A Serie A italiana deu sinais que os times estão tentando se recuperar não só no cenário europeu, mas internamente. A liga teve o segundo maior gasto da janela, com € 576,45 milhões gastos, atrás apenas da Premier League, que superou a marca de € 1 bilhão em gastos (sendo preciso, € 1,18 milhões).
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Entre as ligas europeias, a Serie A gastou mais que La Liga, da Espanha (€ 573,70 milhões), Bundesliga (€ 410,43 milhões) e Ligue 1 (€307,15 milhões). O curioso é o sexto lugar entre as ligas mais gastadoras: a Championship, segunda divisão inglesa, que gastou € 136,87 milhões, à frente da Super Lig, da Turquia (€ 86,27 milhões), Primeira Liga, de Portugal (€ 71,60 milhões), Eredivisie, da Holanda (€ 51,57 milhões). Quem fecha o top 10 de ligas que mais gastaram é a Jupiler League, da Bélgica (€ 36,65 milhões).
Os principais responsáveis por levar a Itália ao segundo lugar na lista de ligas que mais gastaram foram os três grandes do país: a Juventus, atual campeã e vice-campeã europeia, e os dois times de Milão, Milan e Internazionale, que fizeram péssima temporada e tentam se reerguer. Os três times foram responsáveis por 52% dos gastos da Serie A na janela (€304,82 milhões).
A campeã tenta se reerguer
A Juventus foi o time italiano que mais gastou na janela de transferências, com € 127,4 milhões. A contratação mais cara do Paulo Dybala, de 21 anos, que veio do Palermo por € 32 milhões. O lateral brasileiro Alex Sandro veio do Porto por € 26 milhões e chega para disputar a posição com o veterano Patrice Evra, que tem 34 anos. Ainda para o ataque, Mario Mandzukic veio do Atlético de Madrid por € 19 milhões, enquanto Simone Zaza foi contratado junto ao Sassuolo por € 18 milhões.
O argentino Roberto Pereyra, que estava emprestado pela Udinese na temporada passada, foi contratado em definitivo por € 14 milhões. A ainda Juve trouxe Hernanes da Internazionale por € 11 milhões no último dia da janela e o colombiano Juan Cuadrado por empréstimo do Chelsea por € 1,8 milhão. Isso sem nem falar de Sami Khedira, contratado de graça depois de ficar sem contrato com o Real Madrid.
Milan investiu pesado para ter ataque forte
Depois da temporada absolutamente ridícula, o Milan sabia que precisava de mais força e focou no seu ataque para reformular o time. O 10º lugar na temporada passada foi um desastre e fez o time gastar € 97,97 milhões. O time trouxe o colombiano Carlos Bacca do Sevilla por € 30 milhões, o brasileiro Luiz Adriano do Shakhtar por € 8 milhões e o italiano Mario Balotelli do Liverpool por empréstimo, aparentemente sem custos, a não ser os salários.
Os rossoneri gastaram bastante também com dois jogadores promissores. Alessio Romagnoli, zagueiro de 20 anos, foi trazido da Roma por € 25 milhões. O meio-campista Andrea Bertolacci, de 24 anos, também foi trazido da Roma, mas por € 20 milhões. Fecha a lista das contratações o lateral esquerdo Luca Antonelli (€ 4,5 milhões junto ao Genoa) e o meio-campista Juraj Kucka (€ 3 milhões, também do Genoa) .
Com bons nomes contratados para o ataque, o Milan espera voltar a brigar pelo topo da tabela, mas o desequilíbrio do elenco ainda é um problema. O setor defensivo, especialmente, ainda carecia de reforços. O meio-campo, especialmente na parte ofensiva, também ainda sente falta de um jogador mais criativo.
Inter se reforçou em todos os setores para voltar a ser competitiva
O Milan foi mal na temporada passada e a sua rival, Inter, também. O oitavo lugar pegou mal e o time também abriu a carteira: gastou € 86,45 milhões em transferências para melhorar o elenco, ainda mais depois de perder o meio-campista Hernanes, no último dia da janela, para a rival Juventus. As vendas de Mateo Kovacic para o Real Madrid e de Xherdan Shaqiri para o Stoke City também deixaram uma lacuna que o time precisava preencher.
A contratação mais cara foi o meio-campista francês Geoffrey Kondogbia, 22 anos, que veio do Monaco por € 30 milhões. O time ainda trouxe o meia croata Ivan Perisic, do Wolfsburg, por € 16 milhões, o zagueiro colombiano Jeison Murillo, de 23 anos, por € 8 milhões, o volante brasileiro Felipe Melo, do Galatasaray, por € 3,7 milhões. O time também contratou alguns jogadores por empréstimo com obrigação de compra. O principal destes negócios foi o de Stevan Jovetic, atacante montenegrino que veio do Manchester City por € 3 milhões pelo empréstimo e outros € 12 milhões se o time quiser efetivar a sua compra. O zagueiro brasileiro Miranda veio do Atlético de Madrid também por € 3 milhões, com pagamento de € 9 milhões ao final da temporada para sua efetivação.
O time ainda fez outros empréstimos, com opção de compra ao final: o lateral direito espanhol Martín Montoya, que veio do Barcelona por € 1 milhão, o lateral esquerdo brasileiro Alex Telles, que veio do Galatasaray por € 1,3 milhão, e o atacante sérvio Adem Ljajic, que veio da Roma por € 1,75 milhão. Boas contratações para tentar levar o time à disputa pelo título.
Roma também se reforçou, mesmo sem gastar muito
Vice-campeão na temporada passada, a Roma também conseguiu se reforçar, especialmente com empréstimos. O egípcio Mohamed Salah veio emprestado pelo Chelsea por € 5 milhões, o atacante Ezequiel Ponce, garoto de 18 anos, veio do Newell’s Old Boys por € 4,2 milhões, e a principal contratação foi o centroavante Edin Dzeko, contratado por € 4 milhões por empréstimo junto ao Manchester City. O lateral Lucas Digne chegou também por empréstimo do Paris Saint-Germain por € 2,5 milhões. O time da capital não gastou muito e se reforçou bem. A parte ruim é que o time pode se desfazer na temporada que vem, se não comprar os jogadores que estão emprestados.
É de se esperar que a Serie A seja um campeonato mais interessante nesta temporada, até porque a Juventus tende a se reconstruir e os demais parecem mais forte, especialmente os dois de Milão.