Auckland City desiste do Mundial de Clubes por causa da pandemia de COVID-19

A Fifa informou nesta sexta-feira que o Auckland City desistiu de participar do Mundial de Clubes, marcado para acontecer de 1º a 11 de fevereiro, no Catar. A desistência veio depois do governo neozelandês aumentar as medidas de quarentena no país, em função da pandemia de COVID-19. Em todo o mundo, as medidas restritivas têm aumentado para evitar piora na situação sanitária. Há preocupações sobre os riscos de contágio no Catar.
A Primeira Ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, é uma das líderes que tratou de maneira mais séria a pandemia no mundo. Neste dia 15 de janeiro, o governo divulgou que foram detectados 18 casos de COVID-19. Dois desses foram classificados como históricos e considerados não infecciosos. Não houve nenhum caso comunitário. No total, o país já teve 1.890 casos (0,03% da população). Desde o início da pandemia, a Nova Zelândia registrou 25 mortes (0,00049% da população).
Nesta sexta-feira, a Nova Zelândia passou a exigir que qualquer pessoa que venha do Reino Unido ou Estados Unidos tenham um teste negativo de COVID-19 antes do embarque. Segundo o governo do país, as medidas serão estendidas a todos os outros países, excluindo apenas Australia, Antártica e algumas ilhas do Pacífico. A Nova Zelândia tem uma população estimada em 5,1 milhões de pessoas.
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Dados da pandemia no Catar
O Catar tem 146.885 casos de COVID-19 (5,25% da população), com 246 mortes (0,00880%). A população do país é estimada em 2,8 milhões de pessoas. Se o país do Oriente Médio tivesse a mesma porcentagem de casos e mortes da Nova Zelândia, teria 1.034 casos e apenas 14 mortes.
O Brasil teve 68.769 novos casos no dia 14, último boletim divulgado, com 1.145 novas mortes. No total, são 8.330.618 casos de COVID-19 no país (3,9% da população), com 207.246 mortes (0,09% da população). O Brasil tem população estimada em 210 milhões. Se o Brasil tivesse a porcentagem de casos e mortes da Nova Zelândia, teria 77.725 casos e 1.028 mortes.
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Fifa lamenta desistência do Auckland
“Apesar da comunicação frequente da Fifa com o clube, com a Federação de Futebol da Nova Zelândia e a OFC nos últimos dias, as exigências das autoridades da Nova Zelândia em relação ao isolamento e quarentena vão além da competência da Fifa e, portanto, não foi possível chegar a uma solução”, informa a entidade que dirige o futebol mundial, em comunicado.
“A Fifa, junto com as autoridades do Catar, irá implantar um protocolo médico abrangente, fornecendo as garantias necessárias para proteger a saúde e a segurança de todos os envolvidos na competição”, continua a Fifa.
Sem o Auckland City, o Mundial de Clubes tem a previsão de seis clubes; Al-Duhail, campeão do Catar; Al Ahly, campeão da África; Bayern de Munique, campeão europeu; Ulsan Hyundai, campeão da Ásia; Tigres, campeão da Concacaf; e o campeão da Libertadores, a ser definido no dia 30 entre Palmeiras e Santos. Essa é a previsão, mas a lista ainda pode sofrer mais alterações por problemas com a COVID-19.
Os dirigentes do Al Ahly, do Egito, estão preocupados com a possibilidade de mais contágios no elenco. O clube considera fazer uma quarentena dos jogadores a começar no dia 26 de janeiro, ou ao menos quatro dias antes da sua viagem ao Catar, que não tem data definida. Diversos jogadores do clube já tiveram COVID-19, como Walid Soliman, Mahmoud Kahraba, Mohamed Magdy, Mohamed Hany e Amr Al Solia.
A preocupação é tanta que o Al Ahly vai enviar o médico Mohamed Shawky, chefe do comitê médico do clube, para o Catar, de forma a estudar as medidas de segurança para o clube enquanto estiver no país.
A Fifa realizará o sorteio do Mundial de Clubes no dia 19 de janeiro, em Zurique.