Internazionale prolonga má fase do Milan e vence clássico sem ser incomodada
Gol de Lautaro Martínez abriu caminho para uma vitória tranquila no Derby della Madonnina

Um fator bastante interessante dos clássicos, em geral, é que eles não costumam fazer valer a lógica de quem está melhor. Como a rivalidade tem um peso relevante na hora que a bola rola, é possível se reabilitar de más fases. Ou se afundar ainda mais nelas. Neste domingo (5), a Internazionale colocou mais um prego no caixão do rival Milan e venceu por 1 a 0, sem grande dificuldade.
As goleadas e tropeços recentes do Milan não ensinaram muito ao elenco, sequer fizeram com que a postura dos jogadores mudasse. No Derby della Madonnina, a Inter foi dona absoluta e fez por merecer desde o início sua superioridade. Essa informação se exprime pela triste estatística: em quase 70 minutos de jogo, o Milan deu um chute, e ele não passou remotamente perto do gol de Andre Onana.
Confiante, sobretudo pelo contexto do último dérbi, pela Supercopa da Itália, no qual venceu por 3 a 0, a equipe de Simone Inzaghi não tinha por que ter arrepios na espinha ao enfrentar um combalido e pouco inspirado Milan. Stefano Pioli fez a opção por sair com Rafael Leão no banco, entrando apenas na segunda etapa, praticamente uma rendição automática antes do pontapé inicial.
Esse jogo praticamente pronto para ser abraçado pela Inter teve muita posse e chances criadas pelos nerazzurri. Mas o gol, de fato, só saiu aos 34′, em um escanteio, com passe de Hakan Calhanoglu para a cabeçada de Lautaro Martínez. Bem posicionado, o argentino desviou bem com uma testada para o fundo das redes.
Inerte, o Milan não teve nenhuma cartada para responder. Aceitou passivamente o jogo do rival e não complicou nem um pouco a proposta defensiva interista. Quando a partida passou da primeira hora, lá pelos 70 minutos, é que a equipe de Pioli resolveu mostrar algum serviço. Ainda assim, um serviço pobre e limitado. Para um campeão nacional que continua basicamente com a mesma estrutura, é difícil explicar esse derretimento coletivo durante a fase mais aguda da temporada. O Milan tem muita gente em má fase técnica ao mesmo tempo, e isso complica as ambições de qualquer clube.
A Inter não se abalou, mas também não conseguiu atacar com a mesma volúpia. No minuto 74′, Brahim Díaz, que entrou na vaga de Junior Messias (apagadíssimo), limpou a marcação e desafiou Onana a sujar o uniforme pela primeira vez. Uma defesa fácil, encaixada, que pareceu fácil demais para ser praticada pelo camaronês.
No ataque, a Inter pouco fez na etapa final, o que também não prejudicou a motivação para manter o placar como estava. Em dado momento, a tensão pela vitória mínima se arrefeceu porque o Milan não representava ameaça alguma. Ainda que a Inter não se considerasse vencedora com 10 minutos de jogo restantes, era difícil esperar algo diferente por conta da inoperância milanista com a bola nos pés.
Um jogo tecnicamente fraco, que também falhou em comover. Nem mesmo a entrada de Romelu Lukaku nos 45 minutos finais pôde alterar o caráter indiferente da partida. O belga chegou a marcar um gol na faixa dos 84′, mas cometeu falta em Malick Thiaw e o lance foi anulado. Cinco minutos depois, um impedimento ofensivo de Lautaro tirou o que seria o grito do segundo gol da Inter. Por fim, Lukaku esperou a falta de Thiaw, ela não veio, e na sobra, o próprio atacante tentou bater ao gol, mas viu Ciprian Tatarusanu salvar com a ponta dos dedos, nos derradeiros segundos do dérbi. Não que fosse preciso para confirmar uma vitória que já estava bem óbvia desde antes da bola rolar.
Melhor para os nerazzurri. Na vice-liderança, observam de longe o Napoli contar os dias para o título, 13 pontos atrás. O Milan, que era o grande oponente dos partenopei na temporada, caíram para o sexto lugar, muito pouco para tantos jogadores de alto nível. Logo começa o mata-mata europeu e aí saberemos o que a dupla milanesa pode aprontar.