As finanças caóticas do futebol na Itália receberam um cartão amarelo das autoridades futebolísticas do país. Torino e Messina foram excluídos da Série A do futebol italiano, num gesto sem precedentes. A Lega Calcio, entidade que organiza o torneio, ratificou os veredictos dados pela Covisoc, a comissão da Federcalcio que analisa as contas dos clubes. Além dos dois clubes da primeira divisão, também Perugia e Salernitana foram limados da Série B. Na Série C, Benevento, Gela, Torres, Spal, Imolese, Rosetana, Vis Pesaro e Fermana também estão no mesmo apuro.
A decisão é uma resposta natural ao caos administrativo que impera na Itália há alguns anos. A legislação italiana não é leniente com clubes que tenham dívidas maiores do que a sua capacidade de pagamento. Lazio e Parma já correram risco de sanções, mas através de manobras políticas, conseguiram se arranjar.
O presidente da Lega, Adriano Galliani, disse que a entidade simplesmente referendou as decisões da Covisoc, e que a Lega não faria força para que os clubes reprovados fossem perdoados. Os clubes atingidos ainda podem fazer recursos em três instâncias: Comitê Olímpico Italiano (Coni) , Tribunal Administrativo Regional (TAR) e Conselho de Estado.
Os dirigentes de Torino e Messina afirmam que têm instrumentos para reverter a situação nas instâncias superiores. Mas a torcida já se movimentou. Facções mais radicais das torcidas do Torino ameaçaram “colocar fogo na cidade” caso o Toro não tenha a vaga na Série A, recém-conquistada na Série B.
Nesta sexta, a Covisoc anunciou que aceitou o recurso do Treviso, da Série B, para revisão de suas contas. Na Série C, 10 clubes também tiveram seus recursos acolhidos: Foggia, Lumezzane, Spezia, Teramo, C.S.Pietro, Cavese, Latina, Pro Vasto, S.Marino e Pro Patria.
A situação econômica dos clubes italianos é uma das maiores ameaças ao ‘status quo’ do futebol no país. A maioria dos clubes têm débitos impagáveis, em especial com o Fisco, e pressionam para pacotes de ajuda do governo. Entre esta temporada e a anterior, três clubes (Como, Reggiana e Venezia) já quebraram e no ano passado, o Napoli desceu duas divisões por causa de problemas contábeis.
