Vasco anuncia pré-convocação de Lucas Piton pela seleção italiana, ampliando seu escopo para jogadores com dupla nacionalidade
O técnico Roberto Mancini, habitual crítico da formação de jovens jogadores italianos, parece ter se empolgado com o sucesso de Mateo Retegui em seus primeiros jogos pela Itália

Cansado de esperar pela formação de mais jogadores locais, o técnico Roberto Mancini ampliou o seu radar para outros oriundi, ou seja, cidadãos italianos que nasceram em outros países, como o argentino Mateo Retegui, um dos destaques da tetracampeã na última Data Fifa, em março. Nesta quarta-feira, o Vasco anunciou que o lateral esquerdo Lucas Piton foi pré-convocado para as semifinais da Liga das Nações, que serão realizadas em meados de junho.
Com dupla nacionalidade, Piton, 22 anos, foi vendido pelo Corinthians ao Vasco no final do ano passado e é o líder de assistências da equipe carioca na temporada, com cinco, além de ter marcado um gol. O Vasco acabou antecipando a convocação do seu lateral esquerda porque Mancini ainda não divulgou os relacionados para enfrentar a Espanha pela semifinal da Liga das Nações, marcada para 15 de junho, na Holanda.
Na seleção italiana, ele brigará por posição com Leonardo Spinazzola, um dos destaques do título da Eurocopa, o também brasileiro Emerson Palmieri, do West Ham, e Federico Dimarco, da finalista da Champions League, a Internazionale. Outros jovens de potencial são Andrea Cambiaso, contratado pela Juventus e emprestado ao Bologna, e Destiny Udogie, cedido pelo Tottenham à Udinese.
Desde que assumiu a seleção italiana, em 2018, Roberto Mancini critica a utilização de jovens jogadores italianos pelos clubes da Serie A. Praticamente não há uma entrevista coletiva em que não toca no assunto e até colocou a mão na massa, convocando garotos antes mesmo de eles estrearem pelo time principal. Em março, antes de enfrentar Inglaterra e Malta, disse novamente que “não há novos talentos na Itália no momento” e criticou que nenhum clube italiano contratou o garoto Wilfried Gnonto, que acabou no Leeds, da Premier League.
Nessa mesma entrevista, ele também explicou por que havia convocado Retegui, que defende o Tigre, da Argentina, país onde nasceu. “Anos atrás, eu disse que jogadores que nasceram na Itália deveriam jogar pelo time nacional, mas o mundo mudou. Toda seleção da Europa e do mundo geralmente têm jogadores de fora ou originalmente de outras nações. Temos jogadores que estiveram conosco nos times de base, mas foram para seus países no time principal”, explicou.
Retegui marcou um gol em cada uma das partidas e, empolgado, Mancini começou a colocar outros jogadores argentinos com dupla nacionalidade em seu radar, como Giuliano Galooppo, do São Paulo, Gianluca Prestianni, um ponta de 17 anos do Vélez Sarsfield, e Nicolas Capaldo, meia de 24 anos do Red Bull Salzburg. Após o jogo contra Malta, voltou a falar sobre os oriundi.
“Temos uma porcentagem mínima de italianos que jogam regularmente na Serie A. Se você olhar outros países, todos fazem isso. A Suíça tem 15 dos 20 jogadores que são oriundi. Assim como a Bélgica. França, Alemanha e Inglaterra todos olham para os oriundi. Até alguns anos atrás, tínhamos tantos jogadores fortes e não precisávamos fazer isso. Outros faziam, frequentemente levando jogadores que nós ajudamos a desenvolver e amadurecer, então iremos nos adaptar e fazer o mesmo”, concluiu.
Lucas Piton é pré-convocado pela seleção italiana para o Final Four da Liga das Nações
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— Vasco da Gama (@VascodaGama) May 24, 2023