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O Napoli contou com a sorte para se reencontrar com a vitória, ao bater o Lecce fora de casa

Sem Osimhen, o Napoli teve uma atuação morna no Estádio Via del Mare, mas conseguiu o triunfo que vale a vantagem provisória de 19 pontos

Depois da goleada sofrida contra o Milan, o Napoli precisava de uma resposta positiva na Serie A. E a tabela auxiliou, com o duelo diante do Lecce fora de casa. Os napolitanos se reencontraram com a vitória no Estádio Via del Mare, graças ao apertado 2 a 1 no placar. Mas não foi uma boa atuação do time de Luciano Spalletti, que fez apenas o suficiente e contou com uma pixotada dos adversários para decretar o triunfo. Khvicha Kvaratskhelia teve uma apresentação tímida, sem a companhia de Victor Osimhen. Mas, apesar das ressalvas, os três pontos valem uma vantagem de 19 pontos na dianteira e deixam os celestes um passo mais próximos do Scudetto.

O Lecce teve um início de partida surpreendente. Estava mais solto em campo e incomodava o Napoli. Alex Meret, inclusive, precisou se esticar todo para espalmar a batida de Youssef Maleh aos oito minutos. Apesar disso, logo os napolitanos conseguiram tomar as rédeas. E auxiliou muito o gol de Giovanni Di Lorenzo, que abriu o placar aos 18. Na sequência de uma bola parada, Kim Min-jae curtiu uma de ponta direita e executou um cruzamento primoroso. A bola chegou limpa para Di Lorenzo, sozinho dentro da área, para desferir a cabeçada no fundo da meta.

Depois disso, só deu Napoli no primeiro tempo. Os celestes não eram tão agressivos, mas dominavam a posse de bola e voltaram a ameaçar o segundo tento depois dos 30 minutos. A ausência do lesionado Victor Osimhen, todavia, pesava. Apesar de alguns lances mais agudos do time, faltava melhorar a definição. O principal lance saiu aos 34, numa tentativa de Hirving Lozano, mas o goleiro Wladimiro Falcone buscou o chute no canto e desviou para escanteio. Os napolitanos arriscavam mais na reta final, mas a zaga do Lecce conseguia travar.

O Lecce retomou a partida bem mais atento na volta do intervalo. Rémi Oudin foi o primeiro a testar Meret. Já aos sete minutos, uma cobrança de falta gerou o gol de empate. A defesa não afastou o cruzamento e Assan Ceesay acertou o travessão. De novo o Napoli falhou no corte e Federico Di Francesco anotou com uma batida rasante. O time da casa seguiria melhor nos minutos seguintes. Levou um tempo até que os celestes recuperassem a iniciativa e trabalhassem mais no campo ofensivo.

O segundo gol do Napoli saiu neste momento, aos 19 minutos, mas com uma dose cavalar de sorte. Foi uma pane geral do Lecce. Mário Rui cruzou da esquerda e Antonino Gallo foi péssimo na tentativa de corte, ao rebater com a coxa. A bola ainda assim ia fácil nas mãos de Falcone, mas o goleiro também falhou feio e só ficou com as penas do frango nas mãos. Logo os napolitanos ainda ganharam Tanguy Ndombélé e Gio Simeone, nas primeiras trocas de Luciano Spalletti. Mas não foi o gol que esfriou o Lecce, ainda com uma postura agressiva. Samuel Umtiti assustou numa pancada de longe aos 28.

A reta final da partida era morna. O Napoli não arriscava muito para ampliar, enquanto o Lecce carecia de qualidade. Giovanni Simeone sequer permaneceu em campo por tanto tempo, lesionado. Somente aos 40 é que os napolitanos voltaram a ameaçar, mas Falcone rebateu o chute de Eljif Elmas. Já nos acréscimos rolou uma tentativa desesperada do Lecce, graças a um escanteio. E com o goleiro Falcone no ataque, um contragolpe poderia ter rendido o terceiro a Matteo Politano. Quando o ponta avançava com a meta aberta, porém, o árbitro resolveu decretar o fim da partida. O triunfo se consumava, mas a reclamação dos celestes era compreensível.

Com mais nove rodadas pela frente, o Napoli abre provisoriamente 19 pontos de vantagem na liderança. É uma situação muito confortável, que reafirma a capacidade do time para buscar o Scudetto. Mesmo sem atuar bem, os três pontos são fundamentais, especialmente contra um adversário mais frágil. O Lecce é o 16°, com 27 pontos, oito acima do Z-3. No entanto, foi a sexta derrota consecutiva dos giallorossi.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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