Internazionale justifica favoritismo, passa pela Roma e se aproxima da Champions
À espera das semifinais contra o Milan, o time de Simone Inzaghi fez uma partida sóbria no Olimpico

O cerco está se fechando para os classificados dentro do G4 da Serie A. Neste sábado (6), a Internazionale visitou a Roma, incomodou pouco, mas venceu por 2 a 0, colocando um dos pés na próxima edição da Liga dos Campeões. De quebra, os interistas ainda forçaram a Roma a vencer a Liga Europa para conseguir o mesmo objetivo de maneira direta.
O jogo não foi tecnicamente bom no Olimpico. Times muito mexidos, especialmente a Roma, que também terá uma semifinal continental no meio de semana contra o Leverkusen. José Mourinho não escalou um time com força total e nem poderia se quisesse: Georginio Wijnaldum e Paulo Dybala estão se recuperando de lesões e Stephan El-Shaarawy deve ficar de fora da temporada após se contundir diante do Monza, na semana passada.
Isso fez com que a Roma, que já estava em uma encruzilhada, se complicasse ainda mais. Uma derrota hoje tiraria quase que totalmente a chance dos giallorossi de alcançar uma vaga na Champions via campeonato. Ao mesmo tempo, não dava para cansar demais os titulares. A soma trouxe um resultado desanimador: o futebol enfadonho praticado na primeira etapa teve Andrea Belotti como um cemitério de jogadas. O atacante, que chegou como um dos principais reforços para a temporada, não consegue se encontrar e segue muito mal, apesar de se esforçar de maneira relevante para tal.
Roma

Inter Milan

Melhor para a Inter. O time de Simone Inzaghi também precisava poupar algumas pernas, sem perder de vista o confronto com o Milan. A missão foi facilitada com um bom volume de jogo apresentado nos minutos iniciais. Em uma boa trama pela direita, aos 33 minutos, Denzel Dumfries cruzou para o meio da área, a bola passou na frente da defesa romanista e encontrou os pés de Federico Dimarco, que empurrou pela rede. Era um momento de domínio interista, embora os 90 minutos tenham sido bastante equilibrados.
Ocorre que, mesmo quando a Roma joga bem, ainda deixa um pouco a desejar no aspecto ofensivo, parecendo desconectada do meio para a frente. Mesmo se defendendo (e bem), a Inter não sofreu. Concedeu algumas chances, mas nenhuma que representasse perigo real, tirando um chute de primeira de Lorenzo Pellegrini, defendido no alto por Andre Onana.
Sem precisar brilhar ou se esforçar muito, a Inter foi se aproximando da vitória. Na etapa final, a Roma melhorou bastante e se colocou mais à frente. E a receita para o desastre se repetiu: pouca eficiência, finalizações ruins, falta de entendimento entre os atletas e algum azar. Azar frequente é azar ou incompetência? Por via das dúvidas, Roger Ibañez, em um momento que os donos da casa se mostravam capazes de empatar, resolveu o confronto em uma falha. Em uma bola lançada de trás da defesa da Inter, o brasileiro interceptou, e de forma inexplicável, entregou a posse para Romelu Lukaku. O belga não perdoou, ajeitou o corpo e bateu no canto de Rui Patrício com pouco mais de 15 minutos para o fim.
Mourinho sabia que a situação havia desandado e colocou Tammy Abraham e Paulo Dybala em campo. Os dois eram dúvida para o confronto de hoje e para o de meio de semana. É aquela velha história: quem não tem cão, caça com gato. Só que o gato, no alto de sua desobediência, também pode ter coisas melhores para fazer. Tudo que a Roma tentou, deu errado. E assim se resolveu mais um clássico, mais uma chance de ouro aproveitada pela Inter, que é muitíssimo competente quando aproveita dias ruins de seus adversários.
O G4 agora é sonho improvável para a Roma. Em sétimo lugar, a equipe de Mourinho se meteu em um mato sem cachorro. Quem não tem nada a ver com isso é a contestadíssima Inter (3ª colocada), que acordou para a vida na hora que importava e está fazendo muito bem sua parte para retornar à Champions, independente do que aconteça nesta edição do torneio europeu.
Vale sempre repetir que, para a Roma, o passaporte ao principal campeonato do continente só será carimbado com a inédita taça da Liga Europa. Será que dá para confiar nessa possibilidade? A julgar por hoje, certamente não. O G4 pertence a quem souber ser mais oportunista. E se há uma palavra que define a Roma de 2022-23, ela seria o oposto disso. Desoportunismo, talvez?