Serie A

Juventus sofre empate nos acréscimos, mas ainda assim busca vitória contra Monza e rouba liderança da Inter

Jogo fraco em quase 90 minutos teve emoção fim, com a Juventus vencendo e virando nova líder da Série A

Parecia que o Monza ia frustrar os planos da Juventus de liderar a Série A por dois dias antes do duelo da Internazionale com o Napoli, no domingo (3). Mas a equipe de Turim, sofrendo empate aos 46 do segundo tempo, buscou a vitória de 2 x 1 com 49 da etapa final nesta sexta-feira (1). A Juve abriu o placar com Adrien Rabiot após Dusan Vlahovic desperdiçar pênalti. O time da casa, melhor no jogo, foi recompensado com gol “sem querer” de Valentín Carboni, mas o zagueiro Federico Gatti apareceu na área como um atacante para garantir o triunfo.

Nesse momento, o time treinado por Massimiliano Allegri lidera o Campeonato Italiano com 33 pontos, um a mais do que a Inter, e terá que torcer para o atual campeão Napoli para permanecer na ponta da tabela. O Monza é o nono, mas pode cair para segunda parte da classificação com os resultados da 14ª rodada.

Vlahovic perde pênalti, mas Rabiot garante vantagem do time de Allegri

Como tem acontecido por quase toda temporada, ambos os times apostaram em uma escalação com três zagueiros e dois alas. A diferença ficava no Monza, que tinha dois atacantes móveis (Andrea Colpani e José Machín) atrás do centroavante Patrick Ciurria. No lado da Juve, Dusan Vlahovic e Federico Chiesa faziam uma dupla de ataque, tendo um trio de meio-campistas atrás.

O início do jogo foi meio morno, de pouca velocidade e criação de ambos os lados. A coisa ficou interessante aos nove minutos, quando um lançamento para área ia chegar em Adrea Cambiaso, só que Georgios Kyriak­opoulos segurou o atleta de Juve e o árbitro marcou o pênalti na hora, advertindo o grego com cartão amarelo. Vlahovic foi para a bola, bateu no canto direito de Michele Di Gregorio, que espalmou e defendeu de novo na sobra, antes da bola ir para a linha de fundo. O futebol mostrou ser um esporte extremamente cruel no lance seguinte. Escanteio vindo da penalidade, Hans Nicolussi cobrou no meio da área e o capitão Adrien +Rabiot apareceu para dar uma testada que quase furou as redes, superando Di Gregorio, que dessa vez não conseguiu impedir.

Após o gol, o Monza passou a dominar a bola, mas era uma posse de “arame liso”, sem incomodar a meta de Wojciech Szczesny ou o trio de zaga. A Juve tentava colocar velocidade quando roubava a pelota, seja com os meias ou Chiesa, veloz atacante e referência técnica da equipe. Em uma dessas escapadas em velocidade do melhor jogador da Vecchia Signora, veio um escanteio. Na cobrança, Alex Sandro desviou na primeira trave, Federico Gatti dominou com a barriga na pequena área e na hora de finalizar pegou embaixo da bola, fazendo subir demais.

A chance parece ter empolgado a Juventus, que voltou a assustar em finalização quente de Rabiot de longe. Di Gregorio soltou, mas encaixou logo na sequência. A Juventus parecia amadurecer o segundo gol, mas quem quase marcou no fim da etapa inicial foi o Monza. Boa trama de passes, de dentro para fora, chegou na profundidade com o meio-campista Roberto Gagliardini, que cruzou rasteiro e quase o centroavante Ciurria concluiu, só não esperava com um corte essencial do brasileiro Bremer.

Acréscimos tem emoção de sobra: Monza marca aos 46 e Juventus com 49

No intervalo, Raffaelle Palladino fez duas trocas que mudaram a posição de alguns jogadores. O ala direito Samuele Birindelli saiu e o camisa nove Lorenzo Colombo entrou, ocupando a vaga de centroavante e movendo Ciurria ao lado direito. No ataque, troca de jogadores da mesma função: Dany Mota na vaga de Machín.

A Juve iniciou colocando velocidade pelos pés de Chiesa, em (outra) boa atuação, ao fazer jogada individual, invadir a área e servir Vlahovic, que não conseguiu finalizar. Essa jogada perigosa atípica em meio aos fracos primeiros minutos do segundo tempo. O jogo era até mais veloz do que foi antes, o time visitante tinha mais campo para atacar poque o Monza se lançou, mas muitas tentativas, seja de chute ou cruzamentos, foram erradas.

Em busca da vitória, o time da casa tirou o ala Kyriak­opoulos e o zagueiro Pablo Mari (aquele, ex-Flamengo), entraram como lateral-direito Pedro Pereira e Andrea Carboni na zaga, dando maior liberdade para Ciurria subir e jogar como ponta. Na Juve, Arkadiusz Milik substituiu Vlahovic, enquanto o brasileiro Danilo entrou como volante na vaga de Nicolussi. Pouco depois, foi a vez de Chiesa sair e Moise Kean ganhar uma oportunidade como titular.

O Monza passou cada vez mais a ocupar o campo de defesa da Juventus. A formação era toda para frente, dupla de zagueiros a frente do grande círculo, quase na intermediária em alguns momentos, tamanha a postura defensiva do adversário. Mas a efetividade era um pecado. Em 75 minutos, o time tinha finalizado oito vezes, nenhuma no alvo. A Juve tinha o dobro de chutes, oito certos, mas estava com poucas alternativas para sair para contra-atacar do meio para o fim da etapa final.

O mais perto que o time da região da Lombardia chegou ao gol nesse momento foi aos 40 do segundo tempo, quando Szczesny afastou um cruzamento perigoso na pequena área e quase a sobra ficou com os donos da casa.

A insistência do Monza deu efeito com 46 minutos do segundo tempo. Em rara jogada veloz, se aproveitando de espaços do adversário, o argentino Valetín Carboni, que entrou minutos antes, cortou para dentro e cruzou. Ninguém desviou e a bola foi ao fundo das redes. Só que o jogo foi novamente ingrato com o Monza, como foi na penalidade defendida por Di Gregorio. Praticamente na sequência ao gol, Rabiot recebeu de Weston McKennie e tocou para trás. Chegou em Gatti, que tinha perdido um gol inacreditável na etapa inicial, mas dessa vez, apesar de furar a bola de primeira, acertou a segunda. Não houve mais tempo para o mandante conseguir o empate.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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