Costa Rica vai à Copa graças a uma fórmula bem sul-americana
A Costa Rica está longe de ser a seleção mais visada da Concacaf. A força dos Ticos, porém, é evidente desde que a Concacaf passou a contar com mais vagas na Copa do Mundo. Os costarriquenhos emendaram três classificações nos últimos quatro Mundiais e só não tiveram 100% de aproveitamento porque caíram para o Uruguai na repescagem em 2010. A facilidade com que o time se confirmou na Copa de 2014, com duas rodadas de antecedência, é a maior prova disso.
O desempenho da Costa Rica no hexagonal decisivo da Concacaf é notável. A equipe só sofreu uma derrota na etapa mais importante da competição, justamente para o líder Estados Unidos, em uma partida que gerou muitas controvérsias pela nevasca que acontecia em Denver. E dá para dizer que os Ticos adotam uma estratégia bem “sul-americana” para fazer valer sua força na competição: a de não perder pontos em seu alçapão.
Todas as quatro vitórias dos costarriquenhos no hexagonal aconteceram em casa. Enquanto o time colecionou empates como visitante, fazia questão de deixar evidente o sufoco que os adversários passariam em San José. Construído em 2011, o Estádio Nacional de Costa Rica contou com, no mínimo, 32 mil pagantes nos jogos da fase final – sua capacidade máxima é de 35 mil. Ambiente intimidador o suficiente para derrubar Honduras, Jamaica, Panamá e Estados Unidos.
E a pressão imposta pelo estádio não vem apenas por sua lotação. A revanche contra os Estados Unidos é o maior exemplo de como o caldeirão costarriquenho tem capacidade de influenciar um resultado. Revoltados com a ‘nevasca de Denver’, os torcedores e a imprensa local prometerem um clima de guerra em San José, recepcionando os americanos de maneira bastante hostil. Como recompensa, os visitantes foram atropelados no começo do jogo e, com dois gols logo no início do jogo, os Ticos conquistaram uma valiosa vitória por 3 a 1.
Logicamente, se o fator campo tem papel importante, a qualidade do time também pesa para os bons resultados da Costa Rica. A base do time atua na própria liga nacional, forte para os padrões da Concacaf. Já os destaques se concentram no ataque. Bryan Ruiz é o capitão do time e nome mais badalado na Europa, embora não tenha cumprido todas as expectativas no Fulham. Joel Campbell, por sua vez, é a promessa que tem destoado nessas Eliminatórias, combinando velocidade e habilidade.
O alçapão de San José não terá valia durante a Copa de 2014, mas garantir a classificação já tem um significado enorme para os Ticos. Além disso, mesmo com a vaga assegurada, ele deverá funcionar mais uma vez nessas Eliminatórias: na última rodada, o México vai até o Estádio Nacional, podendo estar a um triz de ficar fora do Mundial. E se El Tri foi o primeiro país a ganhar um jogo oficial no novo estádio, os costarriquenhos não devem ter pudores de deixar os mexicanos ausentes de sua primeira Copa desde 1990.