Mundial de Clubes

O sonho não tem fim: o Fluminense venceu o gigante Al Ahly e está na final do Mundial de Clubes

Fluminense vence jogo difícil contra o Al Ahly por 2 a 0, com gols de Arias e John Kennedy, e aguarda adversário na final do Mundial de Clubes

O 2023 de sonhos do Fluminense parece não ter fim. Em um jogo muito difícil contra o Al Ahly, na semifinal, o Tricolor venceu por 2 a 0, com gols de Arias e John Kennedy, e está na final do Mundial de Clubes. Ao fim do jogo, a Fifa colocou “Tá Escrito”, do Revelação, em alto e bom som no King Abdullah Sporting City Stadium, e parece que está mesmo.

Agora, o Flu espera o vencedor de Manchester City e Urawa Red Diamonds, que se enfrentam nesta terça (19), às 15h (de Brasília), para saber quem será o seu adversário pelo título.

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Al Ahly aperta Fluminense, força erros e faz Tricolor começar mal

Seja pela estreia na competição ou pela ótima atuação do Al Ahly, o Fluminense começou muito mal o jogo. A partida esteve aberta no início, mas não demorou para a organização egípcia tomar conta da partida.

Diferente da vitória sobre o Al Ittihad, o Al Ahly focava seus ataques pela esquerda, nas costas de Samuel Xavier. O camisa 2 tinha muita dificuldade na criação, assim como Marcelo, do outro lado, que gerou ao menos dois contra-ataques dos egípcios.

Aos 8 e aos 23, Arias carimbou a trave esquerda de El Shenawy. O colombiano era quem mais insistia, e ao lado de Ganso, o melhor do Fluminense, o responsável pelos ataques mais perigosos da equipe. Cano não recebeu nenhuma bola em condições de finalizar, o que também explica como o Al Ahly dificultou a vida do Tricolor.

Forçando o Flu a trocar passes mais longos, os egípcios tiraram a equipe de Fernando Diniz de sua zona de conforto. A cada erro forçado pela dificuldade das trocas de passe, um latifúndio se abria na defesa tricolor, que tampouco conseguia criar com bolas longas.

Diniz fica louco na área técnica com início ruim do Fluminense

Na área técnica, o treinador gritava, pulava, corria e reclamava dos jogadores. Marcelo, que errou muito, só não sofreu mais porque estava do lado oposto. Mas o mérito foi africano: o Al Ahly marcava forte em todos os setores do campo, pressionava a bola e atacava muito bem os espaços. Um dos melhores times, se não o melhor, em criar antídotos para o Dinizismo em 2023.

O Al Ahly poderia ter marcado em ao menos seis contra-ataques criados em roubadas no campo de defesa que se transformaram em ataques no mano a mano. Sentindo a grama dura e a bola mais leve, o Flu errava bastante. Felipe Melo, André e Nino salvaram finalizações, mas aos 35, foi Fábio quem operou um milagre para impedir que Kahraba abrisse o placar. Foram 12 finalizações egípcias contra apenas três do Fluminense nos primeiros 45 minutos.

Fluminense volta melhor do intervalo

Mesmo sem substituições — uma raridade, aliás —, o Fluminense voltou melhor do intervalo. O segundo tempo começou com o Tricolor usando melhor a posse para ditar o ritmo do jogo.

Embora ainda errasse muitos passes na construção, o Flu conseguiu bloquear a velocidade do Al Ahly, que saía com muita força nas transições. Os egípcios, a bem da verdade, também cansaram após um primeiro tempo de muita doação na parte tática.

Fluminense abre o placar com Arias, de pênalti

O grande problema do Fluminense foi a dificuldade de seus principais jogadores entrarem no jogo. André participava pouco, não carimbava todas as jogadas e quando conseguia ajeitar a construção, nada fluia. Marcelo e Cano também não faziam grande jogo, e apenas Paulo Henrique Ganso e Martinelli carregavam a criação do time

Mesmo assim, bastou um lance. Ganso, o melhor em campo no Fluminense, virou o jogo de maneira perfeita para Marcelo, que matou com classe e deu uma caneta em Tau, que derrubou o camisa 12. Na cobrança, Arias bateu com perfeição e abriu o placar, desafogando um jogo muito tenso até então.

O gol fez o Flu melhorar ainda mais no jogo. Com a posse e a vantagem no resultado, o Tricolor colocou o Al Ahly com as costas em sua baliza, abaixando as linhas e ganhando espaços.

John Kennedy coloca Fluminense na final do Mundial

Ainda havia espaço para mais gols, e se Cano não fez um grande jogo, perdendo inclusive duas boas chances, o Fluminense tinha John Kennedy. O camisa 9 entrou aos 28 minutos para ganhar quase todas as jogadas que teve e colocar o Tricolor na final do Mundial de Clubes.

Aos 43, Martinelli roubou uma bola no ataque, adiantou e passou para John Kennedy, que puxou para dentro e tocou sem chances para El Shanawy. Predestinado, o ídolo de 21 anos deixou o seu na estreia no Mundial e garantiu a classificação.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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