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Pelo bem da seleção mexicana, Piojo Herrera quer apagar passado e contar com Vela

O México teve uma participação surpreendente na Copa do Mundo de 2014. Depois de uma campanha bem perigosa nas Eliminatórias, contando com a salvação dos Estados Unidos na última rodada e garantindo a vaga apenas na repescagem, a Tri chegou ao Brasil, mostrou um futebol ofensivo e parou apenas na forte Holanda, nas oitavas, em jogo do qual poderia perfeitamente ter saído com a vitória. Diante disso, o planejamento para os próximos anos é otimista, e Miguel Herrera não quer que nada atrapalhe a caminhada. Um dos objetivos do treinador agora é de trazer de volta à seleção o maior talento mexicano no momento, Carlos Vela, e Piojo está disposto a deixar para trás o histórico de polêmicas do atacante com a federação local.

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Miguel Herrera vê o fim do Mundial deste ano como uma mudança de ciclo. Quer vida nova na seleção, no sentido de se deixar os problemas para trás. Entende que a equipe tem mais a ganhar que a perder com isso, e ter Vela, quem definiu como o “melhor mexicano na Europa”, seria talvez o resultado mais positivo dessa postura de buscar o melhor para sua coletividade.

“Este é um novo processo, um novo início para nos prepararmos para a Copa do Mundo de 2018, e temos a oportunidade de nos aproximarmos dele (Vela). Estamos bastante convencidos de que ele precise estar aqui, sua qualidade é muito clara para nós. É uma referência, é importante. Creio que seja o melhor mexicano jogando na Europa, por tudo que já fez”, afirmou o treinador, em coletiva de imprensa anterior ao amistoso com o Chile, neste sábado.

Em fevereiro deste ano, um encontro entre Vela e representantes da seleção mexicana selou que o atacante não viria ao Brasil para a Copa. No passado, o jogador tivera problemas com Jorge Vergara, presidente do Chivas e membro importante da cúpula de cartolas da Federação Mexicana, e esse mal-estar juntou-se a outros fatores, como atos de indisciplina e indisposição com outros dirigentes, resultando na recusa do próprio atleta em defender seu país. Um histórico complicado, mas nada que demova “Piojo” Herrera de seu objetivo de contar com o destaque da Real Sociedad.

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“Não vou implorar a ninguém. Fui falar com ele, aceitei suas condições e hoje inicio um processo e não quero começar colocando pedras no caminho e dizendo que não o levo. Estamos tranquilos. Chegará o momento em que teremos que conversar com ele, e espero que essa conversa seja muito diferente da última que tivemos. Para mim está claro, e espero que para ele também, que ele precisar vir disponibilizar sua qualidade à seleção. Veremos qual é sua ideia. Espero que seja igual a de todos os seus companheiros e que venha com prazer de ser útil e exibir seu talento, como tem feito em sua equipe”, torceu o treinador.

Figura carismática, espontânea e empática diante dos torcedores, Miguel Herrera está sabendo lidar bem com a questão de Vela. Essas declarações são um primeiro aceno para um acerto de contas amigável. O técnico deixa, assim, claro que as portas estão abertas para o atacante. Poderia simplesmente jogar o atleta contra a torcida, o que não seria difícil, já que é bastante fácil criar um discurso que saliente a recusa de Vela a seu país. Piojo prefere ser sensato, deixar o orgulho de lado e pensar no melhor para o México. O atacante não é nenhuma estrela e não faria o time saltar significativamente de patamar, mas é, sim, atualmente, aquele de maior talento com que a Tri poderia contar.

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Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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