Serie A

Lecce foi valente até o fim, mas Inter conseguiu uma vitória agônica no último lance do jogo

Na estreia da Serie A, Inter precisou suar muito para pressionar até conseguir uma vitória dramática, nos acréscimos contra o promovido Lecce

Foi com muito mais sofrimento do que se imaginava, mas a Inter estreou com vitória na Serie A em 2022/23. O recém-promovido Lecce mostrou muita raça e ainda contou com uma grande atuação do goleiro Wladimir Falcone, mas os nerazzurri, um dos principais candidatos ao título italiano na temporada, gastaram até a última gota de suor para conseguir a vitória, com muito sofrimento, por 2 a 1.

A atuação não foi das melhores para os vice-campeões da temporada passada, mas a vitória veio ainda assim, também graças à insistência dos jogadores e do técnico, que desmontou o time para encher de atacantes e tentar tudo que podia. Faltou coordenação, uma melhor criação de jogadas e até pareceu faltar um plano mais concreto. Mesmo assim, a Inter sai com três pontos e, por isso, é um saldo bastante positivo na partida.

Simone Inzaghi escalou a Inter com o retorno do ataque com Lautaro Martínez e Romelu Lukaku. O meio-campo foi o trio que foi titular na temporada passada com Marcelo Brozovic, Nicolò Barella e Hakan Çalhanoglu. Mattero Darmian começou na ala direita, Robin Gosens na esquerda. Na zaga, o trio foi formado por Milan Skriniar, Stefan De Vrij e Federico Dimarco, que jogou no espaço que é normalmente de Alessandro Bastoni.

Logo no começo da partida, a Inter já conseguiu abrir o placar. Dimarco cruzou da esquerda, Darmian desviou de cabeça para o meio e Lukaku completou para o gol: 1 a 0 para a Inter. Além do gol, o time começou bem, conseguia chegar com perigo e poderia ter marcado ao menos mais um gol. O placar de 1 a 0 permaneceu até o intervalo.

Se no primeiro tempo a Inter foi quem largou na frente, o Lecce que aproveitou o momento no início da etapa final. Em um ataque rápido aos dois minutos de jogo, Francisco Di Francesco recebeu pelo lado esquerdo e acionou o centroavante Assan Ceesay, que finalizou de pé esquerdo, no cantinho, e marcou: 1 a 1. Uma grande festa no Estádio Via del Mare com o primeiro gol do time no retorno à Serie A.

O técnico da Inter fez as primeiras mudanças no time aos 11 minutos. Tirou Brozovic e Gosens e colocou Mkhitaryan e Alessandro Bastoni. Dimarco assumiu o papel de ala pelo lado esquerdo, deixando o papel de zagueiro para Bastoni.

Logo depois do gol, o Lecce cresceu no jogo e ameaçou mais. Chegou a exigir uma defesa difícil de Samir Handanovic em cobrança de falta forte de Kristrijan Bistrovic. O lance fez a Inter acordar no jogo e passou a ir para cima. O time melhorou e passou a finalizar no gol, algo que não fazia na segunda etapa.

Para tentar dar mais força à Inter no ataque, Inzaghi fez duas mudanças aos 22 minutos: sacou Darmian para colocar Denzem Dumfries, que é mais ofensivo que o ala italiano, e Edin Dzeko, que substituiu Çalhanoglu. Assim, a Inter passou a estar em campo com o trio Lautaro Martínez, Dzeko e Lukaku.

A melhora foi visível. Logo nos primeiros lances, em um cruzamento para a área, Dumfries subiu de cabeça na segunda trave e acertou a trave. Minutos depois, quem ameaçou foi Lautaro Martínez, que recebeu cruzamento de Bastoni, da intermediária, e cabeceou com perigo, mas para fora. Era pressão total dos nerazzurri no Via del Mare.

Só que o Lecce reagiu em um contra-ataque, aos 29 minutos. Lameck Banda recebeu pelo meio e finalizou com muito perigo, exigindo desvio providencial de Handanovic, que salvou mais uma vez a Inter. Com uma formação mais leve, com Barella e Mkhitaryan apenas no centro do meio-campo, dois jogadores de pouca marcação, a equipe estaca exposta, mas era um risco necessário para tentar não perder pontos.

Aos 32, Dimarco cobrou escanteio e Skriniar cabeceou com força, exigindo grande defesa do goleiro Wladimiro Falcone. Pouco depois, em um cruzamento de Dimarco, Dzeko ajeitou para Lautaro finalizar de canhota e mais uma vez exigir boa defesa de Falcone.

A pressão segue. Lukaku recebeu pelo meio, abriu para Dumfries, que cruzou para a área, Falcone desviou para o meio e Lukaku encheu o pé, mas Falcone, mais uma vez, fez uma grande defesa para impedir o gol. No escanteio, mais uma vez, bola perigosa que Skriniar tentou desviar e Falcone novamente apareceu para dividir e impedir a finalização.

Inzaghi partiu para cima de vez aos 42 minutos. Sacou o goleiro Skriniar e colocou Joaquín Correa. O time passou a ter quatro atacantes puros, um zagueiro a menos e foi com tudo que tinha para o ataque nos minutos finais.

Foi assim, na base do sufoco, que a Inter arrancou um gol agônico no último lance da partida. O árbitro deu quatro minutos de acréscimos e o cronômetro já estava nos últimos segundos dos 48 minutos. Em cobrança de escanteio de Nicolò Barella, Lautaro desviou na primeira trave e Dumfries, o lateral que é um atacante, completou de barriga na segunda trave para marcar e sair em uma comemoração enlouquecida junto com seus companheiros em campo e no banco: 2 a 1 para a Inter.

Uma vitória suada, difícil e que mostra problemas para o técnico Simone Inzaghi. Ainda assim, o time sai com a alegria de ter vencido, o que é fundamental em uma disputa de título que promete ser acirrada. Na temporada passada, a disputa foi até a última rodada e decidida por muito pouco. Então, vencer é sempre importante.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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