimentel

Vanderson PimentelRedator de esportes

Jornalista formado em 2013, e apaixonado por futebol desde a infância. Em redações, também passou por Estadão e UOL.
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